New Orleans mostra o legado dos imigrantes para a música e a gastronomia nos EUA, e é destino surpreendente para conhecer a história do país
No sul do mapa dos Estados Unidos, um tesouro cultural se revela à beira das águas do Mississippi. Junto ao rio que atravessa o país, estão raízes fortes que contam muito sobre a história, a arquitetura e a gastronomia. O estado da Louisiana, por exemplo, é uma das referências para quem deseja conhecer de verdade onde tudo começou. Por lá, muita coisa é diferente do resto dos Estados Unidos e, por isso, é um lugar repleto de alma e identidade, marcado principalmente pela imigração.
New Orleans, conhecida pelos moradores como Nola, é o principal destino turístico da região. Tem personalidade forte, de origem francesa, africana e hispânica. Foi lá que teve origem o primeiro bairro negro do país, o que produziu uma rica cultura. Quem observa os prédios em uma caminhada pelo French Quarter, no centro histórico da cidade, encontra um belo legado. Embora tenha fortes heranças da França, muitas construções têm características espanholas. A maioria das casas tem quase dois séculos de história, com telhados inclinados e fachadas de madeira. Os prédios de alvenaria são coloridos e, muitas vezes, protegidos por sacadas de ferro.
Além de belas, as edificações abrigam lojas, restaurantes e bares, que trazem animação garantida. No French Quarter é comum ver grupos de jovens bebendo e fazendo festa pelas ruas e, com sorte, bandinhas típicas de jazz e soul percorrendo ruelas próximas a Bourbon Street ao som dos trompetes, saxofones e clarinetes.
Em uma famosa quadra do bairro está a Catedral St. Louis, com cor de manteiga e três torres. Construída no século 18, o templo passou por várias reformas ao longo dos anos e teve de ser revitalizado após o fatídico furacão Katrina, que varreu a cidade em 2005. Por outros bairros de New Orleans também é fácil encontrar marcas de um passado que fez da cidade o berço do jazz e de manifestações culturais dos moradores negros, que também levaram muito sabor aos pratos da gastronomia local.
No Free People of Color Museum (Le Museé de f.p.c), um casarão histórico abriga acervo com pinturas, esculturas e objetos de “pessoas livres e de cor”, como eram chamados os negros que não eram escravizados. Um pouco mais afastado do centro está “Los Isleños Museum Complex”, que retrata a vida de imigrantes das Ilhas Canárias. Na área da música, o “Jazz Museum” recupera a trajetória do estilo musical que nasceu na cidade, e a galeria Jamnola traz importantes e coloridas referências sobre o Mardi Gras – o festejado carnaval de New Orleans.
Delícias locais
Para quem viaja a New Orleans, mergulhar na culinária local é fundamental. Os famosos beignets – bolinhos polvilhados de açúcar e servidos em lugares clássicos como o Café Du Monde – são os mais desejados pelos turistas. Quem investe nos salgados se delicia com os sanduíches po-boys, recheados com carne ou frutos do mar.
Uma das experiências mais interessantes é participar de uma aula prática de culinária (com degustação) na New Orleans School of Cooking. Ao custo de US$ 145 por pessoa, é possível aprender a fazer pratos clássicos e saboreá-los com vinhos e cervejas. A aula dura em média 3 horas e é uma forma saborosa de conhecer a gastronomia da Louisiana.
Hospedagem com ares clássicos
O estilo despojado e animado da cidade atrai importantes endereços da hotelaria. Localizado no coração do French Quarter, desde 1886, o Hotel Monteleone é referência. Mantém 522 apartamentos, sendo 55 deles suítes e quartos exclusivos com temática voltada para literatura. Truman Capote e Ernest Hemingway estão entre os homenageados. Além disso, o hotel mantém um bar em formato de carrossel, que gira durante o serviço. O local foi, por muitos anos, ponto de encontro em New Orleans. As diárias custam a partir de US$ 180.
Para quem gosta de ambientes modernos, o recém-inaugurado Four Seasons Hotel & Private Residences é sinônimo de animação com conforto. Localizado em Riverfront, o empreendimento de luxo impacta logo na chegada. Lustres gigantes de cristal e decoração arrojada chamam a atenção. O hotel conta ainda com restaurantes assinados por chefs renomados e vista para o rio Mississippi. As diárias custam a partir de US$ 400.
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