Inaugurada em 1908 com a finalidade de ser uma hidrelétrica, hoje a Represa de Guarapiranga não cumpre mais sua finalidade inicial. Além de ser a única opção de lazer náutico na capital paulista, funciona como um importante reservatório de água, abastecendo cerca de 4 milhões de pessoas das regiões sul e sudoeste de São Paulo.
Entre 2009 e 2011, a situação da represa era de alerta. Além do esgoto não tratado de quase mil famílias que viviam no entorno de forma irregular, sem sistema de coleta e pré-tratamento, via-se muito lixo no local. Sofás, pneus, garrafas, brinquedos e até carcaças de carros velhos eram encontrados nas águas. As plantas aquáticas que se alimentam dos nutrientes da poluição e do esgoto formavam um “tapete” verde, que impedia os barcos de navegarem nessas águas.
Uma ação conjunta envolvendo estado, prefeitura e Sabesp, com apoio dos clubes situados no entorno da represa, colocou em prática um plano de contingência eficaz: a instalação de redes nas principais entradas, onde rios e córregos desembocam nas águas da Guarapiranga. As redes seguram todo esse lixo e, diariamente, um barco da Sabesp faz a coleta.
A companhia também desenvolveu um projeto para a retirada dos resíduos que estão no fundo do manancial em parceria com a Fundação de Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf), da Unesp. Trata-se de um barco com braço hidráulico que consegue coletar resíduos de plástico e móveis até seis metros de profundidade.
“Mas ainda há muito o que ser feito, como evitar novas invasões nas áreas de manancial e instalar redes de esgoto em todo o entorno”, diz o advogado e velejador Enrico Francavilla, que mora com sua família na beira da represa.
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