Brechós: a salvação do pós-consumo na moda

Brechós: a salvação do pós-consumo na moda

A compra de peças usadas ganha espaço e a geração Z já entende a prática como alternativa de consumo consciente.

Em tempos de sustentabilidade, de termos como “Ambiental, Social e Governança” (ASG ou ESG em inglês), que são assimilados pelas empresas e marcas, e consumidores cada vez mais curiosos e questionadores, comprar objetos e roupas de segunda mão deixou de ser uma opção apenas para quem quer gastar menos. Segundo o ThredUp 2020 Resale Report com dados da Global Data, o mercado de usados será maior que o do fast fashion até 2029.

Os brechós – estabelecimentos comerciais que vendem roupas e acessórios de segunda mão – vêm ganhando espaço no mercado da moda e no dia a dia das pessoas. Esse setor, em plena expansão, deve atingir 64 bilhões de dólares nos próximos cinco anos. E, segundo a Forbes, mesmo com os efeitos da pandemia e a queda no setor de varejo –, com lucros inferiores aos esperados – a venda de usados, ou a revenda, está explodindo.

Outro dado importante é o perfil dos usuários de brechós. De acordo com a consultoria McKinsey & Company, a geração Z representa 40% dos consumidores globais de brechós. Essas pessoas – nascidas entre 1990 e 2010 – compram com propósito e entenderam muito bem que consumir peças de segunda mão é uma alternativa de consumo consciente.
Como resposta a uma enorme quantidade de roupas descartadas sem destinação correta, o varejo de moda se voltou para o mercado de revenda e grandes marcas firmaram parcerias com brechós para promover discussões sobre a etapa do pós-consumo. Um bom exemplo é a Malwee, com seu projeto “Moda Sem Ponto Final”, que valoriza roupas mais atemporais e duráveis e agregou ao conceito uma parceria com o Repassa, site de vendas de roupas usadas.

Essa iniciativa – que promove o aumento da vida útil das peças – funciona da seguinte forma: clientes Malwee têm desconto de 50% na aquisição da “Sacola do Bem” da Repassa, ou podem retirar o produto gratuitamente em algumas lojas físicas da marca. Nessas sacolas, os usuários podem colocar as roupas que não usam mais e receber 60% do valor das vendas no site. E os clientes do Repassa têm como benefício utilizar o crédito do que venderam em compras no e-commerce da Malwee, com 10% de desconto.

Os brechós significam uma excelente oportunidade na etapa do pós-consumo e representam uma destinação correta para peças que seriam jogadas em aterros com grande impacto ao meio ambiente e à sociedade. Hoje, mais do que nunca, a maneira como me visto diz muito sobre mim e as roupas de brechó carregam boas histórias sobre as pessoas e o planeta.

 

Foto: onur bahcivancilar | Unsplash

Foto: Onur Bahcivancilar | Unsplash

Alessandra Negrini, estrela de “Cidade Invisível”, aponta a necessidade de preservar a cultura e o meio ambiente

Alessandra Negrini, estrela de “Cidade Invisível”, aponta a necessidade de preservar a cultura e o meio ambiente

Alessandra Negrini segue atuando em trabalhos no streaming e em formatos online com resiliência e intenso dinamismo.

Na vida virtual e on demand que levamos, Alessandra Negrini está em todas. A atriz paulistana está no elenco de “Cidade Invisível”, série da Netflix que estreou este ano e narra as investigações de um assassinato, que se desenrola em uma batalha entre o mundo real e um reino habitado por criaturas folclóricas brasileiras, que vivem entre as pessoas comuns. Sua personagem, Inês, é dona de um bar em um bairro boêmio do Rio de Janeiro. A empresária se revela meio bruxa, até que mostra sua identidade folclórica – ela é a Cuca. “Nana neném/Que a Cuca vem pegar/ Papai foi na roça/ Mamãe foi trabalhar”, Inês cantarola nas cenas.

Além da bruxa, que não tem cabeça de jacaré na série – diferente das histórias de Monteiro Lobato – “Cidade Invisível” traz a sereia Iara, o saci, o curupira, entre outros personagens da cultura popular do Brasil. E se engana quem pensa que a produção foi assistida apenas por quem ouviu essas lendas desde cedo. A série foi distribuída para 190 países e esteve entre os conteúdos mais visto da plataforma em 40. “É muito lindo levar nossas histórias e as raízes brasileiras para fora. Uma aventura fascinante e eu me sinto muito honrada em fazer parte desse projeto”, conta. A segunda temporada já foi confirmada pela Netflix.

Desde que a pandemia restringiu as atividades culturais, grupos teatrais criaram peças encenadas virtualmente. Espetáculos online assumiram uma linguagem cinematográfica, criando um híbrido entre cinema e teatro. Foi o caso da peça “A Árvore”, protagonizada e produzida por Alessandra, que esteve em cartaz de fevereiro a abril no teatro Faap. A atriz interpretou uma escritora que, ao ser enredada por uma planta, começa a se transformar em uma árvore. A personagem passa a maior parte da trama dentro de seu apartamento — instalação que foi montada no teatro –, mas cenas gravadas em que ela aparece em uma floresta também atravessam a narrativa. “Tentamos fazer esse diálogo da palavra com a imagem”, explica.

 

Foto: Pablo Saborido | Amaro

Foto: Pablo Saborido | Amaro

 

Entre saudades da rua, do Carnaval de São Paulo, de estar com amigos e família, Alessandra segue encarando a realidade com sua conhecida naturalidade, mas com muito trabalho. Neste mês, estreia nos cinemas o filme “Acqua Movie”, o sexto longa do diretor pernambucano Lírio Ferreira, em que Alessandra interpreta uma mãe que viaja de carro com seu filho, saindo de São Paulo até Pernambuco em uma travessia para resgatar o afeto mútuo. Veja a seguir os principais trechos da entrevista que ela concedeu à reportagem da 29HORAS.

Sua relação com a cidade de São Paulo sempre foi intensa, como rainha do bloco Baixo Augusta e moradora. O que mudou com a pandemia? Você vê a cidade de outra forma agora?

Tudo mudou. Primeiro ficou claro que a presença da natureza é importante, vital para a sobrevivência! Comecei a reparar nas árvores, tão generosas, no meio das grandes avenidas, do ar poluído. Como fazem diferença e, às vezes, a gente nem percebe. Passei a andar muito a pé, vejo as pessoas fazendo isso, virou uma questão de saúde mental. E o que é São Paulo sem a cultura? Sem exposições, cinema, teatro, bares? O que sobra? Os parques, a arquitetura, as luzes da cidade. Temos essa beleza também, temos que reeducar o nosso olhar para uma vida do lado de fora. Toda grande cidade tem isso! Nossa cidade pode melhorar muito nesse quesito. Imagina se os rios fossem despoluídos? Que diferença!

A pobreza nas ruas também aumentou muito. São Paulo é incrível, eu amo, mas só vai ser a grande cidade que ela pode ser quando acolher a todos, sem exceção.

Qual é o seu lugar preferido em São Paulo?

É difícil escolher apenas um. Adoro o Parque do Ibirapuera, o Estádio do Pacaembu, o Edifício Copan, a Rua Augusta e o Parque Buenos Aires.

 

Paulistana de corpo e alma, Alessandra é rainha do bloco de rua Baixo Augusta; na foto, ela no carnaval de 2018 - Foto: Frâncio de Holanda

Paulistana de corpo e alma, Alessandra é rainha do bloco de rua Baixo Augusta; na foto, ela no carnaval de 2018 – Foto: Frâncio de Holanda

 

De 2013 até 2020, como foi sua relação com o bloco? O que ele representa para você?

O Baixo Augusta acabou se tornando uma parte importante da minha vida, do meu ano, aconteceu de maneira inesperada, absolutamente espontânea. Aquilo foi crescendo, crescendo e nos últimos carnavais levamos mais de um milhão de pessoas para a rua! É uma explosão de alegria e uma experiência amorosa com a cidade. Ocupamos a rua com respeito, alegria e música! Não é lindo?! Só posso dizer que tenho muito orgulho de fazer parte dessa história que, sem falsa modéstia, se confunde com a própria história do crescimento do carnaval de rua de SP. Hoje é um dos maiores do Brasil. E para aqueles que ainda insistem em falar mal do carnaval, vale a lembrança da importância econômica desse evento para a cidade.

Além do Baixo Augusta, o que mais sente falta no carnaval? Como espera aproveitar os próximos quando as condições sanitárias permitirem?

As pessoas estão com saudade de ocupar as ruas, de estarem juntas sem medo, seja lá quando for, não precisa ser no carnaval! Precisamos estar uns com os outros, senão a vida perde o sentido. Queremos trabalhar e amar, é isso o que a gente quer e é o básico! A pergunta é: se já existe vacina, por que ainda estamos assim? Por que estamos tão longe do fim dessa pandemia? Até quando teremos que ver a vida dos brasileiros devastadas? É inadmissível! Não dá nem para pensar no carnaval do ano que vem!

Por falar em protocolos, quando você for vacinada, qual é a primeira coisa que pretende fazer ou qual lugar pretende ir?

Quando eu estiver vacinada…não sei, talvez encontrar amigos também vacinados e dançar um pouco, dar risada, mas enquanto todos não estiverem vacinados, não vai mudar muita coisa.

 

A atriz em "A Árvore", projeto híbrido de teatro e cinema - Foto: Divulgação

A atriz em “A Árvore”, projeto híbrido de teatro e cinema – Foto: Divulgação

 

O espetáculo “A Árvore” foi adaptado para o formato online neste ano. Como tem sido a experiência híbrida de teatro e cinema? Como é atuar com o intermédio da tecnologia no teatro?

Acabou não sendo uma peça e, sim, um híbrido com o audiovisual. Precisávamos fazer com que existisse uma conversa. No teatro nós temos o texto, as palavras são muitas; e no cinema a imagem é o que importa. Tentamos fazer esse diálogo da palavra com a imagem. Falo muitas vezes para a câmera, o que poderia ser um recurso teatral, mas também nos preocupamos muito com a beleza e a força da imagem. Tem uma viagem na criação das imagens que é, a meu ver, cinematográfica. E a trilha sonora é bem presente e embala tudo isso. Tivemos uma equipe de teatro e de cinema mesmo, atuando e criando de forma conjunta. Uma diretora de teatro, a Ester Lacava, e um de cinema, o João Wainer, isso foi um diferencial. A luz está bem ousada. Foi uma aventura muito interessante para nós, e espero que para o público também. Fiquei muito satisfeita com o resultado.

Como é a sua relação com as redes sociais? Por que ter 50 anos é assunto? Para você, quais são os temas urgentes que precisam ser discutidos por lá?

Fui descobrindo aos poucos. No começo, eu tinha vergonha de ficar postando, fazendo cara de linda, me enaltecendo. Pensava, ‘meu Deus, que coisa ridícula, esse exibicionismo todo!’. Aí eu fui me acostumando, vendo que o jogo é esse e eu tinha que fazer parte dele mesmo. O mundo vai mudando e a gente também muda. Descobri um lado legal, que é a brincadeira, o bom humor e a relação direta com os fãs. É divertido e me sinto querida, me faz bem. Quem não gosta disso? Além de ser um lugar para defender suas ideias e convicções, mostrar um pouco de quem você é. As pessoas gostam. Comecei a enxergar na rede social um espaço eficiente de comunicação e, mesmo que eu enfrente algum dilema diante da relevância de postar uma selfie, ainda assim, quando alguém diz ‘obrigada, você me traz esperança, alegrou o meu dia’, é bacana, passa a fazer algum sentido.

Discutir idade é um assunto antigo, fora de moda. O Brasil precisa se atualizar, mas aos poucos as pessoas vão se acostumando e, quem sabe um dia, a gente vire um país adulto, como são os países europeus onde as pessoas aprenderam a desfrutar com prazer e sem culpa as suas diferentes idades. E o público me acompanha não pela minha idade. Pelo menos eu quero acreditar, acho que é mais profundo do que isso, do que essa superficialidade. As pessoas gostam de mim pelo que sou. Eu sou um conjunto de coisas, sou várias coisas, não quero ser reduzida a apenas isso.

 

Alessandra Negrini no papel de Inês, na série "Cidade Invisível", ao lado do ator Marco Pigossi - Foto: Alisson Louback | Netflix

Alessandra Negrini no papel de Inês, na série “Cidade Invisível”, ao lado do ator Marco Pigossi – Foto: Alisson Louback | Netflix

 

“Cidade Invisível”, da Netflix, traz personagens que são entidades do folclore brasileiro. Na sua opinião, como o público do streaming interagiu com essa narrativa? A série foi muito vista fora do Brasil também…

O folclore é algo vivo, são histórias que passam de geração para geração. A receptividade pelo público do streaming foi muito boa, e certamente isso tem a ver com o fato de tantos de nós termos crescido escutando essas histórias. Eu sou muito grata a minha mãe, que me apresentou todos esses personagens desde cedo. Ela era uma grande contadora de história e fez com que eu me apaixonasse por esse universo. Sobre a série, o que tenho a dizer é que é muito lindo levar nossas histórias, as raízes brasileiras, para mais de 190 países. Um orgulho mesmo!

A série também traz um recorte muito atual, da degradação ambiental e do assédio do mercado imobiliário em regiões antes preservadas. Como você vê essas questões hoje no país?

Esse é o ponto central da série e é tratado de uma maneira muito inteligente, porque nos pega pelo coração e nos faz pensar. Não temos um planeta B. Não teremos uma segunda chance, mas temos escolhas. A questão ambiental é uma questão política, social e econômica que precisa ser encarada pelos nossos governantes como algo prioritário. É a vida humana nesse planeta, é o ar que a gente respira, a água que a gente bebe, a comida que a gente come. Como isso pode não ser tratado como algo de extrema importância? Para o Brasil de hoje não é, o que me faz pensar o que será o Brasil de amanhã.

Antes de ser atriz, você estudou Jornalismo e Ciências Sociais, e foi professora de inglês. O que você traz dessas diferentes atuações?

Tudo. Tudo o que estudei e aprendi ao longo da vida me ajuda na hora de conceber um novo projeto, de preparar uma nova personagem. Me abriu a escuta, me treinou o olhar para o mundo, me ajudou a entender que a gente sempre tem algo a aprender e nunca está pronto.

Qual é o seu desejo para 2021? Já tão difícil e intenso, mas que ainda não acabou.

Vacina! Vacina para todos.

 

Foto: Pablo Saborido | Amaro

Foto: Pablo Saborido | Amaro

Sustentabilidade nas empresas é ponto chave para investimentos internacionais

Sustentabilidade nas empresas é ponto chave para investimentos internacionais

Parte do agronegócio brasileiro já se deu conta, mas muitos produtores rurais ainda insistem em viver no século XX. A sustentabilidade não é plus, não é algo opcional. É uma necessidade para quem quiser atrair investimentos internacionais e conquistar mercados pelo mundo. Em Nova York, em Paris ou em Hong Kong, ninguém quer comer um bife que, para ser produzido, teve de derrubar um pedaço da floresta Amazônica. Da mesma forma, rejeita o salgadinho feito com milho transgênico cultivado em um território que, até outro dia, era o habitat de onças, tamanduás e emas.

Empresas que apostam em boas práticas ecológicas estão captando fortunas de investidores globais. Quem não abandonar a mentalidade antiquada e predatória em suas fazendas vai ficar para trás.

No início deste ano, a Amaggi, uma das maiores produtoras de soja do país, ofereceu ao mercado US$ 500 milhões em títulos de sustentabilidade – papéis vinculados ao financiamento de projetos de gestão ambiental relacionados a uso do solo e recursos naturais, biodiversidade, mitigação das mudanças climáticas, desenvolvimento socioeconômico e segurança alimentar – com vencimento em 2028 a uma taxa de 5,25%. A procura foi seis vezes superior à esperada, e o volume da emissão subiu para US$ 750 milhões para dar conta da demanda.

Recentemente, a Marfrig – uma das maiores empresas processadoras de proteína animal do mundo – levantou US$ 30 milhões em um título do tipo sustainability-linked, cujos recursos serão destinados à busca de uma cadeia de fornecimento livre de desmatamento na Amazônia e no Cerrado. BRF, Suzano e JBS também são outras empresas do agro que estabeleceram ambiciosas metas socioambientais.

Sustentabilidade não é gasto, é investimento.

 

Foto - Divulgação

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Prosa rápida

  • Xô carrapato!

A cada ano, a pecuária brasileira perde cerca de US$ 3 bilhões por causa dos carrapatos bovinos. Agora a Embrapa, em parceria a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), desenvolve a primeira vacina contra carrapato. Em fase final de testes, o imunizante tem eficácia de 69%. A vacina já teve sua patente aprovada, mas não chegará tão cedo ao mercado. A análise para aprovação de seu uso pelo Ministério da Agricultura deve levar ainda uns dois anos.

  • Bio, lógico!

As vendas da indústria de defensivos agrícolas biológicos devem crescer 33% neste ano, para R$ 1,8 bilhão, estima a associação Croplife Brasil, com base em dados levantados pela consultoria Blink. Esses são insumos agrícolas desenvolvidos a partir de ingredientes ativos naturais, com baixa toxicidade quando comparados aos agroquímicos tradicionais e capazes de eliminar infestações sem contaminar o meio ambiente.

  • Orange is the new gold

A safra 2020/21 de laranja no estado da Flórida deve registrar uma das menores produções da história recente. O Departamento de Agricultura dos EUA estima que a colheita de laranjas seja 23% menor do que a da temporada 2019/20. Isso deve favorecer duplamente os produtores brasileiros. O preço da commodity deve subir devido à menor oferta mundial de suco e espera-se que a procura pelo produto Made in Brazil aumente.

Txai Resorts: hospedagem sustentável no litoral da Bahia

Txai Resorts: hospedagem sustentável no litoral da Bahia

Txai Resorts, na Bahia, promove projetos de preservação da comunidade e da natureza local, e é referência no turismo consciente há duas décadas.

Situado na Costa do Cacau, em uma área de 92 hectares em meio a uma região de proteção ambiental em Itacaré, na Bahia, o Txai Resorts reúne contato com a natureza, exclusividade, privacidade e experiências únicas no que diz respeito à hotelaria de luxo. Com 38 acomodações, entre apartamentos geminados e bangalôs construídos sob um deck de madeira suspenso, o resort é certificado pelo seleto grupo de hotéis de luxo Relais & Châteaux.

 

Foto - Divulgação

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Com 20 anos de história, o Txai Resorts tem a sustentabilidade como um de seus importantes pilares. O hotel desenvolveu o Instituto Companheiros do Txai que, nos últimos anos, realiza um trabalho de conscientização com a comunidade local sobre a importância de conservar a biodiversidade, e trata de assuntos que envolvam a reciclagem, a compostagem e o tratamento de água e esgoto. Uma das iniciativas faz um trabalho constante nas escolas públicas e núcleos educacionais da região ao
ministrar aulas e palestras sobre boas práticas. Há 16 anos, o instituto também beneficia os pequenos agricultores do entorno do hotel por meio da Compensação por Serviços Ambientais (CSA), e promove a capacitação de práticas agrícolas sustentáveis e já beneficiou mais de 150 famílias.

 

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Outro projeto é o Txaitaruga, que cuida da reprodução das tartarugas marinhas ao proteger os filhotes no período de desova – que acontece todo ano entre os meses de setembro e março. A ação já atendeu mais de 60 mil tartaruguinhas e permite a adoção de um ninho de tartarugas por hóspedes e não hóspedes. O adotante recebe certificado de adoção, informações sobre o desenvolvimento dos ovos, o nascimento e fotos do filhote.

Com um conceito exclusivo de bem receber, os projetos Txai têm em comum a localização privilegiada em meio à natureza exuberante do litoral brasileiro e um serviço que favorece o bem estar, o bem viver e a sustentabilidade, que inclui a baixa densidade de ocupação, a interação total com a comunidade e a valorização da cultura local.

 

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Todo dia é Dia Mundial da Água

Todo dia é Dia Mundial da Água

Em março comemoramos o Dia Mundial da Água (22/03), data criada pela ONU para conscientizar os setores públicos e privados, além da população em geral, sobre a importância da conservação e preservação dos recursos hídricos, tão fundamentais à vida no planeta. E como 2021 é um ano crucial para as questões climáticas, não posso deixar de alertar sobre a sincronia de duas pautas: água e clima.

As mudanças climáticas são todas as alterações no meio ambiente causadas pela própria natureza e pela ação das pessoas. Elas existem desde sempre, fazem parte do ciclo natural e já marcaram eras, como a do gelo. Porém, desde a Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, esse processo vem sendo extremamente acelerado pelas ações humanas, resultando no aumento da temperatura superficial da Terra e seus efeitos colaterais, como derretimento das geleiras, e chuvas e secas intensas e fora de época.

 

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A água é um dos recursos naturais mais afetados pelos efeitos da mudança do clima, já que seu ciclo depende de equilíbrio climático –, e cria boas condições para o bom funcionamento dos rios, oceanos e lagos, que nos abastecem não somente de água potável, como também são os responsáveis pela evaporação que causa as chuvas, mantendo os níveis de água saudáveis para que o ciclo nunca pare.

Os setores de moda, beleza e design são responsáveis por grandes emissões de CO2, que são gases de efeito estufa e que contribuem de forma negativa para a aceleração das mudanças climáticas. Muito tem se discutido, e várias empresas têm se comprometido a neutralizar suas emissões por meio do reflorestamento e plantio de árvores. É uma medida efetiva e, inclusive, nós do Movimento Ecoera temos um programa para colaborar com empresas nesse processo.

Mesmo sendo uma medida importantíssima, a neutralização de CO2 de atividades industriais, varejistas e corporativas não é suficiente para resolver as questões do clima. Temos que ir além e reduzir as emissões. E esse sim é o grande desafio. Com metas claras e um plano de ação, empresas de diversos portes já tem se movimentado e estão criando uma agenda positiva, em que criatividade e tecnologia caminham lado a lado para encontrar soluções inovadoras e sustentáveis.

E todos nós, cidadãos do planeta, podemos fazer nossa parte, economizando água e energia, reduzindo o uso de saco plástico e utilizando meios de transporte coletivos, além de estarmos atentos a consumir produtos de marcas responsáveis e que têm a mesma visão de mundo. Assim a responsabilidade é compartilhada e os benefícios, também.