Quem mora em São Paulo sempre teve à disposição uma boa padaria para tomar o seu café da manhã. Mas até pouco tempo atrás, o cafezinho, o suco e o sanduíche ou pão com manteiga na chapa era coisa de 10 minutos e com um custo em torno de 20 ou 25 reais o combo. Só se viam as mesas lotadas dos bistrôs aos finais de semana e ainda assim em dias de sol.
Mas o gosto por pães artesanais, baguetes, croissants e tapiocas não só veio para ficar, como tornou a refeição matinal um programa para se curtir sem pressa e, por que não, para ver e ser visto. Contrariamente às boulangeries em Paris – onde os clientes compram seus croissants e baguettes para consumir nas suas casas – os lugares que abriram em São Paulo passaram a oferecer espaços e terraços agradáveis, tornando esse programa tão glamouroso ou mais do que almoçar em um lugar da moda.
Os cardápios ficaram mais amplos e sofisticados acompanhando as tendências de fitness, de sem glúten e de orgânicos, que até então mal existiam. E junto também evoluiu a oferta de doces. No lugar do sonho, da tortinha de morango e do suspiro, entraram tartelettes, éclairs e outros doces sofisticados que justificam a nomenclatura de pâtisserie. É evidente que os restaurantes e os bistrôs notaram esse movimento e passaram a se interessar por esse ticket médio que dobrou e gira, hoje, em torno de 50 reais para o mesmo combo, podendo chegar a mais.
O elegante restaurante Maní inaugurou há alguns anos a Padoca do Maní na mesma rua e vive lotada. O chef Erick Jacquin, proprietário dos restaurantes Président, Ça Va, Lutetia e da rede Ça Va Café, montou a sua própria produção para abastecer seus restaurantes e seus cafés no intuito de baixar custos e garantir a qualidade. E a novidade recém-inaugurada é a boulangerie do grupo Le Jazz, que conta com quatro bistrôs de sucesso focados na culinária francesa.
A Boulangerie Le Jazz está na Rua Joaquim Antunes, a meia quadra do primeiro endereço do grupo que foi, junto com o extinto Le Vin, responsável pela difusão da bistronomia em São Paulo. O bairro de Pinheiros foi estratégico por ainda não ter por ali uma Galeria dos Pães que o Jardins tem, uma Julice Boulangère da Vila Madalena, uma Jules l’Art du Pain de Moema ou uma Mr Baker ou uma A Fornada do Itaim.
O grupo não apenas passa a explorar o nicho das padarias como também elimina um fornecedor e um custo importante, já que como todo bom bistrô francês não se pode faltar pão e manteiga na mesa. A novidade em relação às outras boulangeries é que a Boulangerie Le Jazz conta com um formato que permite atender ainda um bufê de almoço durante a semana, um brunch aos sábados e domingos e por que não um drinque de fim de tarde.
A verdade é que gostei do lugar pelos produtos que experimentei, mas também pela configuração que permite fazer uma refeição rápida fora de hora, olhando para o movimento da calçada em um bairro cada vez mais interessante. E verdade seja dita, comi um croque madame digno de um café parisiense.
À la prochaine!
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