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Franchising: um mercado resiliente

por | jun 28, 2018 | Franquias | 0 Comentários

Em maio desse ano, a Associação Brasileira de Franchising (ABF) divulgou dados do desempenho do primeiro trimestre de 2018 do franchising nacional. Como é de costume, mais uma vez o setor de franquias mostrou resiliência diante de um cenário nacional com demanda irregular e incertezas no campo político.

No primeiro trimestre deste ano, a receita do setor registrou um crescimento de 5,1% em relação ao mesmo período de 2017. O faturamento passou de R$ 36,890 bilhões para R$ 38,762 bilhões. Considerando-se os últimos 12 meses, o crescimento foi de 7% (variação de R$ 154,426 bilhões para R$ 165,190 bilhões).

“Frente ao atual cenário da economia brasileira, consideramos este desempenho positivo, pois foi registrado em um período de inflação muito baixa – ao contrário do primeiro trimestre de 2017 – e de início da recuperação de uma das mais longas crises que o país já viveu”, afirma Altino Cristofoletti Junior, presidente da ABF. “O franchising continua a investir na eficiência de suas operações, no desenvolvimento de formatos mais enxutos e na busca de novos mercados, canais de venda e públicos como forma de manter seu desenvolvimento”.

Também houve uma elevação de 0,9% no número de empregos diretos do setor no trimestre, totalizando 1.199.861 trabalhadores. Outra parte interessante da pesquisa é a análise dos segmentos do franchising. Entre os segmentos que apresentaram maior variação de crescimento nos meses de janeiro a março deste ano, Hotelaria e Turismo teve um faturamento maior em 14,9%, em comparação com o mesmo trimestre de 2017.

Destaque ainda para o segmento de Alimentação, com um crescimento de 6,6%, semelhante ao registrado no mesmo período do ano passado. É um segmento já consolidado, reflexo do trabalho realizado pelas marcas em oferecer novos modelos para o mercado. Outros motivos do aumento de receita podem ser o aprofundamento do hábito de se alimentar fora de casa e das constantes ações de comunicação para atrair o consumidor.

Ricardo José Alves, CEO da Halipar, uma das maiores holdings de  franchising no segmento de alimentação do Brasil, detentora de marcas como Montana Grill e Grilleto, comenta sobre o segmento: “O setor de alimentação é bastante resiliente em momentos de crise: é sempre o último a sentir e o primeiro a se recuperar. No primeiro trimestre, a economia não teve o desempenho esperado, o que é natural num ambiente de incertezas políticas. O crescimento ainda é tímido, mas é perceptível uma mudança de humor no mercado. Acredito bastante na retomada do país após as eleições”.

Outros nichos mostraram um crescimento mais contido, como o de “Saúde, Beleza e Bem Estar”, com 1,5%, se comparado ao mesmo período de 2017. Ainda assim, obteve no total um faturamento de mais de R$ 7 bilhões.

Para Murilo Piotrovski, CEO da GrandVision no Brasil, líder mundial no varejo ótico, o início do ano trouxe um fortalecimento do mercado e para ele haverá uma retomada no segmento. “Para nós, o setor ótico atende uma necessidade básica com correção visual e, por conta disso, não sofremos tanto com a situação do mercado como outras empresas”, afirma Murilo. “Hoje, a GrandVision conta com aproximadamente 100 lojas, entre franquias e próprias, e estamos muito satisfeitos com os resultados da nossa expansão por meio do franchising, com planos de dobrar o número de unidades até 2019”.

E quando uma empresa detém marcas de diferentes segmentos do franchising, isso ajuda ou atrapalha? A SMZTO, holding de franquias multissetoriais, lida bastante com esta questão, pois engloba marcas nos ramos de educação, saúde, beleza, entretenimento e alimentação. Entre as marcas estão nomes como PartMed, LifeUSA e OdontoCompany.

“Gerenciar empresas de diversos setores é muito positivo, porque cada setor tem a sua peculiaridade, então aprendemos muito com isso”, pondera Daniel Guedes, CEO da SMZTO. “Quando um setor está indo melhor do que o outro é possível equilibrar as coisas. Com nossa atuação em várias frentes conseguimos ainda criar melhores condições de carreira para a equipe, negociar com fornecedores de áreas como mídia, contabilidade, auditoria etc”.

Baseando-se nos dados do 1º trimestre de 2018, a ABF projeta que até o fim deste ano o setor cresça entre 7% e 8% em termos de faturamento, 3% em número de unidades, 3% em volume de empregos diretos e estabilize o número de redes franqueadoras.

“Vamos acompanhar de perto o desenvolvimento dos indicadores macroeconômicos e o campo político”, observa Altino Cristofoletti. “Essa melhora pode abrir caminho para um desenvolvimento mais vigoroso do franchising nacional nos próximos trimestres”.

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