Já que não podemos visitar nossos endereços favoritos, nos resta descobrir a quem recorrer para manter o paladar satisfeito em casa.
É incrível como o paulistano adaptou o seu prazer de comer bem e a curiosidade do seu paladar ao novo normal que essa pandemia trouxe. A avaliação da refeição vai além da qualidade da comida. Há agora um novo fator tão importante chamado “entrega”. E essa entrega leva em conta não somente a rapidez do serviço, mas também a apresentação e a qualidade da embalagem.
É isso que irá determinar se podemos pôr a refeição diretamente na mesa ou se a falta de estética irá pedir para mudar o suporte, e se devemos ou não esquentar o pedido que pode ter esfriado. Por isso, os restaurantes se esforçam para garantir que clientes ora conquistados pela qualidade não deixem de consumir por problemas relativos ao delivery. Tanto que muitos estabelecimentos definem rigorosamente, e com razão, o raio de entrega.
Aqui vão algumas boas sugestões para diversos estilos de culinária que testei em casa nesse último mês. Todos aprovados em ambos os critérios, qualidade de produto e de delivery.
Começo pelo que me parece mais difícil de consumir em casa: o churrasco. Não costumo pedir, mas os cortes que melhor viajam são costela e cupim, isso é uma certeza. No Lolla Meets Fire, no Itaim, essas carnes vêm defumadas, com farofa e salsa creola ou abóbora e cebola na brasa. Por falar em costela, dessa vez suína, a do Outback (aquela com molho barbecue) também chega bem, mesmo de madrugada.
Outra pedida que pede mais precaução são as massas, que correm sério risco de passar do ponto. O Ristorantino, nos Jardins, é o campeão. Entrega um Cacio & Pepe (a massa é tonnarelli) de primeira e com ótima apresentação.
Entre os japoneses, gosto do Kenzo, na Liberdade, que já elogiei em outra coluna, e tenho outra boa surpresa, o Kosho, na Vila Nova Conceição. Além da qualidade, a embalagem é muito boa e traz, por exemplo, um temaki desmontado em compartimentos separados para você montar em casa. Assim a alga não perde a crocância e os sabores continuam distintos. Ainda trazem algo inovador: os “Kosho box” (foto), são cinco opções de box com os pratos desmontados que variam conforme a complexidade e o nível de conhecimento do cliente, todos separados em caixas com vários andares.
Para peixes e frutos do mar, o Rufino’s continua imbatível. Tanto na qualidade quanto na embalagem primorosa. O risoto de frutos do mar, o robalo no vinho branco ao forno com legumes ou a tamarutaca à húngara são excelentes. Conseguem até mandar aquele couvert maravilhoso, tudo separadinho. Um luxo!
E falar de delivery sem falar em pizza ficaria incompleto, né? Pois a minha melhor surpresa nessas semanas foi a Iza Padaria Artesanal. Isso mesmo, a padeira premiada como a melhor da cidade pela Veja SP. São discos individuais feitos com farinha italiana e fermentação natural. Vá de marinara, gorgonzola verano ou de berinjela com queijo de cabra. Surpreendentes!
Para fechar essa coluna lembro que é importante levar em conta a distância do restaurante até a sua casa… não existe entrega milagrosa.
Bon appétit e até!
0 comentários