No verão, é difícil imaginar um vinho melhor para acompanhar um almoço ao ar livre, um happy hour ou um jantar do que um vinho verde gelado. Esses vinhos portugueses compartilham sabores minerais e de frutas e proporcionam uma experiência deliciosa, até mesmo para o mais exigente apreciador da mais nobre das bebidas.
Além de degustar esse vinho incrível, um patrimônio do país, você pode usá-lo como desculpa para conhecer a rota do vinho verde, que parte da cidade do Porto e percorre vários vilarejos em uma região costeira linda, montanhosa e pontilhada por vinhas.
Terroir privilegiado
O nome “vinho verde” remete à paisagem verdejante de seu berço e também ao seu inegável frescor. Já as suas características únicas vêm do terroir desse recanto do planeta, uma vez que o processo de produção é semelhante aos demais vinhos. Com denominação de origem controlada, o vinho verde pode ser branco, rosé, espumante e tinto. Em comum eles têm o frescor intenso, a elegância e a predominância de notas frutadas e florais.
Demarcada em 1908, a Região do Vinho Verde estende-se por todo o noroeste de Portugal, tendo como limites os rios Minho, ao norte, e Douro, ao sul. São nove sub-regiões produtoras – Amarante, Ave, Baião, Basto, Cávado, Lima, Monção/Melgaço, Paiva e Sousa – e várias espécies de uvas. Duas delas, as castas brancas Loureiro e Alvarinho, são as mais emblemáticas dessa região.
A Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, órgão regulador da produção, foi o anfitrião nessa viagem de sonho, que envolve também muitos goles de história, cultura e natureza.
Trilhas e vinoterapia
As vinícolas que você encontrará na rota do vinho verde variam em tamanho, estilo e tipo de produção. O que as une, além do solo e da tradição, é o acolhimento dos anfitriões. Eles recebem os visitantes calorosamente, pois seu orgulho e coração moram nas vinhas e nos barris de carvalho de suas propriedades, onde cultivam artesanalmente essas joias bebíveis.
Cada uma das quintas tem uma atração, por isso é bom reservar uma semana para curtir o lugar. A 14 km do Porto fica a Quinta das Arcas, que oferece passeios de jipe e trilhas na área rural, visitas à adega e provas de seus excelentes vinhos, queijos e azeites.
Já na Quinta de Lourosa, Joana Castro abre sua antiga e florida casa também para hóspedes. São poucos e charmosos quartos, com diárias a partir de 70 euros. O lugar é lindo, com trilhas pelos vinhedos, adega e piscina.
Com uma história que remonta a 1338, a Quinta de Carapeços é hoje tocada pelo advogado Miguel Pereira de Abreu, um apaixonado pelo mundo dos vinhos e uma ótima conversa. Agora, se o objetivo é mergulhar – literalmente – na essência do vinho verde, vale se hospedar no Monverde Wine Experience, uma referência do enoturismo. Massagens com uvas e vinoterapia atraem no spa, enquanto o restaurante seduz por sua gastronomia. Os quartos têm tons de outono para harmonizar com as vinhas que os rodeiam, um luxo.
Premiados e naturais
O Monverde fica em Amarante, nas margens do rio Tâmega, onde a Ponte de São Gonçalo é visita obrigatória nesse vilarejo repleto de monumentos românicos. Guimarães é outra cidade histórica e linda. A região está recheada de atrações nas cidadezinhas e em suas quintas. Aliás, devem constar no roteiro também a Quinta da Aveleda, em Penafiel, que tem um jardim magnífico, e a Quinta do Soalheiro, que produz vinhos premiados e um Alvarinho biológico, sem sulfitos.
O fecho dessa viagem pode ser a cidade do Porto, o ponto de partida para a rota do vinho verde. A segunda maior cidade de Portugal é também o berço do vinho do Porto, outra bebida fascinante e histórica. Mas esse roteiro fica para outra viagem… Aliás, Portugal tem mais de 250 castas de uvas cultivadas de norte a sul, o que torna o país um dos principais destinos de enoturismo no mundo. Saúde!
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