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Rádio Vozes: a música serve para quê?

por | set 4, 2019 | AGGIOTECH | 0 Comentários

Arnesen é conhecido principalmente por suas composições de coral

Kim André Arnesen, compositor norueguês

Eu poderia escrever muitas páginas sobre isso, mas hoje vou me deter em uma coisa só: a música que promove a conexão com o divino. Talvez seja óbvio para você que me lê agora, talvez não. E pode ser mesmo muito variado, complexo e simples.

Vamos começar pela missa na Igreja Católica. Pela música chamada erudita. Há muitas obras consagradas escritas para soprano, coro, orquestra e você pode pensar que isso é uma prática antiga. Não é. Acabo de ouvir uma maravilha lançada em 2017 pelo jovem norueguês Kim André Arnesen, que se chama “Magnificat”. Ouça! Experimente a sensação de ouvir o piano, o coro e a voz de uma cantora lírica elevando seu espírito, amaciando sua manhã, relaxando seus músculos. A intenção de uma missa católica é a inspiração religiosa, mas se a obra lhe agrada artisticamente esqueça os dogmas e apenas se entregue.

Um outro estilo, bastante popular, é o gospel das igrejas negras norte-americanas. O disco “Amazing Grace”, de Aretha Franklin, também é o registro de uma missa. Também tem piano e coro, mas ganha aqui a presença do baixo, do groove da soul music – que, não por acaso, aliás, tem esse nome. Esse disco foi o maior sucesso de vendas de Aretha.

Teve na “plateia” grandes nomes da música pop como Mick Jagger e Charlie Watts, dos Rolling Stones. Foi filmado por Sydney Pollack em 1972 e é um clássico incontestável. Esses hinos têm uma dinâmica de perguntas e respostas do pastor para o coro e foi nessa prática que se formaram muitas das grandes cantoras do jazz e da soul music. Aretha talvez seja a maior delas.

Agora vamos ao candomblé com seus tambores e cantos. Cada orixá tem seu canto, seu toque e a roda que se forma com a música é a conexão com o sagrado. O Grupo Corpo, maravilhoso grupo mineiro de dança, encomendou aos paulistas do Metá Metá uma trilha que se chamou “Gira”. O espetáculo provocou uma espécie de transe com a dança, os metais de Thiago França, a inspiração das rodas e os tambores da religião de matriz africana.

Eu sempre digo que a música pode transformar o seu dia, a sua vida. E é por aí que as religiões usam a música. Para conectar com o divino que, por fim, é fazer a conexão com você mesmo. Ouvir música e se deixar levar é transformador. Faça a conexão.

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