Olá viajante, prazer estar contigo. Este mês falarei de Torquato Neto, nome importante para a nossa música. Ele nasceu em Teresina em 1944 e morreu no Rio, aos 28 anos. Mesmo tão jovem, deixou um legado.
Foi parceiro de Gil em “Geleia Geral” e “Louvação”. Foi gravado por Gal Costa (“A Coisa Mais Linda que Existe”, “Mamãe Coragem”), por Jards Macalé (“Let’s Play That”) e Caetano Veloso (“Soy Loco Por Ti América”).
Entre 1971 e 1972, Torquato também escreveu uma coluna no jornal Última Hora. Antes, escreveu no icônico O Sol, jornal citado na canção “Alegria, Alegria” (“O Sol nas bancas de revista/ Me enche de alegria e preguiça…”) e no Jornal dos Sports, em 1967.
Textos cheios de energia e talento que se expressariam em letras de canções que viraram clássicos. Vale lembrar que outros autores de maravilhas como Fernando Lobo (“Chuvas de Verão”) e Antonio Maria (“Ninguém me Ama”) também exerciam nessa época o jornalismo como atividade de sustento. Imaginem!
Torquato, com a coragem dos poetas, foi um cronista! Um crítico militante da antropofagia e do Tropicalismo. Com seus escritos podemos sentir a atmosfera urgente de renovação. A arte como saída para a barbárie que se aproximava. A arte como reflexo do cotidiano, como expressão da consciência coletiva.
A importância do trabalho de Torquato Neto, além da beleza e do registro histórico, é justamente chamar a atenção dos leitores para o poder transformador da música. Muitas vezes, ele chama seus pares para essa ação: “Louvando o que bem merece, deixo o ruim de lado”.
Ao lado, algumas fontes para conhecer mais sobre Torquato. Muito obrigada e até a próxima!
PARA OUVIR, VER E SENTIR:
Torquatália: Geleia Geral
Livro organizado por Paulo Roberto Pires e editado pela Rocco.
Todas as Horas do Fim
O filme de Eduardo Ades e Marcus Fernando conta a história de Torquato Neto. O ator Jesuíta Barbosa é quem interpreta o poeta.
Benditas Sejam as Moças: as Crônicas de Antonio Maria
Seleção de 47 crônicas de Antônio Maria publicadas originalmente no jornal Última Hora.
Chuvas de Verão
de Fernando Lobo (recomendo o álbum Caetano Veloso, de 1969).
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