O cuidado com o lugar onde vivemos é um afeto com nós mesmos e com aqueles que moram com a gente. Dividir tarefas domésticas é compreender que aquele espaço pertence – no amor, mas também na responsabilidade – a todos que moram debaixo do mesmo teto, de forma igualitária.
Nesta quarentena, reparamos em cada canto da casa. Aquele pó atrás do móvel da televisão, o chão encardido do banheiro e nas louças que se acumulam na pia. Não existe milagre, infelizmente e ainda. É sempre hora de agir e dividir! Afinal, a semana continua tendo sete dias e o dia, 24 horas.
Na minha casa, hoje (quinta-feira), é dia de arregaçar as mangas e lavar, muito bem lavado, o banheiro. Descobri que essa atividade chata e verdadeiramente braçal tem um potencial terapêutico neste isolamento social. Quem diria? Limpar a casa é limpar um pouco a nossa cabeça, deixar o medo desta pandemia e a saudade dos dias de festa com amigos ir um pouco para o ralo.
Para aqueles que sempre pagaram alguém para prestar esses serviços em suas casas, é hora de lembrar como se faz algumas tarefas. Todo mundo precisa aprender como se cuida de uma casa. Espero que todos possam ter a sua um dia e, cuidá-la, é ser grato por esse direito e essa conquista. E, quando nossos dias voltarem para o eixo, podemos reconhecer ainda mais o trabalho daquelas e daqueles que nos oferecem esse trabalho.
A pandemia de coronavírus nos deixa assim, filosóficos sobre atividades tão marginalizadas na rotina das grandes e pequenas cidades. Observar é um privilégio deste momento. Agora, minha irmã me chama para ajudá-la no jantar, vou contar para ela um pouco dessa reflexão.
Até logo!
0 comentários