logo
logo

A vibe de Amsterdã atrai viajantes do mundo todo com sua efervescência cultural

por | nov 12, 2018 | Turismo | 0 Comentários

Outono em Amsterdã. Os dias se tornam mais curtos, as folhas caem em silêncio, as ruas ficam menos movimentadas e os canais se acalmam. Os preços e o turismo diminuem. É a época para visitar cafés acolhedores, aproveitar os museus e experimentar a vida noturna como um nativo. É também a época das cozinhas locais e sazonais, em que pratos como stamppot – um delicioso purê de batatas e couve com salsichas defumadas – e a sopa de ervilha ganham força, além de ser a estação da bokbier, uma cerveja de cor vermelha, doce e quente,
que os holandeses se orgulham de criar.

A cidade é um extenso labirinto de canais alinhados, com lojas pitorescas, marcos históricos e cafés à beira-mar. Não há nada melhor do que andar ao longo dessas vias navegáveis – as principais são Singel, Herengracht, Kiezersgracht e Prinsengracht – em um dia frio de outono, enquanto as folhas mudam de cor.

O desembarque é no aeroporto de Schiphol. Um dos principais da Europa, ele surpreende pelo seu tamanho, sendo praticamente um shopping, com lojas de todos os tipos, restaurantes e até uma biblioteca. Mas a melhor coisa são as opções de transporte que o aeroporto oferece até o centro da cidade.

Além dos táxis, você pode pegar um trem ou ir de ônibus, ambos conectados ao aeroporto. Para chegar à Centraal Station você demora vinte minutos de trem, e de lá você consegue pegar um tram (uma espécie de bonde) até o seu hotel. Já de ônibus, demora 40 minutos até Leidseplein (região central) e a passagem custa cinco euros.

A mobilidade urbana é algo que se tornou a marca de Amsterdã. Além dos canais, ônibus e tram, as bicicletas são verdadeiras protagonistas na vida urbana da cidade. São cerca de 880 mil bicicletas e 800 mil pessoas. E é bom prestar atenção quando andar a pé: algumas ciclovias não são pintadas como as daqui. Lá as bicicletas trafegam em alta velocidade por uma parte rebaixada da calçada. É comum para quem não está familiarizado andar nos trechos de bicicleta achando que é calçada. Se isso acontecer, eles vão lhe empurrar para fora. Fique ligado.

Para o turista, a melhor opção é comprar um passe de “hop on-hop off” dos canais. Cada empresa tem seus pacotes e os preços variam conforme o tempo que você escolher para esse serviço (podem ir de 20 a 30 euros por pessoa). Ele é ideal, porque além de poder aproveitar de barco os incríveis canais de Amsterdã, você pode desembarcar nos pontos principais da cidade e sair para explorar a pé. Se preferir, você não precisa voltar até o ponto em que desembarcou, pode fazer o percurso que quiser a pé e depois pegar o barco em qualquer um dos pontos de parada.

Para quem gosta de arte é imperdível a visita à casa de Rembrandt. O local que foi a moradia do pintor holandês entre 1636 e 1658 virou um museu, que abriga seus estúdios, móveis e coleção de arte, todos muito bem conserva dos. Ali não espere ver muitos quadros do Rembrandt, isso você verá no Rijksmuseum, que fica no principal ponto da cidade, onde está a famosa instalação “I Amsterdam”.

O Rijksmuseum acolhe a principal obra do Rembrandt: “A Ronda Noturna”, que fica no final do corredor principal do segundo andar, logo depois de subir as escadas. A sala em que ela se encontra é ampla. As pessoas ficam ali paradas por minutos, apreciando a imponente pintura que parece ocupar toda a longa parede do museu. Outras obras de Rembrandt estão lá, além de clássicos como “A Leiteira”, de Vermeer, e quadros de Van Gogh.

Se quiser mergulhar mesmo em Van Gogh, ali perto do Rijksmuseum está o Van Gogh Museum, com a maior coleção de pinturas e desenhos do artista em todo o mundo. Eles fornecem um áudio-guia que tem a opção em português, o que nos ajuda a aprender sobre a vida trágica de Van Gogh e a evolução do seu estilo. É bom garantir pela internet o seu ingresso com antecedência, porque a fila é concorrida em todas as épocas do ano.

Mais concorrida que o Van Gogh Museum só mesmo a casa de Anne Frank, que pede agendamento antecipado. É
um passeio triste, que nos faz lembrar da Holanda tomada pelo nazismo e de uma garota sonhadora que teve sua vida destruída pela crueldade da Segunda Guerra. Para quem leu o livro, a experiência é ainda mais impactante, ver em cores o local em que Anne e sua família se esconderam.

A partir da casa de Anne Frank é possível fazer uma boa caminhada até a Praça Dam, marco de Amsterdã, rodeado de monumentos e edifícios históricos. Entre eles está o Palácio Real, de arquitetura neoclássica, inaugurado em 1655 e usado originalmente como prefeitura – hoje é sede de diversos atos oficiais. Lá também está o Monumento Nacional, um obelisco de 22 metros de altura construído em homenagem aos soldados holandeses falecidos na Segunda Guerra Mundial.

Outra parada interessante é a Heineken Experience. O tour, que acontece na antiga fábrica onde funcionou a primeira cervejaria da Heineken, em 1867, é totalmente interativo, sendo possível conhecer a história e o processo de fabricação da cerveja, ver e experimentar alguns dos ingredientes, como o lúpulo e a cevada. Ao final, cada visitante tem direito a duas Heinekens no “lounge bar”.

E claro que não dá para falar de Amsterdã sem mencionar sua política de drogas. A maconha não é exatamente legal, mas também não é ilegal. Existe uma política de tolerância, com alguns cafés licenciados que podem vender e lugares específicos para o consumo.

À noite, quando as luzes se acendem pela cidade, aventure-se pelo Red Light District. O bairro da prostituição, em que mulheres ficam expostas nas vitrines das casas, vale pela curiosidade e por ser tão diferente da nossa cultura. Por incrível que pareça, a região virou ponto turístico, onde acontecem algumas cenas bizarras, como um guia explicando para um grupo de velhinhos que não pode tirar fotos das moças. É quando cai a ficha que em nenhum lugar do mundo a fantasia foi tão civilizada.

0 comentários
Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *