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Marketing e marcas: A evolução do merchandising

por | dez 16, 2019 | Negócios | 0 Comentários

Segundo nome no elenco, Wilson foi o principal personagem de apoio a Tom Hanks durante grande parte das duas horas e 23 minutos de duração do filme “Náufrago”.

Wilson é a bola de vôlei que “sobreviveu” ao acidente com o avião da FedEx no enredo do longa-metragem que chegou às telas do Brasil em 2001. Batizado com a própria marca, Wilson se tornou parceiro e confidente de Chuck Noland, funcionário da Federal Express, papel que deu a Hanks indicação ao Oscar de Melhor Ator.

Paolla Oliveira como a digital influencer Vivi Guedes, no comercial da Fiat. Foto: Divulgação

Nascia ali o que hoje o mundo da comunicação e do marketing conhece como “branded content”. Passaram-se 18 anos até que o Brasil tivesse seu primeiro case do gênero, realizado por meio de parceria entre uma grande marca e uma produtora de conteúdo.

Fiat e Globo, em ação criada pela agência de publicidade Leo Burnett Tailor Made, enfim apresentaram ao público um branded content inteligente. Até então, o que se via em séries e novelas eram meras ações de merchandising inconvincente, tosco e introduzido em cenas de forma forçada, fácil de ser percebido pelo público.

Vivi Guedes, personagem da atriz Paolla Oliveira no folhetim “A Dona do Pedaço”, mudou essa história. Influenciadora digital no roteiro, ela assumiu esse papel no mundo real e, com apoio da emissora, realizou uma interessante ação para a marca. Além de atuar também em redes sociais com o nome da personagem, ainda foi a estrela de um comercial “ao vivo” durante a exibição da novela.

A ação quebrou paradigmas. A peça publicitária foi gravada pela primeira vez por uma equipe e nos próprios estúdios da Globo, em uma combinação inédita entre as áreas comercial e de dramaturgia da emissora.

A personagem ainda apareceu na vinheta do intervalo da atração preparando-se para gravar um comercial de automóvel, o que acabou acontecendo na ficção e na realidade. Não se sabe se, ao criar Vivi Guedes, o autor Walcyr Carrasco imaginou ação dessa natureza, assim como William Broyles Jr. ao escrever o roteiro de “Náufrago”.

De qualquer forma, ao idealizar uma digital influencer, ele proporcionou a oportunidade para isso acontecer. Antes de Fiat, Vivi Guedes chegou a realizar postagens publicitárias em seu Instagram para as marcas Avon e Casas Pernambucanas.

O que ficou de lição para o mercado é que é possível seguir o exemplo de Wilson, quando há interação entre quem produz, as marcas e quem realmente pensa comunicação.

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