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Startup de educação, Digital House busca aproximar experiência acadêmica do desafio corporativo

por | fev 1, 2019 | Negócios | 0 Comentários

Edney Souza na escola de programação Digital House

A trajetória de Edney Souza se confunde com a própria história de internet brasileira. Conhecido no mercado como Interney, em virtude de seu antigo blog homônimo, um dos mais populares do país no final da década passada, ele dirige a Digital House, especializada em programação digital.

A escola oferece diversos cursos, como desenvolvimento de web, de mobile, marketing digital e até gestão de negócios digital, com foco na formação prática. Em outras palavras, os alunos aprendem trabalhando, experimentando e até empreendendo.

Um dos primeiros profissionais brasileiros a descobrir meios para monetizar o seu trabalho na web, Souza é também professor de marketing digital da ESPM e curador da Social Media Week São Paulo, além de consultor.

Seu histórico de caminhos profissionais não convencionais e sua bagagem como empreendedor permitiram que ele criasse uma visão bem peculiar a respeito de quais são os aprendizados que o novo executivo deve desenvolver. Confira na entrevista abaixo:

Quais são as potencialidades que o executivo precisa ter para uma carreira mais próxima do sucesso?

É importante conhecer a tecnologia, mas antes de mais nada é importante entender que essas tecnologias mudaram o dia a dia do consumidor e dos funcionários. Esses novos consumidores e funcionários demandam uma nova postura da empresa, é uma mudança cultural que tem de acompanhar a mudança tecnológica para alcançar o sucesso.

O que tem mudado em termos de educação e formação para o mercado executivo nos últimos anos?

O mercado tem priorizado os cursos livres, uma vez que a velocidade de mudança é grande. Além disso, saímos dos cursos e palestras motivacionais e estamos entrando numa era mais pragmática. Não basta mais saber o que é transformação digital e falar que ela é importante. É preciso implantá-la na empresa. Não basta mais saber que é necessário uma mudança de cultura, é preciso saber como implantar essa mudança de cultura.

Como definir esse cenário de aprendizado na área executiva?

Estamos vivendo uma desmaterialização dos processos. Aprender a trabalhar de forma descentralizada e ágil acaba sendo disruptivo para o executivo moderno. Como as pessoas podem trabalhar em qualquer lugar e horário, esse é um paradigma que choca as empresas quando estamos explicando algo sobre cultura digital.

Qual a importância de uma cultura acadêmica de qualidade para a formação dos executivos de hoje?

É preciso preparar profissionais experientes para ter uma postura pedagógica adequada para transferir conhecimento. Uma cultura acadêmica clássica, sem experiência prática, torna as coisas mais difíceis para o executivo que precisa entregar resultados rápidos.

Quais são os principais desafios e oportunidades para fomentar o mercado executivo?

Aqui na Digital House nosso maior desafio em 2018 foi encontrar dentre os profissionais com bagagem prática aqueles que tinham aptidão para o ensino e treiná-los nas práticas pedagógicas. Trazer dinâmicas e workshops para a sala de aula para tornar a experiência acadêmica mais próxima do desafio corporativo.

A educação para o público executivo está em qual nível no Brasil, se compararmos com os países mais avançados?

Ainda se dá muito mais valor ao papel (diploma) do que à prática. Mas o cliente quer resultados. Nós damos certificados, mas estamos mais preocupados com o resultado que o nosso aluno irá ter no mercado de trabalho. Em países mais avançados o sucesso é medido pelo resultado obtido, independentemente da formação. Aqui ainda estamos trabalhando nesse descolamento.

Qual é o nível das nossas escolas especializadas?

Faltam programas pragmáticos e com professores experientes. Ainda focamos muito no modelo aula-palestra.

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