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Especial Saúde: A contribuição da tecnologia nas cirurgias

por | ago 1, 2018 | Saúde & Bem-estar | 0 Comentários

Foto de rawpixel via Unsplash

Cirurgia robótica

A medicina está em constante mudança e durante a sua história é possível observar marcos verdadeiramente revolucionários. Tratamentos que hoje temos como básicos e indispensáveis são frutos de décadas de evolução e estudo. Basta imaginar que havia uma época em que realizar cirurgias sem o uso de anestesia era uma realidade.

Já houve grandes conquistas, como o surgimento dos exames por imagem e também da videolaparoscopia – intervenção cirúrgica minimamente invasiva e com auxílio de vídeo. A cirurgia com apoio da robótica é, na verdade, usada como um upgrade desta técnica, tendo surgido no início dos anos 2000, inicialmente muito forte na urologia, principalmente no tratamento do câncer de próstata.

O cirurgião oncologista e líder médico da Cirurgia Robótica do A.C. Camargo Cancer Center, Stênio de Cássio Zequi, comenta: “O primeiro passo foi a saída da cirurgia aberta para as minimamente invasivas. As incisões diminuíram e surgiu a videolaparoscopia. Os europeus desenvolveram bastante essa técnica que tem, contudo, algumas limitações. Ela permite uma visão 2D, sem noção de profundidade, e as pinças não são articuladas. Além disso, o cirurgião opera em pé, o que cansa mais. Nesse sentido, cirurgias mais complexas, que exigem, por exemplo, a reconstrução de um órgão, ficam mais trabalhosas. Por isso, a robótica foi uma evolução”.

Stênio menciona algumas das vantagens: “A assistência robótica permite que o cirurgião tenha uma visão tridimensional. Você ganha noção de profundidade, uma qualidade superior de visão, e as pinças são articuladas, o que permite mais movimentos.”

Além disso, ele observa que o paciente tem seu tempo de internação reduzido – até porque tem um sangramento menor –, com a vantagem de poder voltar mais cedo a suas atividades profissionais ou mesmo esportivas. Isso também interfere no próprio ambiente administrativo hospitalar, uma vez que o paciente fica menos tempo no leito.

O A.C. Camargo Cancer Center alcançou em julho a marca de duas mil cirurgias robóticas realizadas em cinco anos. Entre seus equipamentos estão o robô Da Vinci e o HIFU, um ultrassom de alta intensidade – é uma técnica minimamente invasiva que ataca, de forma focalizada, alvos diminutos e os destrói sob uma temperatura de 90 graus.

Inteligência Artificial para o diagnóstico

Se existe um avanço tecnológico que pode ser a próxima revolução na medicina, ele é a Inteligência Artificial. O conceito de Inteligência Artificial é amplo e abrange uma variedade de subcampos e técnicas, como aprendizado de máquina (machine learning) e processamento de linguagem natural. Uma das empresas mais reconhecidas nessa área é a IBM, criadora do IBM Watson, plataforma de inteligência artificial na nuvem para negócios que tem como objetivo emular algumas das capacidades cognitivas dos seres humanos como aprendizado (por meio da coleta de resultados e feedback) e entendimento (pelo processamento e a interpretação de dados em grande escala).

No caso do Watson Health, a plataforma é voltada para solucionar grandes desafios do setor de saúde, como oncologia, diabetes e desenvolvimento de novas drogas, entre outros.

Gustavo Bravo, especialista nas soluções de Watson Health e responsável pelo suporte a clientes, menciona alguns cases de uso da IA no Brasil: “No Instituto do Câncer do Ceará, é utilizada a plataforma de suporte à decisão médica, Watson for Oncology, que auxilia o médico na coleta de informações do paciente e explora opções de tratamento com suas devidas evidências científicas orientadas ao perfil. Já para o Fleury foi desenvolvido o exame Oncofoco, que combina a metodologia de sequenciamento de DNA com a tecnologia cognitiva do Watson for Genomics para avaliação do perfil genético tumoral, o que auxilia na assistência personalizada dos pacientes com casos de câncer complexos.”

Gustavo acredita em uma parceria entre a tecnologia e o ser humano que possa trazer o melhor dos dois mundos. Algo que podemos definir como “inteligência aumentada”. “O Watson pode auxiliar o médico em tarefas que são humanamente impossíveis, como a leitura de milhões de artigos científicos em segundos. Ao mesmo tempo, isso pode possibilitar que o médico tenha mais tempo para promover o que é realmente insubstituível, que é a interação maior com o paciente, um terreno repleto de nuances que a máquina não consegue detectar. Portanto, juntos podemos melhorar a forma como a medicina é praticada”, conclui o especialista.

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