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Como investir: saiba como o esforço se torna motivador essencial para o investidor

por | abr 1, 2019 | Negócios | 0 Comentários

Mercado financeiro: se, só de ouvir essa expressão, você fica arrepiado e já se sente um ignorante, mantenha-se tranquilo. É preciso muita calma nessa hora.

Há perspectivas positivas para o Brasil. Então, este é o momento para começar a fazer seu dinheiro trabalhar para você. Diariamente, o “tal mercado” oferece ótimas opções de investimentos, com retornos bem razoáveis em suas aplicações – que podem garantir o sucesso financeiro em curto, médio e longo prazos, dependendo do objetivo do investidor.

Mas se você é daquelas pessoas que acreditam que gerente de banco é seu amigo (com conta gorda, ele até pode ser um bom papo regado a cafezinho), você pode estar perdendo dinheiro, muito dinheiro. Porque o gerente trabalha para o banco, vai oferecer produtos que interessam ao banco, para atingir as metas do banco – que quase sempre não coincidem com as suas.

É preciso cuidado, sim. Os grandes bancos – chamados de “bancos de varejo” na linguagem do mercado financeiro, o “mercadês” – costumam cobrar altas taxas e comissões em seus investimentos. Provavelmente, o gerente vai mencionar um monte de siglas [como COE, LCI e LCA, por exemplo], que significam modos de investir, mas que para você é grego. Isso, claro, envolve riscos, tipos de liquidez [prazos para o resgate da aplicação] etc. Enfim, se você quer mesmo aumentar seu patrimônio pessoal, é preciso parar e pensar na velocidade com que pretende obter ganhos e também definir os riscos que aceita correr para alcançar suas metas.

Não é à toa que está aumentando no país a busca por plataformas de investimentos digitais, mantidas por corretoras e bancos de investimentos, que não cobram taxas como os bancos de varejo fazem sob codinomes como: “carregamento”, “administração”, “tarifa de saque”, “taxa de custódia” e “bolsa de serviços” – que às vezes reduzem ou até anulam os rendimentos. Como as corretoras e bancos de investimentos conseguem oferecer produtos com menores custos para os investidores que os grandes bancos? Um dos motivos é a arquitetura aberta de suas plataformas.

Ou seja, nelas há produtos de diversas instituições num mesmo lugar. Nos chamados “bancos de varejo” são ofertados apenas os produtos do próprio banco. Isso reduz de forma significativa o leque de escolha do investidor, impedindo a comparação com outros produtos oferecidos no mercado por outras instituições. Há corretoras, por exemplo, em que você não paga um centavo para abrir a conta e mantê-la. Além disso, o cliente tem – em algumas delas – isenção de taxas de custódia de renda fixa, de Bolsa, Tesouro Direto e tarifas de TED para retiradas.

A primeira coisa a fazer quando se quer aplicar dinheiro é, de acordo com André Bona, educador financeiro e parceiro de conteúdo do banco de investimentos BTG Pactual, o próprio interessado sair em busca de informações sobre os tipos de investimentos – que formam dois grupos majoritariamente: os de renda fixa, em geral mais seguros e com rendimentos mais previsíveis, e os de renda variável, com mais riscos.

O segundo passo é esclarecer algumas questões, mesmo que o valor a ser investido não seja uma fortuna. As respostas, segundo Bona, vão ajudar a revelar características do investidor. Ele lista dez perguntas básicas, que estão a seguir.

1) Quais são seus sonhos de curto, médio e longo prazos?
2) Qual a prioridade de cada um deles em sua vida?
3) Qual é o valor monetário deles e quanto tempo você levaria para alcançá-los?
4) Qual seu nível de endividamento [compensa mais investir ou pagar as dívidas]?
5) Quanto dos ganhos mensais pode virar investimento?
6) Quanto tem de reservas?
7) Elas manteriam seu padrão de vida por quanto tempo?
8) Quanto do valor do investimento pode ser perdido, sem que você entre em desespero e mude de estratégia?
9) Você é daquelas pessoas que realizaria o prejuízo na primeira queda de curto prazo, mesmo considerando que houve uma boa análise do investimento?
10) Ou se manteria calmo e insistiria na aplicação, por entender que o ganho virá no longo prazo?

Questões respondidas – que se referem ao tempo e à quantia a ser aplicada, expectativa de rendimento e o motivo
do investimento –, você terá um esboço de seu próprio perfil e saberá, então, os riscos que pode assumir, sem comprometer o seu patrimônio nem a sua saúde. Sim, a sua saúde! Porque quando se investe em renda variável (Bolsa de Valores, por exemplo), o estômago pode ficar embrulhado quando as ações despencam. Ou levar o investidor à Lua quando elas disparam. Na alta, o investidor inexperiente se empolga e compra tudo e, na baixa, ele vende os papéis na bacia das almas e ao toque de caixa. Para André Bona, o problema é que “o mercado de renda variável pode impor perdas se o investidor não souber lidar com essa gangorra de emoções”.

Segundo os especialistas, ao mesmo tempo em que você reconhece o seu perfil é preciso alinhar os seus objetivos aos produtos disponíveis no mercado financeiro. “Afinal, investir alguns meses para o casamento do filho ou para comprar um carro zero não é o mesmo que guardar dinheiro para comprar ou reformar um imóvel no prazo de cinco anos ou garantir uma aposentadoria razoável”, explica Bona.

Nessa hora, principalmente o investidor novato de perfil moderado, que já pode querer apostar em renda variável, precisa de um “intérprete”. Ou seja, de um assessor financeiro confiável para tirar dúvidas e orientá-lo. A medida principal para o iniciante no mundo incerto da renda variável – sujeito a chuvas e trovoadas e onde o apressado não come cru, simplesmente passa fome – é buscar o suporte de uma equipe experiente, capaz de lidar com o grande número de informações que o mercado gera diariamente. Aí, é preciso informar-se sobre a credibilidade e transparência de corretoras e bancos de investimento.

Cristiane Macedo, assessora financeira da Messem Investimentos, uma das parceiras da XP Investimentos, afirma que tem um time de especialistas à disposição, que oferecem em sua plataforma digital (leia-se em site da internet) análises detalhadas. “Temos mais de 400 fundos de diversos gestores e podemos acompanhar o cliente até por telefone a lidar com a plataforma e fazer suas aplicações”, afirma ela.

Com dez mil clientes e R$ 4,6 bilhões em custódia, a Messem tem como diferencial a assessoria pessoal dada aos clientes. Esse assessor trabalha como se fosse um “personal trainer” das finanças pessoais. “Temos uma metodologia própria para identificar o perfil do investidor. Fazemos questão da visita pessoal, acreditamos no olho no olho. A transparência traz confiança à relação com o cliente na hora de decidir em que investir”, ressalta Wilson Lima, sócio da corretora. Para dar esse atendimento personalizado, a Messem conta hoje com uma equipe de 90 assessores, focados em clientes de classe média alta e com fôlego para realizar um aporte inicial maior de investimento.

No espectro da economia brasileira há atualmente corretoras para todos os gostos e bolsos. De qualquer modo, dependendo do escritório, o aporte mínimo para começar a investir pode variar, por exemplo, de R$ 500 a R$ 100 mil. “A melhor maneira para novatos investir em Bolsa é começando com um valor mais baixo”, sugere Bona. Dessa forma, ele combina bons retornos com riscos menores e aplica em fundos de investimento.

Segundo Rafael Panonko, analista-chefe da Toro Investimentos, corretora conhecida pelo foco em ações, o sucesso dos investimentos depende do conhecimento sobre o mercado e a capacidade de perceber aplicações que se alinham ao perfil e ao objetivo do investidor.

O fato de o banco Itaú ter comprado 49% das ações da XP, uma das maiores corretoras do Brasil, serviu para “chancelar” o modelo de negócio das corretoras – que atualmente oferecem variados produtos financeiros sem cobrar tarifas. Pelo acordo aceito pelo Banco Central, porém, é vedado ao Itaú adquirir o controle da XP. Se antigamente a palavra “corretora” assustava, sendo associada só ao mercado de ações em Bolsa, hoje esse paradigma caiu.

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