Tiago Barbosa vive personagem de Milton Nascimento em musical “Clube da Esquina: Os Sonhos Não Envelhecem”

por | out 6, 2022 | Cultura, Espetáculos | 0 Comentários

Após temporada de sucesso na “Broadway” espanhola, o ator e cantor Tiago Barbosa retorna ao Brasil para o musical que homenageia o Clube da Esquina

Tiago Barbosa tinha apenas nove anos quando ouviu os versos de Milton Nascimento pela primeira vez na época, entoados por seu pai, na sala da casa onde passaram, juntos, sua infância, em São João do Meriti, na Baixada Fluminense. Agora, aos 37, é ele quem empresta sua voz a essas melodias e sua pele à do próprio Bituca, no espetáculo musical “Clube da Esquina: Os Sonhos Não Envelhecem”. Em cartaz até o fim de outubro no Teatro Riachuelo Rio e, em novembro, no Teatro Liberdade, em São Paulo, a peça revive momentos memoráveis da amizade de Milton Nascimento, Fernando Brant, Wagner Tiso, Ronaldo Bastos, Beto Guedes e Lô e Márcio Borges, por meio das canções que selaram esse encontro.

“Esse é provavelmente meu maior desafio profissional até aqui. Em 10 anos de carreira, é a primeira vez que me entrego a uma biografia, e já para viver um dos mais célebres arquitetos musicais brasileiros”, comenta o ator que, sob direção de Dennis Carvalho, apresenta ao público um Milton jovem, criativo, discreto e potente, em equilibradas proporções. “Busquei pintá-lo em todas as suas nuances, estudando e interpretando a fundo vídeos, textos e fotografias. Ele é um artista de pouquíssimas palavras, mas imenso em subtextos. Os olhares e seu ‘não-dito’ me ajudaram a encontrar a tônica desse ícone.”

 

Foto Adasat Barroso | Divulgação

Foto Adasat Barroso | Divulgação

 

Nesse musical-homenagem, Tiago sela um retorno temporário aos palcos brasileiros, após seis anos em cartaz na “Broadway” espanhola. Nos palcos de Madrid, encantou a crítica com seu destemido Simba, em “Rei Leão”, e cantou a diversidade na pele da vigorosa Lola, drag queen e, em sua releitura, mulher trans protagonista da comédia “Kinky Boots”. “Foram personagens que me marcaram como pessoa, me renderam prêmios e me puseram em evidência no mercado internacional. Mas esse sucesso estrondoso foi, também, solitário. Poder cantar, agora, na minha língua, para minha família e amigos, e regado à visceralidade do meu país, é algo que me preenche.”

Formado ator no grupo de teatro Nós do Morro projeto social que lançou nomes como Babu Santana e Marcello Melo Jr., Tiago carrega com humildade e orgulho o título de “pioneiro”. Primeiro artista negro a viver um príncipe da Disney (na montagem brasileira de “Cinderella”, em 2016), a alcunha não poderia lhe caber melhor. “É difícil me acostumar com tudo isso, mas sei que fiz algo grande. E embora esse seja apenas o começo de uma longa batalha, meus braços não estão cansados de lutar. Se eu estou aqui, como Milton Nascimento também esteve, resiliente em meio a um mundo artístico dominado por pessoas brancas, é para trazer todos que puder para triunfar ao meu lado.”

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