Antigamente, muitos ortodontistas sugeriam a remoção de dentes antes de colocar o aparelho. Se esses dentes arrancados eram fundamentais ou se iriam interferir na mastigação, pouco importava: nessa fase, a ortodontia focava na estética. Essas extrações, inclusive, eram a solução número um para a maior parte dos problemas dentários, até para uma dor de dente. Por essas e outras, era comum chegar aos 60 anos banguela e usando dentadura.
Hoje a ortodontia tem outros objetivos além do sorriso bonito. “Os dentes têm diversas funções relativas à boa saúde. Além da mastigação, a fala, a respiração e o sono melhoram com a correta oclusão. Nossa meta é que o paciente chegue à velhice com todos os dentes na boca e todos em pleno funcionamento”, afirma a ortodontista Vânia Maria Guimarães Ferreira.
Este conceito, que coloca em protagonismo as funções dentárias, é chamado de “Ortodontia Funcional” e foi desenvolvido pelo professor japonês Sadao Sato. De acordo com ele, “nós temos de nos preocupar mais com a função e com todo o organismo. Não é apenas um problema de estética e de auto-estima, mas de saúde”.
Há cinco anos, Marisa Botelho, ortodontista sediada em Campinas, estuda e incorpora a filosofia de Sadao Sato. Ela conta que uma grande mudança nos tratamentos ortodônticos é o diagnóstico focado na causa do problema. “Independentemente da técnica utilizada, o importante é identificar a causa das maloclusões. Temos tido muito sucesso, inclusive reduzindo o tempo do tratamento e o número de intervenções cirúrgicas”.
Outro avanço é a possibilidade de trabalhar com técnicas menos invasivas. Esse é o caso do Invisalign, sistema criado nos Estados Unidos com alinhadores – placas de plástico removíveis, moldadas em impressora 3D e feitos sob medida. O sistema é a menina dos olhos para os que fogem do aparelho fixo tradicional, com bráquetes metálicos. “Meus pacientes adoram, pois é mais confortável, higiênico e discreto”, afirma Dra. Vânia, ortodontista há 40 anos e expert na técnica Invisalign há mais de dez.
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