logo
logo

Artista plástico Túlio Fagim retrata o trajeto da água da chuva em ensaio

por | mar 12, 2020 | Cultura | 0 Comentários

A convite da 29HORAS, Túlio Fagim produziu um ensaio sobre o caminho percorrido pela água da chuva. Inspirado no conto “O Voo do Mar à Metrópole”, o carioca fez uma série de pinturas de técnicas mistas que ilustram um processo que começa no oceano Atlântico, atravessa a floresta amazônica, contorna a Cordilheira dos Andes e termina na cidade de São Paulo.

Ensaio de Tulio Fagim

Na sequência, o rio voador, que vem do mar, vai em direção à floresta amazônica, bate na Cordilheira dos Andes, e então chega em São Paulo

Nos últimos anos, o pintor tem se voltado para o tema paisagens e busca inspiração na riqueza de formas da Mata Atlântica. “Não tenho grandes pretensões filosóficas com a minha arte, minha procura é mais estética. Eu a faço porque me faz feliz e espero que ela possa trazer um pouco de luz para as pessoas. Gosto de trabalhar com paisagens, e em especial o mato, porque é muito real e próximo de mim. Vou todo dia para uma pequena reserva de Mata Atlântica no meio de São Paulo e procuro ilustrar aquele mato à minha volta com um olhar atual”, comenta o artista.

O fenômeno natural retratado nesta série é explicado, de forma bem resumida, por Renato Braghiere, meteorologista com PHDs na Universidade de Reading e na NASA Jet Propulsion: “No oceano Atlântico, na linha do Equador, o calor intenso gera um processo de levantamento de ar quente e úmido. Os ventos alísios (que sopram do leste para o oeste) direcionam esse ar para cima da floresta amazônica. Ao se deparar com a Cordilheira dos Andes, esse ar quente condensa e chove ao chegar, o que alimenta os rios e, consequentemente, a floresta. Árvores grandes, como as da Amazônia, têm acesso a águas mais profundas e com as suas raízes transpiram pelas folhas, mantendo a umidade da floresta. Ao bater na cordilheira, os alísios mudam de direção e levam esse vento para a região sudeste e centro-oeste do Brasil, trazendo com eles essa umidade extra que forma a chuva”.

0 comentários
Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *