Na Argentina, Mendoza é um destino que deve ser explorado em etapas

por | ago 27, 2024 | Coluna, Passeios, Turismo, Viagens | 0 Comentários

A apenas 3 horas de voo de São Paulo, a cidade argentina de Mendoza é um destino que deve ser explorado aos poucos, preservando a tranquilidade e a calma que a beleza da Cordilheira impõe

Mendoza é um daqueles lugares que não devem ser visitados apenas uma vez e a minha sugestão é que a cada visita você passe de três a quatro noites, de preferência a contrafluxo, evitando a maior quantidade de turistas que costuma se concentrar aos finais de semana. A ideia é conhecer duas ou três bodegas por dia, o que pressupõe degustar vários rótulos e, após três dias nesse ritmo, é possível voltar para casa satisfeito.

A província abrange regiões produtoras distintas: Maipú, Valle de Uco e Luján de Cuyo. Você pode fazer as duas primeiras em um mesmo roteiro – que estão respectivamente a 30 km da capital –, mas deixe Luján de Cuyo, que se encontra em uma altitude superior (entre 1.000 e 1.200 metros), para uma única viagem, já que está a cerca de 80 km da cidade e o trajeto pode ser cansativo.

Saindo de Mendoza, esses três terroirs se encontram em direção ao Chile e, chegando na região de Luján de Cuyo, todas as rotas que saem da estrada principal em direção à Cordilheira dos Andes atravessam intermináveis plantações de uva, com um pano de fundo único. Adentrando essas vinhas, a imensidão coberta de neve aumenta, provocando um efeito hipnótico de tão imponente. Por lá, recomendo uma visita à Bodega Septima, que produz um dos melhores Malbec da região e que impressiona pela beleza da arquitetura de suas instalações. O lugar é de bom gosto e o rooftop oferece um verdadeiro camarote para as montanhas.

 

Mendoza – foto Georges Henri Foz

 

Vale dizer que os vinhedos são mais bonitos durante o verão, mas nessa época o calor castiga os amantes de um bom tinto e ainda mais de um Malbec. Podendo escolher, opte pelo inverno, que se estende até setembro e apresenta um visual interessante com maior cobertura de neve.

Outra parada obrigatória é na premiada Pulenta, conhecida pelo seu Cabernet Franc, variedade de uva que está em alta nos cardápios do mundo todo. Não muito longe, vale ainda passar umas horas na Bressia – bodega detentora de alguns rótulos de alta qualidade, como o Profundo e o premiadíssimo Conjuro – blend de Malbec, Cabernet Sauvignon e Merlot.

Também acho muito agradável parar em um lugar apenas por curiosidade. Foi assim que conheci um restaurante de fachada discreta, com uma placa que dizia “Bermelón, Cocina de Mercado e Casa de Vinos”. Ao entrar, é necessário passar por uma sala de estar e por uma pequena venda de vinhos, e assim se chega a um jardim que parece um verdadeiro oásis, com um bar, uma parrilla e poucas mesas espalhadas no bonito gramado (foto). Ali, degustando ossos com tutano e cortes simples de carne acompanhados de um vinho despretensioso, tive um dos melhores momentos da viagem.

De volta a Mendoza, não faltam opções para jantar. Destaque para o Los Toneles (uma vinícola desativada), a 10 minutos de carro do centro, mas que vale pelo cenário, pela comida e pela lojinha onde se pode comprar azeites de muita qualidade. Reparem que não mencionei visitas a instituições mais conhecidas, como Catena Zapata, Chandon, Escorihuela Gascón, pois acredito que Mendoza merece mais calma. O importante é que beleza natural e bom vinho não faltam na região! Hasta luego!

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