Djamila Ribeiro inaugura Espaço Feminismos Plurais para acolher mulheres em situação de vulnerabilidade

por | jun 7, 2022 | Entrevista, Pessoas & Ideias | 0 Comentários

Um dos maiores nomes dos movimentos feminista e antirracista nacionais, Djamila Ribeiro inaugura espaço de acolhida para mulheres em São Paulo e conquista cadeira na Academia Paulista de Letras

Filha de pai militante e crescida em meio às reuniões do movimento negro de Santos, onde nasceu, Djamila Ribeiro entendeu desde cedo que precisaria se movimentar para, em suas palavras, romper o ciclo de desamparo a que os seus têm sido historicamente submetidos. Fez mestrado em Filosofia Política, aprofundou-se nos estudos sociais de gênero e raça, e, agora, abre em São Paulo o espaço Feminismos Plurais. Instalado em um sobradinho em meio aos prédios luxuosos de Moema, o projeto se dedica a oferecer suporte jurídico, odontológico e psicoterápico a mulheres em situação de vulnerabilidade.

“A localização é, por si só, um ato político. É um mito achar que pessoas periféricas não circulam pelos grandes centros, uma vez que é ali que a maioria delas encontra oportunidades de emprego. Fincar nossa base em um bairro de classe média-alta é dizer um basta a essa segregação espacial que ainda ronda as metrópoles”, explica. Aberto diariamente das 09h às 17h para atendimentos sem necessidade de agendamento prévio, o Feminismos Plurais conta, ainda, com biblioteca, salas de pesquisa, áreas para rodas de conversa, e ambientes imersivos para workshops de empreendedorismo e inovação.

 

Djamila Ribeiro - Foto Helena Wolfson

Djamila Ribeiro – Foto Helena Wolfson

 

A inauguração da casa consolida as conquistas de uma árdua e incomum caminhada. Transcendendo a tradicional pompa do academicismo, Djamila é filósofa pop, perfil potente nas redes sociais e figura cativa em canais de TV. “Usei do mainstream para amplificar meu discurso”, conta.

Escritora best-seller e vencedora de um Prêmio Jabuti, ela coroa essa nova fase assumindo uma cadeira na Academia Paulista de Letras. Eleita em assembleia no dia 24 de maio, Djamila agora ocupa a vaga deixada pela cronista Lygia Fagundes Telles e se consagra a mulher mais jovem a integrar o hall de imortais da instituição – e uma das raríssimas figuras negras por ali. “Não poderia estar mais feliz e honrada! Ocupar esses postos é abrir caminhos e dar início a grandes revoluções”, finaliza.

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