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O 1º Fórum de Mobilidade Urbana do Estadão/99

por | fev 6, 2018 | Mobilidade | 0 Comentários

“Afinal, queremos mover gente ou veículos?”

A pergunta do título, feita por Luis Antonio Lindau, diretor do WRI Brasil Cidades Sustentáveis, mostra como estamos perdidos no que se refere à mobilidade. Metrópoles como São Paulo criaram modelos urbanísticos voltados para os carros, e não para as pessoas. O triste resultado é colhido há décadas, e o símbolo mais evidente é a i-mobilidade dos congestionamentos – neles, se veem uma grande maioria de carros com apenas uma pessoa, outro dado que destaca o individualismo na vida da capital paulista.

Mas há esperança. No 1º Fórum de Mobilidade Urbana Estadão, patrocinado pela 99, que aconteceu em dezembro em São Paulo, especialistas e pesquisadores trouxeram algumas ideias que podem nos fazer refletir sobre um jeito melhor e mais inteligente de viver e se mover:

“Existem quatro elementos que podem causar uma mudança na mobilidade: a revolução energética, com veículos elétricos e sustentáveis; a direção autônoma; o compartilhamento de carros; e uma atitude proativa do governo. Melhorar a mobilidade depende do governo, das empresas e de todos nós. A governança está estática, e ela é despreparada para lidar com a economia compartilhada. Mas nós temos muito trabalho pela frente.” Ciro Biderman, professor da FGV e pesquisador

“Afinal, queremos mover gente ou veículos? Precisamos melhorar a mobilidade humana e não a dos veículos. Desestimular o uso do automóvel. E desestimular não é proibir. As cidades que estão reduzindo a poluição do ar fazem isso. Na mobilidade, a inovação tecnológica sustentável é a que aumenta a sustentabilidade das cidades. Vamos pensar no todo, no coletivo, e não no individual.” Luiz Antonio Lindau, diretor do WRI Brasil Cidades Sustentáveis

“Além do tempo que o trânsito rouba da gente, cada cidadão também sente no bolso o custo altíssimo do transporte. Paga-se muito por pouca eficiência. A família média brasileira gasta 20% da renda com transporte, boa parte com transporte privado. O custo do transporte público também é muito maior do que em outras grandes metrópoles. Equivale a 17% do salário mínimo em São Paulo e no Rio de Janeiro, um peso enorme se compararmos, por exemplo, com o gasto do morador de Xangai (4%).” Peter Fernandez, CEO da 99

“Em São Paulo temos 12 milhões de pessoas, 8,3 milhões de veículos, segundo dados do Detran de 2016, e 45% de viagens feitas por pedestres. Apesar de um terço dos deslocamentos ser feito a pé, o carro ocupa a maior parte do espaço, cerca de 80% do sistema viário. Esse é o reflexo de uma verdadeira doença das cidades brasileiras, desenhadas para os automóveis. Vamos mudar essa realidade, valorizar o pedestre e o ciclista, proteger o ser humano. É ele o verdadeiro rei no universo da mobilidade.” Sérgio Avelleda, Secretário Municipal de Mobilidade de São Paulo

“Os transportes afetam a saúde das pessoas e a sustentabilidade das cidades. Precisamos mudar o paradigma, o nosso comportamento e renunciar ao sonho vendido durante décadas do carro individual, construindo um novo sonho de compartilhamento e uso de diversos modais, com base no transporte coletivo e no transporte ativo”. Carolina Tohá, cientista política e ex-prefeita de Santiago

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