Indústria criativa revive a Galeria Metrópole no centro de São Paulo

Indústria criativa revive a Galeria Metrópole no centro de São Paulo

Lojas de designers e estilistas nacionais se misturam a antigas agências de viagem e conhecidos restaurantes do prédio histórico de São Paulo

Ainda é cedo para afirmar que a Galeria Metrópole, na Avenida São Luís, renasceu. Mas, após período difícil na pandemia, é visível o surgimento de novos espaços que preenchem o prédio modernista – projetado por Gian Carlo Gasperini e Salvador Candia, em 1960. São itens de arte, design, moda, além de livros, rótulos de vinhos e aulas de pilates e yoga – frutos da economia criativa de empresários e artistas, que recentemente voltaram a atenção ao edifício e à região.

Jardim de inverno da Galeria Metrópole - Foto Sergio Brisola

Jardim de inverno da Galeria Metrópole – Foto Sergio Brisola

 

A Transa 55, no térreo, é um exemplo. Com peças que destacam estampas únicas, da estilista Sara Beltrami, a marca propõe uma moda sem gênero e possui sua única loja física na Galeria. São vestidos, camisas, quimonos, calças e blusas em cores vibrantes. Nesse mesmo estilo autoral e colorido, a designer Ju Amora expõe seus autênticos bancos – com tons e desenhos muito brasileiros – e velas aromáticas, em sua loja no primeiro andar.

 

Roupas da marca Transa 55 - foto  divulgação

Roupas da marca Transa 55 – foto divulgação

 

Ainda em meio à decoração repleta de brasilidades, a marca Paiol abriu sua terceira unidade também no primeiro andar da Metrópole. Focada em arte popular, a loja vende obras de artistas do Vale do Jequitinhonha, no interior de Minas Gerais; da Ilha do Ferro, em Alagoas; xilogravuras de nomes como J. Borges; e esculturas.

E os livros ganharam espaço ainda mais cativo na Galeria. O Sebo IP, no segundo andar, destaca publicações de arquitetura, fotografia e design, e edições raras de clássicos da literatura nacional e internacional. Já a mais tradicional no edifício, a livraria e espaço cultural Tapera Taperá – no mesmo andar – propõe rodas de conversa e eventos que dialogam política, cultura e arte.

 

Banquetas da designer Ju Amora - Foto divulgação

Banquetas da designer Ju Amora – Foto divulgação

 

Em frente, o Instituto Socioambiental (ISA) inaugurou no ano passado a Floresta no Centro, loja que reúne peças – como cerâmicas, cestarias e acessórios – de diferentes comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas do país. Logo ao lado, está a La Baguette, padaria artesanal que se dedica a pães de fermentação lenta e tradição francesa. Por fim, vale subir ao último andar para apreciar a vista na Prosa e Vinho, que exalta rótulos brasileiros nas prateleiras e apresenta uma pequena carta de taças para beber no local.

Galeria Metrópole
Avenida São Luís, 187, Centro, São Paulo.

9 bares e restaurantes imperdíveis para conhecer na Vila Mariana

9 bares e restaurantes imperdíveis para conhecer na Vila Mariana

No radar dos gourmets e dos boêmios, a Vila Mariana oferece cada vez mais opções de restaurantes e bares a clientes descolados da cidade

Passada a pandemia, parece que os níveis de consumo e de frequência de saídas do paulistano aumentaram e muito. De lá para cá, assistimos à expansão de vários bairros satélites do até então imbatível Jardins – onde já não sobra espaço para atender o vigor da expansão do setor. Pinheiros foi o primeiro dessa nova onda e já é considerado o novo centro gastronômico da cidade. Na sequência e no mesmo caminho, veio o Baixo Pinheiros (abaixo da Faria Lima), com novos talentos abrindo as portas ao lado de filiais de restaurantes e de outras lojas gourmets já reconhecidas.

O momento agora favorece a expansão para o outro lado dos Jardins, em direção ao Paraíso – já famoso pelos bons restaurantes japoneses de todos os tipos –, e coloca os holofotes na Vila Mariana, que também é citada como Vila Clementino, por dividirem fronteiras mal definidas. O fato é que a Vila Mariana virou queridinha do circuito gastronômico, boêmio e cultural de São Paulo.

O bairro já é frequentado por visitantes em função dos holofotes atraídos por alguns endereços icônicos na cidade. É o caso do várias vezes premiado boteco Veloso, conhecido por suas caipirinhas exóticas e pelas minicoxinhas de catupiry – eleitas várias vezes como melhor petisco de boteco da cidade. Também é o caso da pizzaria Quintal do Bráz, representante da excelente bandeira Pizza Bráz em versão mais exótica, que oferece um ambiente cravado em um jardim lotado de plantas e árvores frutíferas.

Outro endereço excepcional que fez a fama do bairro é o Dr Tchê, a parrilla da Vila. É ali que o Adelar, gaúcho de Vacaria, assa os melhores cortes de carne em uma parrilla tipicamente Argentina. O assado de tira dele é imbatível. O lugar fica na rua França Pinto, que aliás é uma das mais agitadas do bairro. Nessa mesma rua se encontra o Balcón, um boteco uruguaio que garante excelentes empanadas e choripanes. No mesmo endereço, está o Pojang Wooza – restaurante coreano de qualidade, onde se come os melhores mandus (equivalentes às guiozas japonesas) e um ótimo bulgogui, que faz jus à forte migração coreana no bairro.

 

Peixe do dia do Ae! Cozinha, na Vila Mariana - foto divulgação

Peixe do dia do Ae! Cozinha, na Vila Mariana – foto divulgação

 

Já na rua Áurea, funciona o ótimo contemporâneo Ae! Cozinha, que exibe um merecido Bib Gourmand Michelin na porta. É ali também que fica o Mapu, um sobradinho discreto que vende comida de rua de Taiwan. Só ali você pode experimentar o Bao original, sanduíche de massa branca cozida no vapor e recheado de pancetta, conserva de mostarda, amendoim e coentro ou a berinjela empanada servida com molho adocicado de missô e shoyu. E é ainda na rua que fica o Amazônia Soul, onde você pode pedir o dadinho de maniçoba de entrada para seguir com um pato no tucupi com jambu e finalizar com bombom de cupuaçu.

E não posso deixar de falar do Vista, que divide o terraço com o bar Obelisco, no limite do bairro com seu vizinho Ibirapuera, na Avenida Pedro Álvares Cabral. Cravado no topo do MAC (Museu de Arte Contemporânea), esse lugar já virou cartão-postal de São Paulo, tanto pela vista quanto pela competência da cozinha contemporânea brasileira que oferece, pilotada pelo chef Marcelo Corrêa Bastos.

Aproveite o novo circuito gastronômico da cidade! Até!

Seguindo a moda dos rooftops, novos bares e restaurantes paulistanos propõem experiências inusitadas

Seguindo a moda dos rooftops, novos bares e restaurantes paulistanos propõem experiências inusitadas

O novos estabelecimentos apostam em experiências gastronômicas, com vista privilegiada e espaços abertos em rooftops – o que combina muito bem com os dias e as noites quentes de verão!

MII

Com decoração e arquitetura inspiradas no charme da ilha de Mykonos, o Mii é o quinto e mais recente restaurante do complexo gastronômico Vila Anália. Por ali, os almoços e jantares são servidos sob mini bangalôs de palha e macramê e à beira de um belíssimo lago artificial, onde um cardume de quase 5 mil peixes ornamentais reproduz a sensação de se estar às margens do mar Egeu. Quem assina o cardápio é o chef Antonio Maiolica. De entrada, peça uma porção dos típicos spanakopita (pastéis gregos folheados, e recheados com ricota e espinafre). Entre os principais, invista em um Fettuccine Mare Monti incrementado com lagostins, cogumelos e trufa. Na carta de drinques, o mais pedido, Aquiles, não leva álcool, mas abusa da refrescância com sua mistura de lichia, suco de limão, gengibre e xarope de hibisco.

Foto Divulgação

Foto Divulgação

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Rua Cândido Lacerda, 33, Jardim Anália Franco
(Vila Anália, 2° andar), tel. 2674-0843.

 

BARNÔ

Ocupando o décimo sétimo andar do descolado hotel Canopy São Paulo, no Jardim Paulista, o Barnô propõe uma imersão na vida noturna pulsante da metrópole a partir de cima. O bar se estende por uma ampla varanda, com sofás e teto retrátil, onde é possível petiscar e bebericar à vontade enquanto se admira a vista para o mar de edifícios que recobre a capital ali, ressalta aos olhos o oásis verdejante do Parque Ibirapuera, cartão postal bem próximo ao endereço. Entre os curiosos drinques da casa, destaque para os autorais, elaborados em parceria com a equipe do premiado Bar Guilhotina. Boa pedida é harmonizar um instigante Santa Inês feito com gim, vinho do Porto e licor de framboesa e romãs com a clássica tábua de charcutaria do Barnô, servida com picles de legumes.

Foto Rodolfo Regini

Foto Rodolfo Regini

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Rua Saint Hilaire, 40, Jardim Paulista (Hotel
Canopy, 17° andar ), tel. 3509-9610.

 

NICA

Aliando a pompa dos mais badalados cafés da Europa ao aconchego da culinária nordestina, o Nica é um misto de restaurante e padaria artesanal nos Jardins, que acaba de inaugurar seu terraço gourmet. Aos finais de semana, são servidos ali deliciosos brunches ao ar livre. Já ao longo da semana, os comensais podem se deliciar com um menu à la carte criado exclusivamente para o rooftop e elaborado com ingredientes típicos trazidos diretamente do Recife capital pernambucana, onde as donas, Niege Chaves e Carla Konrad, nasceram. Prove o curioso acarajé de arroz (que vem perfumado com amendoim, castanhas e dendê, e recheado com camarão) e o exótico sushi de carne de sol (que é servido sobre niguiri, maçaricado com manteiga de garrafa e regado a um molho de natas do sertão).

Foto Divulgação

Foto Divulgação

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Alameda Lorena, 1.784, Jardim
Paulista, tel. 3898-3860.

 

 

6 novidades gastronômicas para conhecer no Brooklin Paulista 

6 novidades gastronômicas para conhecer no Brooklin Paulista 

Despontando como um dos bairros que mais recebem lançamentos imobiliários na cidade, a região do Brooklin anuncia novidades gastronômicas para acompanhar a velocidade do crescimento local

Nascido em 1922 como Brooklin Paulista, esse bairro de São Paula abrigava famílias de imigrantes alemães e ingleses que moravam em chácaras. Foi ali que foi fundada, em 1911, a sociedade Hípica Paulista, o primeiro e o mais tradicional centro hípico do Brasil. Aliás, o lindíssimo clube, referência social na cidade, está cravado como uma mancha verde no meio da região.

O Brooklin, que abrange as ruas com nomes de estados norte-americanos, sempre passou a sensação de oferecer todo tipo de comércio a cada quarteirão. Agora, a configuração do lugar vem mudando rapidamente e restaurantes e novos modelos de comércios também não param de aparecer. Para falar das novidades gastronômicas deste novo bairro, tive a ajuda da Thaís Helena, uma amiga super gourmet e moradora da rua Nebraska há 20 anos, com quem fui visitar alguns dos bons restaurantes da região.

Começo por uma pérola do oriente que fica na esquina das ruas Nova York e Florida. Trata-se do Ian, um restaurante de comida árabe, mais especificamente Armênia cozinha da qual sou fã de carteirinha. São detalhes no tempero e nos formatos que fazem a diferença. As mezzes são deliciosas, assim como as esfihas, que são mais “esticadinhas” que o comum. Mas ali também é possível pedir o delicadíssimo mantã, composto de barquinhas de massa crocante recheadas de carne ou a torre Ian (foto), que é um kibe montado tão bonito quanto gostoso.

Torre Ian | Foto Reprodução Facebook

Torre Ian | Foto Reprodução Facebook

 

No quesito italiano, o bairro ganhou há 3 meses uma opção de qualidade, que é a Lolla Osteria, do mesmo grupo dono do Lolla Meets Fire, no Itaim. O lugar é super charmoso, iluminado e com pé direito alto. O restaurante ocupa três andares em uma esquina da rua Michigan e tem um rooftop com bar muito agradável, onde rola além da carta de bar padrão um menu só de Negronis… que tal?

Ainda na levada italiana, o Il Piato, na rua Guariauva, é comandado por aquele que foi responsável pela cozinha do Vinheria Percussi por muitos anos, e é outro mini pastifício com belíssimas opções, não só como restaurante, mas também como rotisserie. Vale a pena experimentar o ravioli de brie ao molho de abobrinha e mascarpone ou o ótimo filé à parmegiana.

E é claro que não poderia faltar novidades com foco na carne, afinal estamos no Brasil. O Butcher’s Kit originalmente abriu suas portas para oferecer kits para churrasco com todas as variedades de carnes nobres. Mas a casa também tem uma área de convivência, onde pode-se degustar os cortes inclusive aquele que você acaba de adquirir e harmonizar com vinhos ou cervejas da ampla carta do lugar.

Outro endereço surpreendente é o Doce Vida Steakhouse, na esquina da rua Nova York com a Nebraska. É uma Steakhouse especializada em cortes de carnes bovinas 100% Wagyu e cortes de cordeiros oriundos da raça “île de France”, reconhecida como das melhores no mundo. O lugar é muito legal, bem iluminado e confortável. Para acompanhar essas carnes premium, a casa oferece pranchas de legumes grelhados e polenta crocante!

Com tantas esquinas ocupadas por novidades gastronômicas, destaco também uma super padaria. A novidade é O Pão Padaria Artesanal, que fica na Ribeiro do Vale com a rua Flórida e oferece tudo que uma padaria premium pode apresentar. São pães de fermentação natural, croissants, brioches… tudo muito bom! E ainda tem um balcão que dá para a rua (no estilo street flow), onde é possível tomar um café.

Agora você já sabe, atravessou a ponte, o Brooklin é logo ali! Até!

Tour cervejeiro: autênticas fábricas de cervejas para visitar na próxima ida a Campos de Jordão

Tour cervejeiro: autênticas fábricas de cervejas para visitar na próxima ida a Campos de Jordão

GÅRD e Cervejaria Campos do Jordão são alternativas mais autênticas em meio às conhecidas paisagens da região

A Serra da Mantiqueira reúne charmosas cervejarias artesanais escondidas entre as montanhas, que produzem bebidas que harmonizam com pratos elaborados por chefs de restaurantes locais. A apenas duas horas de carro de São Paulo e a três horas de Campinas, Campos do Jordão apresenta alguns rótulos interessantes e ainda pouco conhecidos por turistas.

A nanocervejaria Gard está dentro do Horto Florestal, o que faz valer o passeio até mesmo se a paixão por cervejas não for tanta assim. Produzindo apenas 4 mil litros por mês, mas já com mais de 50 tipos da bebida executadas em sua pequena fábrica, a cervejaria faz pequenas quantidades de cervejas especiais, de altíssima qualidade. Destaque para a Ipa e a belga Kölsch, além da linda garrafa de alumínio da marca, que leva elementos locais da Serra da Mantiqueira. Por ali, vale a caminhada no entorno da sede da Gard, que disponibiliza ainda uma casa para hospedagens com reservas via Airbnb e um estábulo com alguns cavalos, em uma bela paisagem bucólica.

Cervejaria GARD | Foto Divulgação

Cervejaria GARD | Foto Divulgação

Já a cervejaria Campos do Jordão tem capacidade produção maior e, desde 2019, fincou sua fábrica dentro do Parque da Cerveja, que reúne ainda um pequeno museu a céu aberto que conta a história dessa bebida milenar, o restaurante Alto da Brasa que, como o nome diz, apresenta opções de carnes, além de sanduíches e um belíssimo mirante 360 º para a Serra.

 

Cervejas Campos do Jordão | Foto Nil Fabio

Cervejas Campos do Jordão | Foto Nil Fabio

O local oferece visitação à fábrica com explicação de cada etapa da produção da cerveja e degustação dos principais rótulos. É necessário pagar entrada no parque, pelo valor de R$56 por pessoa, e a visita por dentro da cervejaria sai por mais R$61.

Alto da Brasa - Bolinho Cevada Temporada - Sabores Campos do Jordão | Foto Divulgação

Alto da Brasa – Bolinho Cevada Temporada – Sabores Campos do Jordão | Foto Divulgação

 

Entre visitas e degustações, é importante se alimentar bem. Na conhecido Capivari, o restaurante Esquina do Djalma apresenta um delicioso filé mignon grelhado com risoto de shitake. O lugar traz também cervejas autorais como a India Pale Lager (IPL) e garrafas de outras cervejarias locais, como a Caras de Malte. Outra opção para o almoço é o Dona Chica, que também está no Horto Florestal. Comandado pelo chef Anderson Oliveira, o lugar reforça ingredientes da região, como o “tomate de árvore”, fruto muito semelhante ao tomate comum, mas com plantação selvagem e gostinho que lembra maracujá. A iguaria está na Paella da Montanha no cardápio, que leva ainda cogumelos e linguiça.

 

Paella da Montanha Dona Chica Restaurante | Foto Henrique Rodrigues

Paella da Montanha Dona Chica Restaurante | Foto Henrique Rodrigues

Para o tour cervejeiro, uma recomendação de hospedagem é o hotel Chris Park, a poucos minutos do Capivari, mas, ao mesmo tempo, próximo às cervejarias. O local tem uma bela vista de Campos do Jordão e um café da manhã bastante variado. Neste mês, vale lembrar que a cidade recebe o evento “Mantiqueira Restaurant Week”, que acontece de 17/11 a 18/12, com a ideia de proporcionar uma imersão nos insumos da região.

 

CHRIS PARK HOTEL
Alameda Pérolas, 182, Morro do Elefante, Campos do Jordão
tel. (12) 3663-1151
Diárias a partir de R$ 400.