A partir de janeiro de 2021, os Estados Unidos serão comandados pelo democrata Joe Biden. E quais serão as consequências disso no agronegócio brasileiro? Bem, a mudança trará desafios e oportunidades.
Com Trump, os EUA fecharam sua economia, desestimularam o multilateralismo e iniciaram um processo de isolamento em relação ao resto do planeta. Por um lado, isso foi excelente para o Brasil, que viu seus produtos ganharem mercado no Pacífico, no Oriente Médio e até na Europa. Agora com Biden, pontes serão reconstruídas, e o Brasil pode ter de encarar uma maior concorrência de produtos agrícolas norte-americanos.
Dentre as mudanças anunciadas por Biden, a que mais deve impactar o Brasil é uma nova postura dos EUA em relação ao tema da mudança do clima, radicalmente diferente da bizarra linha seguida por Trump. O país vai retornar ao Acordo de Paris, colocando o tema do Aquecimento Global no centro da sua política externa e comercial.
Muita gente pode considerar essa uma agenda negativa para o Brasil, mas essa diretriz só reforça a necessidade de fazermos a nossa ”lição de casa”. Nós também precisamos mudar com urgência nossa política ambiental! A agricultura brasileira é ao mesmo tempo vilã, vítima e solução da mudança do clima. “Vilã” por estar associada ao desmatamento ilegal, que já atinge mais de 10 mil km2 por ano. “Vítima” porque a agricultura vem sofrendo com eventos extremos e alterações climáticas, como vimos esse ano em várias áreas agrícolas do país. “Solução” porque temos uma elevada produtividade, colhemos 2 a 3 por ano e atingimos outras várias conquistas que qualificam a nossa agricultura como “baixo carbono”.
A pecuária de corte que invade a Amazônia precisa ser contida. Com as modernas técnicas de rastreamento e consumidores cada vez mais exigentes e ecologicamente conscientes, esse é um produto que cada vez mais será rejeitado. Mas os biocombustíveis – como o etanol de cana e o biodiesel de oleaginosas – com os novos incentivos à substituição dos combustíveis fósseis pelas fontes renováveis de energia.
Prosa rápida
Vinhos top
Os enólogos são unânimes em afirmar que a colheita 2020 será a ‘Safra das Safras’ para os vinhos brasileiros. De acordo com relatório da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a safra 2020 foi beneficiada pelo “clima seco e quente do final da primavera e verão”, favorecendo “a qualidade das uvas destinadas à elaboração de vinhos”. E, para completar, vinícolas e enólogos em atividade no país evoluíram muito e souberam processar com muita técnica e precisão essa matéria prima de espantosa qualidade.
Sempre no verde
Segundo as mais recentes estimativas do Ministério da Economia, o PIB brasileiro deve encolher 4,5% em 2020, em boa parte devido à pandemia do novo coronavírus. Mas nem todos os setores produtivos do país vão recuar. O PIB agropecuário do Brasil, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), deve registrar um crescimento, de 1,9% neste ano.
Café turbinado
Em 2020, o Brasil provavelmente vai bater seu recorde histórico de exportação de café. “A perspectiva é atingirmos algo ao redor de 43 milhões de sacas de café, entre cafés verdes, solúveis e industrializados, na exportação”, afirmou Nelson Carvalhaes, presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), durante a Semana Internacional do Café. Segundo ele, o Brasil representa 38% do mercado global e caminha para atingir um share de 40% do total.
0 comentários