Clássico há mais de um século, o Negroni ganha novas variações em criações autorais nos bares de São Paulo

por | nov 4, 2022 | Bares, Bebidas, Coluna | 0 Comentários

Um clássico da coquetelaria, o Negroni se tornou um dos drinques mais pedidos pelos balcões da cidade

Há tanto para se falar sobre Negroni, mas, resumidamente, costumo dizer que é o drinque mais fácil de se preparar. Basta misturar partes iguais de gim, vermute e bitter, finalizar com casca ou rodela de laranja, e pronto! Só que, ao contrário do que toda a simplicidade faz pensar, essa é uma bebida de muitas possibilidades.

Atualmente, o mercado está repleto de marcas de gim, cada uma com suas próprias características. Há também diferentes tipos de vermute, alguns intensos, outros um pouco mais doces… até o bitter, que confere o amargor característico da bebida, hoje encontramos mais opções nas pratelerias. Então aquela receita de três partes iguais já começa a ganhar outras nuances.

Negroni com gim Tanqueray, bitter italiano e vermute tinto - Foto Tales Hidequi

Negroni com gim Tanqueray, bitter italiano e vermute tinto do Bar Negroni – Foto Tales Hidequi

 

Não menosprezo a importância de ingredientes de qualidade, muito pelo contrário, pois até o gelo tem seu papel: aqueles mais cristalinos conseguem manter a bebida gelada sem se diluir. Mas, no fim, o que vale mesmo é o gosto de cada um. Apenas uma coisa é fundamental: o equilíbrio.

Tenho um particular apreço pelo visual do Negroni. Com um vermelho intenso, o drinque acaba brilhando em qualquer mesa ou balcão. Não por acaso, é um clássico há mais de 100 anos! Diz a história que surgiu em 1919, na Itália, mais precisamente no Caffè Casoni, em Florença, pelas mãos do bartender Fosco Scarcelli. A pedido do conde Camillo Negroni, Scarcelli preparou um americano com gim no lugar de água gaseificada. Em pouco tempo, a mistura passou a ser chamada de “o drinque do conde Negroni”. O resto é história…
Se por um lado o Negroni teria nascido como a variação de outro drinque, por outro deu origem a uma série de outros. Basta trocar o gim por bourbon para se ter um Boulevardier. Com prosseco, vira um Sbagliato.

Aqui no bar Negroni, do qual sou sócio ao lado de Paulo Sousa, Leticia Andrade e Felipe Schermann, desenvolvemos ao longo desses quase sete anos diversas variações mais autorais. Há o envelhecido, que repousa por 30 dias em barril de carvalho, e resulta em uma bebida mais aveludada; um que leva infusão de caramelo; e outro com água tônica, bem refrescante, que não por acaso ganhou o nome de Frescolino. Viu só quantas potencialidades?

 

Negroni Estate do Bar Negroni - Foto Tales Hidequi

Negroni Estate do Bar Negroni – Foto Tales Hidequi

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