Grandes músicas de nostálgicas folias para uma festa intimista com a família

por | fev 8, 2021 | Coluna, Cultura, Música | 0 Comentários

Aqui na praia vamos fazer um carnaval caseiro. Como temos na Ilhabela o tradicional banho da Dorotéia, as crianças vão se fantasiar de papel crepom e se jogar na piscina. O quintal vira o clube para a matinê e para folias do baile de máscaras. Confetes e serpentinas vão enfeitar o chão e se misturar com os galhos da goiabeira, do pé de pitanga, e vamos sujar os pés com as amoras maduras.

Não tem como ir para a rua ainda em fevereiro. Mesmo que façam falta o suor e a cerveja de velhos carnavais, a vacina ainda leva um tempo para liberar a folia. Quem tem a chance e a sorte de ter uma família animada pode se ajeitar assim. Uma bela seleção de marchinhas para dançar em roda tem que ter as maravilhosas e eternas “Noite dos Mascarados”, “Bandeira Branca” e “Máscara Negra”. As crianças adoram “Chiquita Bacana”, aquela que veio da Martinica e se veste de banana nanica, e “Touradas de Madri”, em que aparece a espanhola natural da Catalunha e aquela que a gente atravessa andando o deserto do Saara.

Acho incrível como o Carnaval no Brasil ainda mantém esses clássicos no repertório. Composições antigas como os cordões, como o “Rosas de Ouro” que desfilava com “Ó Abre Alas” de Chiquinha Gonzaga em 1899! É uma maravilha também o carnaval de rua em Recife e Olinda, com aqueles bonecos gigantes, com o Galo da Madrugada, com o frevo e as demais manifestações tradicionais de Pernambuco. Já assistimos a tantas aberturas históricas… Naná Vasconcelos, Lenine, Spok Frevo Orquestra e convidados de todo o país e de gêneros tão diversos da música brasileira.

 

Chiquinha Gonzaga, grande referência do Carnaval e das folias do Brasil

Chiquinha Gonzaga – Foto divulgação

 

Rio de Janeiro e São Paulo com suas grandes escolas. A Mangueira verde e rosa de Beth Carvalho emocionando sempre, a bela Portela de Paulinho da Viola. Uma playlist de samba enredo também é bacana. Lembro de muitas madrugadas com meu pai, carioca, assistindo aos desfiles pela TV. Lembro de torcer por Joãozinho Trinta e sua Beija Flor. Lembro de Tom Jobim e Maria Bethânia sendo homenageados na Avenida.

 

Beth Carvalho, símbolo dos desfiles de Carnaval

Beth Carvalho – Foto divulgação

 

Uma coluna um tanto nostálgica, sim, mas nada triste, porque a alegria de saber que temos a possibilidade de ver a população vacinada traz uma esperança e faz dessa festa pequeninha em casa uma ocasião com motivo e razão de ser.

Escute a playlist, junte seu pequeno núcleo familiar com a benção de estar com saúde, se fantasie, coloque uma máscara, distribua confete e ritualize a vida possível. A música anima sempre e dançar joga as dores para longe!

Beijos de longe! Bebam muita água e se divirtam – com segurança e boa música!

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