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Presidente da ABF, André Friedheim explica por que o franchising se mantém forte mesmo em meio a sucessivas crises

por | out 2, 2019 | Franquias | 0 Comentários

“Fomentar o franchising brasileiro para que ele se mantenha próspero, sustentável, inovador, inclusivo e ético”. É assim que André Friedheim, presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), define o propósito da instituição que coordena. Fundada em 1987, a entidade representa oficialmente o sistema de franquias nacional em toda a sua pluralidade.

Setor de franchising continua forte, segundo Friedheim

André Friedheim, presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF)

Atualmente, a ABF conta com mais de 1380 associados em todo o país. Franqueadores, franqueados, advogados, consultores, fornecedores e stakeholders constroem a organização voltada para aperfeiçoar este mercado de sucesso.

Quem decide investir em uma franquia já sai na frente, segundo Friedheim. Entre as vantagens, há o fato de que o modelo de negócio já é desenhado e testado. “O franqueado tem acesso a processos, tecnologias, fornecedores, poder de compra, ações compartilhadas e o conhecimento de um empresário mais experiente, o franqueador. Por fim e tão importante quanto, o empreendedor opera com uma marca já reconhecida, e que ajuda na atração de clientes”, diz Friedheim.

Qual é o perfil do franqueado atualmente?

Assim como o franchising e o próprio Brasil, o perfil do franqueado é muito variado. Como traços comuns posso citar a faixa etária entre 30 e 55 anos, algum grau de experiência profissional e a graduação. Temos um bom equilíbrio entre homens e mulheres, embora o primeiro ainda predomine. Grande parte também já teve algum negócio próprio, mas vem crescendo os empreendedores de “primeira viagem”.

A maior parte dos empreendedores está concentrada nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Eu diria que são profissionais que acreditam na força da iniciativa privada, na economia do Brasil e nos benefícios da atuação em rede.

Qual foi a influência da crise econômica nesse mercado?

A crise, certamente, estimulou o empreendedorismo por necessidade, ou seja, muitas pessoas abriram seu primeiro negócio por falta de oportunidade no mercado de trabalho. Aparentemente, podemos achar que se trata de um público menos preparado, mas a maior parte desse grupo é formada por executivos de carreira que, demitidos ou sem perspectivas em suas empresas de origem, optaram por esse modelo de negócio.

O setor de alimentação é responsável pelo primeiro emprego de grande parte de jovens brasileiros

Também houve o crescimento de jovens, que decidem se lançar no empreendedorismo diretamente pelo franchising. A porcentagem desse perfil ainda é pequena, mas se faz presente. Creio que a crise também deixou empreendedores e redes mais criteriosos em sua seleção. Vemos que os candidatos a franqueados têm estudado mais o setor, o segmento e a rede de interesse.

O que o franchising representa para o país hoje?

Um forte polo gerador de postos de trabalho formais e formador de mão de obra. De acordo com nossa última pesquisa, no segundo trimestre houve um aumento de 10% no número de empregos diretos do franchising, frente ao mesmo período de 2018. O total de trabalhadores registrados subiu de 1.224.987 para 1.348.235. Esse desempenho foi impulsionado pela significativa abertura de novas unidades e pelas novidades introduzidas pela reforma trabalhista. O franchising também tem um longo histórico de empregar jovens, especialmente no setor de alimentação. Eles são treinados, orientados tanto pelo franqueado como pela franqueadora, dando os primeiros passos em suas carreiras.

Quais são as expectativas para 2020? Em que setores devemos ficar de olho?

Até o final de 2019, o setor deve crescer cerca de 7%. Frente às incertezas que enfrentamos este ano não é um resultado ruim, mas esperamos que em 2020 o franchising acelere e chegue a registrar um crescimento próximo de 10%. As reformas da previdência – tributária e, quiçá, administrativa, impulsionarão a confiança dos agentes econômicos.

Todos os negócios têm riscos. Há um índice de risco médio no investimento em franquias? Quando comparado a outros empreendimentos, ele é menor?

O franchising é, comprovadamente, um modelo de negócio com menor risco. A taxa de mortalidade do setor há anos está em torno de 5%, enquanto em um negócio isolado ela pode ser superior a 30%. Isso porque a franquia oferece acesso a um modelo de negócio, produto ou serviço já formatado e testado. Dá acesso também ao compartilhamento de recursos, estratégias e ações, tendo sempre a supervisão e treinamento da franqueadora. Operar com uma marca já reconhecida e com fornecedores credenciados também faz toda a diferente. Logo, é todo um ambiente mais preparado para empreender, ainda mais para quem está abrindo seu primeiro negócio.

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