Da colheita no campo até a chegada às gôndolas dos supermercados centrais, alimentos in natura costumam percorrer um longo e por vezes incoerente ciclo de suprimento. “Enquanto restaurantes e varejistas pagam caro por produtos hortifrutigranjeiros, fornecedores geralmente recebem pouco pelo que cultivam”, reflete o empreendedor mineiro Victor Bernardino que, ciente dessas falhas logísticas, propõe soluções mais vantajosas. Há dois anos, ele comanda a Clicampo, agtech especializada em facilitar e baratear as transações entre pequenos e médios agricultores e as grandes redes de revenda.

Plataforma Clicampo | Foto IStock Photo

“Somos uma espécie de ‘Mercado Livre do agro’! Os produtores nos contactam dando detalhes sobre seus lotes disponíveis e nós anunciamos essas ofertas a restaurantes, quitandas e mercados parceiros”, explica Bernardino. Todos os trâmites são resolvidos via WhatsApp e sem intermediários, o que torna o processo mais barato. Já as mercadorias são entregues por caminhões da própria plataforma, sem custos adicionais. “Isso garante, ainda, que os alimentos cheguem em até 12 horas ao local de venda, ainda frescos e sem escoriações.”

Hoje, a Clicampo opera exclusivamente nas cidades de Belo Horizonte e Campinas mas, até o final deste ano, o plano é expandir as atividades para pelo menos mais cinco municípios, dois deles no interior paulista. “Outra meta é fechar 2022 com uma média mensal de três mil toneladas de alimentos frescos vendidos”, antecipa Bernardino, que comanda as estratégias de expansão do grupo ao lado dos sócios José Miguel Noblecilla (ex-Wildlife Studios), Bruno Mengatti (ex-Uber), Luiza Batista e Yuri Janotti (ambos ex-Rappi). H. C.