Eliana inicia nova fase na carreira e aposta em outros formatos de programas na TV Globo e no GNT

por | ago 30, 2024 | Cultura, Entretenimento, Entrevista, Lifestyle, Pessoas & Ideias | 0 Comentários

Eliana entra em uma fase mais madura e investe em programas diferentes na TV Globo e no GNT, mantendo a leveza e uma relação próxima com seu público fiel

Quem cresceu entre os anos 1990 e 2000, sem dúvida tem alguma recordação com a Eliana. Seja logo no início de sua carreira, nos grupos musicais “A Patotinha” e “Banana Split”; como cantora solo – com os clássicos “Os Dedinhos”, “A Dança dos Bichos” e “Palavrinhas Mágicas” – ou como apresentadora infantil nos programas “Festolândia” (sua estreia na TV, em 1991) e “Bom Dia e Cia” (1993), ambos no SBT, a jovem descoberta pelo saudoso Silvio Santos marcou uma geração.

E ela segue encantando o povo brasileiro. Após se consagrar entre as crianças, Eliana se jogou no desafio de falar com famílias e um público menos infantil em programas de auditório no horário nobre das tardes de domingo. Sua transição aconteceu em 2005 com o programa “Tudo É Possível”, na Record (onde ficou até 2009), e se consolidou novamente no SBT, dessa vez com o “Programa Eliana” – no qual ficou à frente por 15 anos e se despediu definitivamente este ano para alçar um novo voo em sua trajetória.

 

foto Danilo Borges

 

Mais madura, agora aos 51 e mãe de dois filhos, ela surpreendeu a todos em junho, quando anunciou seu contrato com a Globo para atuar em outros formatos. Em agosto, a apresentadora estreou como âncora do “Saia Justa”, da GNT, ao lado de Bela Gil, Tati Machado e Rita Batista, para debater assuntos relacionados ao universo feminino. No dia 28 de novembro, apresentará o “Vem Que Tem”, na TV Globo, que é um esquenta da Black Friday. Para fechar o ano, ela comandará o especial de Natal do reality musical “The Masked Singer Brasil”, com a responsabilidade de apresentar sua quinta temporada em 2025, no lugar de Ivete Sangalo.

Em entrevista à 29HORAS, Eliana fala sobre os desafios da nova fase profissional, faz um balanço da vida aos 50 e de seus mais de 30 anos de carreira, e compartilha seus maiores aprendizados com Silvio Santos. Confira, a seguir, trechos dessa conversa:

Você inicia uma nova fase em sua carreira, agora na Globo. O que motivou essa mudança? Já era algo que planejava ou foi uma surpresa?
Essa transição de carreira acontece após meses de reflexão e planejamento, com movimentos muito pensados. Ao mesmo tempo, o convite da TV Globo foi, sim, uma surpresa. Eu diria que essa nova oportunidade é resultado de mais de três décadas de trabalho, sempre em diálogo constante e honesto com o telespectador.

Quais foram os maiores aprendizados no SBT e com o Silvio Santos?
Eu nasci como comunicadora no SBT, sob mentoria do Silvio. Sou eternamente grata por ele ter visto esse potencial em mim, na época ainda uma menina, e investido na minha carreira de apresentadora. Silvio Santos foi um dos maiores comunicadores do país e tenho o maior orgulho de ter tido a oportunidade de vê-lo trabalhar de perto. Com ele, aprendi a ter esse olhar para o futuro, de como antecipar os desejos do telespectador. Isso é essencial! Ele também me ensinou sobre a importância de entendermos o tempo certo para as coisas. Imagina, lá em 1998, quando fiz a transição do SBT para a Record, ele mesmo me encorajou a topar esse novo desafio. E me disse: ‘Na hora certa você volta’. Nunca me esqueci dessa frase e, 11 anos depois, de fato retornei à casa dele. Cresci, amadureci profissionalmente e retornei ao SBT para dividir os domingos com o maior comunicador da TV brasileira.
Pensei muito nisso enquanto refletia sobre a possibilidade de ir para a Globo, que também aconteceu no tempo certo, pouco a pouco, após uma tomada de decisão muito cuidadosa. O Silvio era um homem de negócios e, como empresária da minha própria carreira, sigo inspirada pelos talentos dele. Sempre levo esses aprendizados e experiências comigo!

 

Com Silvio Santos no Troféu Imprensa – foto arquivo pessoal

 

Como é iniciar projetos diferentes nessa fase de vida, após tantos anos na mesma emissora e no mesmo formato de programa?
Estou sempre aberta às mudanças e aos novos desafios. A frase pode parecer clichê, mas é real. Já vivi algumas transições profissionais importantes, como a que fiz do público infantil para o familiar e feminino, em 2005. Todas foram desejadas e planejadas. O novo desafio vem agora com a missão de assumir como âncora do ‘Saia Justa’, um programa que foi revolucionário na forma com que comunicava o protagonismo feminino, mais de vinte anos após a sua estreia no GNT. Estou amando esse novo momento, o convívio com ‘as saias’ e o desafio de me aprofundar em temas importantes ali no sofá.
Em 28 de novembro, comandarei o ‘Vem que Tem’, programa da Black Friday no horário nobre da TV Globo. E no mês seguinte, faço um retorno aos domingos no especial de Natal do ‘The Masked Singer Brasil’, que estreia sua quinta temporada oficialmente no ano que vem. Apresentarei quatro novidades diferentes, dialogando com públicos e temas diversos. É um desafio daqueles, mas tenho a meu favor mais de 30 anos de experiência e um tesão enorme pelo que faço.

Como você comentou, o ‘Saia Justa’ é um programa emblemático de debate e análises. Como é expressar a sua opinião de forma aberta? E como lida com opiniões diferentes?
Estou descobrindo novas versões de mim nesse processo, sabia? E acho isso uma delícia! Amo o formato do ‘Saia Justa’ por esse motivo. Historicamente, o programa é conhecido por abraçar discussões que são caras principalmente para nós, mulheres. Isso sempre foi importante para mim, me sinto feliz de estar apresentando um programa que permite que eu me aprofunde de fato nesses debates, mas agora com uma nova proposta, sugerida pelo GNT, de trazer mais leveza para as noites de quarta-feira.
É claro que algumas opiniões vão divergir nesses debates. Acho que a riqueza da coisa está aí mesmo, nessa possibilidade do diferente. É por isso também que amo o nosso elenco. Eu, Bela, Rita e Tati somos muito diferentes, com vivências e trajetórias distintas e acho que isso só enriquece a experiência de quem assiste.

 

Eliana com as apresentadoras do ‘Saia Justa’, no GNT – foto Kelly Fuzaro / globo

 

Qual balanço você faz dos mais de 30 anos de carreira? Teve algum programa inesquecível ou memória mais marcante nos últimos tempos?
Tenho muito orgulho da minha trajetória, que é cheia de momentos lindos, marcantes, outros difíceis e desafiadores… Para citar uma memória recente, nunca esquecerei do acolhimento que vivi durante as gravações da minha primeira matéria com o ‘Fantástico’, lá nos Estúdios Globo, ainda na semana em que anunciei essa transição. Foi uma tarde deliciosa, em que me senti abraçada pelo público e pelos novos colegas de trabalho também.

O que significa ter 50 anos?
Eu celebrei muito a chegada dos 50 e faço isso ainda hoje. O amadurecimento para mim significa que estou vivendo, mudando, evoluindo, e que tenho a possibilidade de ver os meus filhos crescerem. Isso é essencial para mim!

Como surgiu a sua veia artística? Você sempre quis ser apresentadora?
Foi um desejo que surgiu cedo, na infância, quando tive a oportunidade de apostar na carreira de modelo com o apoio da minha mãe. Comecei fazendo comerciais, como o ‘Meu primeiro sutiã’, aquele premiado e criado por Washington Olivetto; depois cantando. Porém, eu não me imaginava como apresentadora até o Silvio Santos ver esse potencial em mim, no início da década de 1990, após participações do Banana Split (do qual eu fazia parte) em seu programa. Ele confiou em meu carisma, mesmo sem que eu tivesse comandado um auditório antes.
Minha estreia como apresentadora foi comandando o ‘Festolândia’, um programa enorme, com cenários, personagens, balé e auditório. Estudei, treinei e me dediquei para fazer dar certo. No entanto, três meses depois o programa foi descontinuado, devido a um corte de gastos. Eu ainda era muito menina, mas super determinada, então bati na porta do Silvio e pedi mais uma chance na emissora. Ele me colocou para apresentar desenhos, em um formato bem mais modesto, mas que acabou dando muito certo. A canção dos “Dedinhos”, que nasceu devido às limitações de espaço daquele cenário, foi um sucesso! Minha carreira se solidificou e só expandiu.
Então, o meu começo na televisão foi cheio de lindas oportunidades, mas também grandes desafios. Fiz faculdade de psicologia por 3 anos, mas o desejo de dar certo nessa carreira artística se sobressaiu. Investi e deu tão certo que hoje não me imagino fazendo outra coisa.

 

Eliana nos primeiros anos do programa infantil ‘Bom Dia e Cia’, no SBT – foto arquivo pessoal

 

Quais foram as suas maiores inspirações na vida?
Minha mãe e minha irmã, porque, durante minha infância e juventude, quase não se falava sobre temas como feminismo, empoderamento e representatividade feminina. Mas, hoje, olhando para trás, entendo que minha mãe, principalmente, era uma baita feminista sem saber. Quando falo de independência e protagonismo feminino, logo penso nela, que me criou dessa forma. Além disso, tive a minha irmã Helena como modelo. Ela já era adolescente quando eu ainda era menina, então recorri a ela como inspiração em muitos momentos.

Você sempre teve uma relação muito especial com as crianças. A maternidade transformou essa relação de alguma forma?
A maternidade causou uma revolução em mim, colocou todo o resto em perspectiva. Hoje em dia sei que, se meus filhos estão felizes e saudáveis, todo o resto se alinha mais rápido. Não romantizo, pois sei que é um momento cheio de desafios, principalmente para as mulheres. Mas celebro muito a maternidade, que chegou com tudo na minha vida e me mudou para melhor.

 

Com o marido e os filhos durante férias em Paris – foto arquivo pessoal

 

Você já tem uma carreira consolidada e muitas realizações pessoais. Qual é o seu maior sonho hoje? O que ainda almeja em sua carreira?
Meu maior sonho é assistir o crescimento e amadurecimento dos meus filhos. A minha prioridade é essa. Profissionalmente, estou animada pelos próximos capítulos da minha trajetória. Tem muitos projetos legais vindo aí, são trabalhos que já me orgulham. Me sinto realizada!

Foto da capa: Danilo Borges

0 Shares

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Share via
Copy link
Powered by Social Snap