Ana Furtado inicia o ano com programa de viagens e lança livro sobre sua luta contra o câncer de mama

Ana Furtado inicia o ano com programa de viagens e lança livro sobre sua luta contra o câncer de mama

A apresentadora Ana Furtado estreia seu canal no YouTube, com o programa de viagens “Passeio Completo”, e celebra o lançamento de seu livro “Até Nunca Mais’”

Sempre à vontade na TV, Ana Furtado começou sua carreira como apresentadora em 1996, nas tardes de domingo, no comando do Game Show “Ponto a Ponto”, na TV Globo. Quase três décadas depois e por causa do desejo por mais autonomia no trabalho, ela agora amplia seus formatos e estreia seu canal no YouTube, com o programa de viagens “Passeio Completo”, em que aborda experiências mundo afora.

“A primeira temporada se passa em Portugal, país onde me sinto em casa e na presença das minhas raízes. Queria que esse meu novo ciclo de vida pessoal e profissional começasse por lá, como um pedido de benção. Aliás, fiz isso no Santuário de Fátima e foi muito emocionante”, conta. A próxima parada é na Noruega – lugar onde Ana realizou o sonho de ver um dos maiores espetáculos da natureza, a aurora boreal, visitou paisagens impressionantes e aproveitou o inverno escandinavo. “Compartilhar cada viagem com o público é a união perfeita do melhor dos dois mundos para mim: trabalhar e viajar.”

 

foto André Hawk

 

Desde o ano passado, a apresentadora também está à frente das principais premiações do cinema e da música na TNT. Neste mês, ela comanda a cobertura do Oscar. “Só quero ser feliz e fazer o que tenho muita vontade. Depois de receber o diagnóstico de câncer de mama em 2018, decidi que não deixaria mais os meus sonhos para depois”, lembra.

Ana Furtado celebra ainda o lançamento de seu livro, “Até Nunca Mais’”, que conta sua trajetória durante o câncer, com parte da verba revertida para o Protea – que custeia o tratamento para mulheres em vulnerabilidade social. “O câncer é uma doença desconcertante no sentido mais amplo da palavra. Então, a simples possibilidade de poder tocar as pessoas com a minha história já é importante. Esse livro nasceu com o desejo de iluminar esse caminho tão difícil e ingrato que é o do paciente oncológico.”

Bancas de revistas em São Paulo que ainda são excelentes cantinhos para os leitores

Bancas de revistas em São Paulo que ainda são excelentes cantinhos para os leitores

Na contramão da maioria, bancas de revistas das zonas oeste e sul preservam a oferta de diferentes títulos e se transformam em redutos protegidos da leitura na capital

Em poucos anos, as bancas de revistas da cidade mudaram expressivamente. Muitas deixaram de oferecer diversas publicações, jornais impressos e livros de bolso e agora apostam em acessórios para equipamentos eletrônicos, guarda-chuva e uma variedade considerável de doces e bebidas, e se assemelham mais a lojas de conveniência. Porém alguns endereços de São Paulo ainda resistem e são verdadeiros oásis para os apaixonados por revistas.

 

foto Reinaldo Calçade

 

É o caso da Banca La Plaza, na Praça Irmãos Karmann, em Perdizes. O local divide revistas por editorias, como Moda, Gastronomia, Saúde e Esporte, e ainda apresenta títulos internacionais como a publicação norte-americana de bem-estar e lifestyle fitness ‘Men’s Health‘ e as francesas ‘Pratique des Arts‘ e ‘La Revue de Montres’ – revista especializada em relojoaria, referência para os entusiastas do segmento. A banca também reserva uma prateleira recheada de gibis infantis e outra para as saudosas palavras cruzadas.

 

Revistas internacionais na Banca Villaboim – foto Reinaldo Calçade

 

Mais um reduto dos amantes de mídia impressa, a Banca Villaboim, em Higienópolis, reabriu em fevereiro deste ano sob nova gestão. O lugar traz diversos títulos nacionais, das mais variadas editorias, além de uma grande seção voltada para livros de bolso, entre autores clássicos e ficção juvenil. Por ali, também é possível encontrar publicações de títulos globais, como as femininas ‘Elle’ e ‘Bazaar’, e até mesmo a britânica de fofoca ‘Hello’.

Já a Banca Europa, há 60 anos na Avenida Europa, destaca especialmente as revistas nichadas, como publicações sobre aviação e automóveis, como ‘Quatro Rodas’ e ‘Moto Adventure’. O local, inclusive, vende carrinhos de coleção para quem é mesmo fã do setor. A banca ainda privilegia os títulos de arquitetura e decoração. Por fim, a Banca Panamericana, na praça homônima, no Alto de Pinheiros, acabou se rendendo à venda de brinquedos e até fantasias, mas oferece um leque considerável de revistas nacionais e segue como um endereço interessante para quem busca as publicações mais conhecidas no país.

 

Revistas da Banca Europa – foto Reinaldo Calçade

 

Banca La Plaza
Praça Irmãos Karmann, 40, Perdizes

Banca Villaboim
Praça Vilaboim, 49-A, Higienópolis

Banca Europa
Avenida Europa, 20, Jardim Europa

Banca Panamericana
Praça Panamericana, 36, Alto de Pinheiros

Néli Pereira lança livro sobre o poder dos botânicos brasileiros e sua versatilidade na coquetelaria

Néli Pereira lança livro sobre o poder dos botânicos brasileiros e sua versatilidade na coquetelaria

Conhecida por seu trabalho à frente Espaço Zebra, Néli acaba de lançar livro “Da Botica ao Boteco – Plantas, Garrafadas e a Coquetelaria Brasileira”, livro que esmiúça o potencial de raízes e ervas nacionais no preparo de ótimos drinques. 

A mixologista Néli Pereira acaba de lançar “Da Botica ao Boteco – Plantas, Garrafadas e a Coquetelaria Brasileira”, livro que esmiúça o potencial de raízes e ervas nacionais no preparo de ótimos drinques. Todos conhecemos as características do limão siciliano, do açafrão espanhol e da lavanda francesa, não é? Mas muito poucos são os que sabem definir o aroma e o sabor da jurubeba, do mastruz, da carqueja e da aroeira. Isso precisa mudar, e Néli nos ajuda a entender e valorizar o poder desses botânicos brazucas.

Conhecida por seu trabalho criando, preparando e servindo coquetéis no balcão do Espaço Zebra, no Bixiga, a ex-jornalista (com passagens pela BBC e pela Band News) relata ao longo de 208 páginas as vivências, conversas e aventuras que fizeram parte de sua pesquisa com experiências que vão de Peruíbe, no litoral de São Paulo, a Belém, no Pará. Entre uma história e outra, a autora aproveita para passar as receitas de alguns drinques para tornar a leitura ainda mais agradável.

Neli - Garrafadas | Foto Paulo Cardone

Neli – Garrafadas | Foto Paulo Cardone

É muito bom saber que o tucupi pode ser o protagonista no preparo do Febre Amarela, um coquetel de sabor intenso que tem o gim como base alcoólica. Ou que o licor de catuaba fica muito bem como substituto do vermute no Negroni. Assim como grandes chefs lutam pela consolidação de uma gastronomia genuinamente brasileira a partir do uso de receitas e ingredientes locais, Néli e outros raros mixologistas daqui batalham pela gênese de uma coquetelaria brasileira, a partir da valorização e do uso de botânicos regionais.

“Oxalá quando termine a leitura, a sede de Brasil e a vontade de beber pelo país invadam seu corpo e sua casa, que as jurubebas e os açaís bailem imersos nas suas batidas e que não faltem mastruz e guaco nesse brinde. Espero que essas ervas curem a doença brasileira de achar que o nosso é pior ou menos valoroso”, enseja a autora.

Criador da turminha mais amada dos gibis, Mauricio de Sousa estreia filme de seus personagens em dezembro

Criador da turminha mais amada dos gibis, Mauricio de Sousa estreia filme de seus personagens em dezembro

Com mais de seis décadas de carreira, um bilhão de gibis criados, livro recém-lançado e filme prestes a estrear, Mauricio de Sousa aproveita os 86 anos em plena forma.

 

Mauricio de Sousa - Foto: Caio Gallucci

Mauricio de Sousa – Foto: Caio Gallucci

 

Aos quatro anos de idade, Mauricio Araújo de Sousa viu uma revista jogada em uma calçada da pacata Mogi das Cruzes, no interior de São Paulo. Parecia um pouco errado, mas ele levou para casa assim mesmo. Sozinho, a primeira reação foi se encantar pelos desenhos – e havia muitos! Depois, veio o pedido de ajuda à mãe, que decifrou o bando de letrinhas nos balões. Nascia ali um fã voraz de histórias em quadrinhos.

De admirador, o garoto tornou-se um fazedor. Produzia tanto que, à beira dos 20 anos, o natural parecia profissionalizar a coisa. Os editores do jornal “Folha de S. Paulo”, porém, discordaram do plano e preferiram que o jovem estreasse como repórter policial: “Para um rapaz que achava que já tinha um bom trabalho como artista, fui tratado de forma inadequada. O que só depois percebi é que trabalhar textos concisos e rápidos nas reportagens me ajudou a escrever dentro dos balões”.

Entre uma coisa e outra, o ilustrador ainda amador improvisava retratos falados para matérias sem fotos, rabiscava cenas de crimes e aprendeu que, embora aquilo estivesse bem longe dos personagens “fofos” que costumava conceber, a gênese era a mesma, isso é, o homem e suas ações.

 

Mauricio de Sousa como repórter da "Folha de São Paulo" - Foto: Folha de São Paulo

Mauricio de Sousa como repórter da “Folha de São Paulo” – Foto: Folha de São Paulo

 

Dentre as qualidades humanas, perspicácia, sensibilidade e persistência permitiram ao jovem emplacar sua primeira tirinha no jornal. Bidu, o cãozinho azul, aparecia impresso em preto e branco. Mas aparecia. Com o tempo – somos testemunhas! – os desenhos evoluíram, coloriram-se intensamente e o dono do cachorrinho, Franjinha, ganhou uma série de amiguinhos para dividir historinhas.

No universo “mauricízico”, as palavras sucedem-se sem esforço no diminutivo, como numa conversa carinhosa com criança, de igual para igual. Denguice à parte, é a consciência adulta quem impera. Não se trata de moral da história, tampouco de infantiloidismo, há antes um comprometimento pedagógico. “É primordial que a nossa turminha leve junto com a brincadeira assuntos educativos para as crianças, como ter uma boa saúde, ser solidário e se importar em melhorar tudo no mundo”, aposta.

Aos 86 anos de idade, Mauricio exercita a própria teoria: rola no chão com Martin, o netinho de um ano, tuíta, instagrameia, desenha um pouco, lê muito. Ainda não voltou a frequentar restaurantes, teatros e nem cinemas. Todavia, está em vias de retomada!

Agora, dia 30 de dezembro, estreia “Turma da Mônica – Lições”. Sob direção de Daniel Rezende (o mesmo do “Turma da Mônica – Laços”, que em 2019 levou aos cinemas mais de 2 milhões de espectadores), o filme traz os personagens de volta às aulas presenciais com duas peculiaridades: a mudança de escola da Mônica e a entrada na pré-adolescência, pano de fundo para novos planos infalíveis e discussões sobre amizade.

“Antes do primeiro filme, em 2018, eu tinha algum receio em ver os personagens em carne e osso. Não por mim, mas pelos milhões de leitores da Turma da Mônica, que poderiam sentir que aqueles pequenos atores não representavam o que eles conheciam pelos gibis. Mas tudo estava muito encaixado e agora não queremos mais parar. Tem o ‘Lições’, que estreia este mês e virão mais filmes live-action por aí!”, antecipa Mauricio.

 

Cena do longa "Turma da Mônica - Lições" - Foto: Divulgação

Cena do longa “Turma da Mônica – Lições” – Foto: Divulgação

 

Sonhos sempre renovados

Pai de 10 filhos e de mais de 400 personagens, aplica com magia outra de suas fórmulas: “A criança gosta de diversão e de ação, tem que ter aventura e muito humor”. Assume também ser Horácio, o “dinossauro diferente, que não come carne e cuja visão ecológica sou eu, por isso nunca deixei alguém no estúdio criar novas histórias”. Aliás, até o início de 2022 sairá uma coleção com todas as tirinhas do animalzinho pré-histórico publicadas nos suplementos “Folhinha” e no “Estadinho”.

Ainda que a pandemia não tenha trazido novas figuras, seu esquadrão de 60 heróis brilhou em homenagens aos atletas das Olimpíadas e Paraolimpíadas e envolveu-se em ações pela vacina, pelo uso de máscara e pelo distanciamento social. “No momento mais difícil da pandemia, nossa campanha chegou até ao Japão, com um clipe sobre esses procedimentos”, orgulha-se.

Para sorte de Mauricio, a maioria de seus roteiristas já trabalhava de suas casas, em diversos pontos do Brasil. Os desenhistas seguiram o mesmo prumo. Assim, não só as quase 400 pessoas de seu estúdio não pararam, como ele notou um fervilhar saudabilíssimo de ideias. Um processo no qual ele mesmo se inclui: “Não paramos de sonhar com novas ideias!”.

 

Mauricio de Sousa com Bidu, seu primeiro personagem - Foto: Divulgação

Mauricio de Sousa com Bidu, seu primeiro personagem – Foto: Divulgação

 

Nascido das memórias dos tempos em que nadava no Tietê e lançado no dia do seu aniversário, 27 de outubro, o livro “Sou um Rio” (Editora Nova Fronteira e Mauricio de Sousa Editora) é uma delas. “Os rios são fonte de vida para todo o ecossistema, mas estão morrendo pela poluição desenfreada. A ligação entre o ser humano e a natureza é a melhor forma de aprendermos a amar o que recebemos de graça e estamos maltratando. Aos 86, tenho certeza de que todos nós precisamos passar para as novas gerações que é possível casar a tecnologia com a sustentabilidade e melhorar o planeta”, filosofa.

O filme sobre a sua vida, assinado com a Disney, que estará em cartaz em 2023 é mais um exemplo de sonho a se concretizar: “Ele mostrará a minha luta para realizar um sonho de criança, que era ser desenhista. Posso dar um spoiler: o final é feliz!”.

Falando em spoilers, os próximos dias são promissores. O programa infantil “Mauricio TV” estreia no Japão, os shows retornam ao teatro com “Turma da Mônica e a Árvore de Natal” (Teatro Bradesco, em São Paulo) e aguarda-se “#XôFakeNews”: “A escritora Januária Cristina usou nossa jornalista Tina para ensinar a Turma da Mônica Jovem sobre o perigo das notícias fraudulentas nas redes sociais e a importância do combate à desinformação e às mentiras. Um livro que todas as escolas de ensino médio deveriam adotar”.

Com mais de um bilhão e duzentas mil revistas impressas no Brasil, publicações em mais de 70 países, mais de três mil itens com os personagens licenciados mundo afora, canal no YouTube superando 10 bilhões de visualizações, tudo indica que 2022 só trará novos recordes para Mauricio de Sousa quebrar.

 

Turminha da representatividade

“Criei o Jeremias em 1960, antes mesmo de criar a Magali, o Cebolinha, o Cascão e a própria Mônica. Depois teve o Pelezinho e o Ronaldinho Gaúcho, com suas famílias e revistas próprias, e continuei estudando lançar uma família negra. Mas não é fácil lançar novos personagens, já que dependem da montagem cuidadosa de características visuais e, principalmente, de personalidades bem definidas e atemporais”, confessa Mauricio de Sousa.

Nesse sentido, o surgimento de Milena, em 2017, no formato de boneca, foi encarado como uma vitória por ele. E a coisa não parou ali: em 2019, a menininha meiga de 7 anos e autoestima elevada, ganhou o próprio clã na Rua do Limoeiro, além de historinhas, fãs e, agora, uma versão humana, no longa-metragem “Lições”.

 

Turma da Mônica e Milena, a mais recente personagem criada por Mauricio - Foto: Divulgação

Turma da Mônica e Milena, a mais recente personagem criada por Mauricio – Foto: Divulgação

 

Embora seja a última heroína a adentrar a turminha, ela reforça a busca pela diversidade, que vai além da cor da pele e do gênero. “Vou colocando, pinçando e, ao mesmo tempo, estudando cada etnia, cada necessidade, cada problema que nós temos enquanto sociedade, cada preconceito, porque viemos carregados de preconceitos”, desabafa o autor.

Sucesso automático de público, Milena tornou-se amicíssima de Mônica, mas sabe que tem a seu lado outros colegas que aludem à necessidade de inclusão, caso do Luca, garotinho cadeirante, André, um menino com autismo, Tati, com Síndrome de Down, e Dorinha, uma menina com deficiência visual inspirada na educadora Dorina Nowill. Possivelmente, em não muito tempo, terá também um amiguinho homossexual.

De volta aos palcos, Diogo Nogueira prepara turnê e interpreta o pai em musical-homenagem

De volta aos palcos, Diogo Nogueira prepara turnê e interpreta o pai em musical-homenagem

Diogo Nogueira é filho do samba, literalmente. Seu pai cantou ser seu espelho e ser espelho de seu próprio pai também. “Sempre que um filho meu me dá um beijo, sei que o amor do meu pai não se perdeu, só de olhar seu olhar eu sei seu desejo, assim como meu pai sabia o meu”, diz a música “Além do Espelho”, de João Nogueira. Se estivesse vivo, o sambista, compositor e cantor completaria 80 anos neste mês de novembro. Na mesma canção citada acima, ele recitou que a vida é uma missão, mas quando o espelho é bom, ninguém jamais morreu.

João estava certo sobre muita coisa, e uma delas é mesmo que o samba continua após a morte – essa, sim, é uma ilusão. E na bonita missão de preservar a memória do patriarca, seu filho, Diogo Nogueira, interpreta o pai em um musical, com estreia prevista para o primeiro semestre do ano que vem. A iniciativa é parte da série de comemorações que marcam as oito décadas de João Nogueira, no Clube do Samba – fundado por ele em 1979 e hoje liderado pela filha Clarisse. As celebrações incluem ainda o lançamento de um livro, shows de verão, desfile do bloco do Clube e oficinas de arte gratuitas.

 

Diogo e seu pai, o sambista João Nogueira - Foto: Arquivo Pessoal

Diogo e seu pai, o sambista João Nogueira – Foto: Arquivo Pessoal

 

“Vivi com meu pai até meus 19 anos, as lembranças mais fortes são das viagens que fazíamos juntos, das idas ao Maracanã…ele era um pai presente, e muito rígido também. Interpretá-lo é uma honra e uma grande responsabilidade”, conta. A principal herança de João para Diogo é o amor ao samba, o que, inevitavelmente, estende-se ao amor pelo Rio de Janeiro, ao amor pelo mar e pela areia, ao amor pela cozinha, enfim, ao amor por amar sem medo e com muita entrega.

Hoje, aos 40 anos, Diogo faz seu próprio e intenso enredo na história do samba. Com 14 anos de carreira na música, ele já lançou dez CDs, quatro DVDs – que venderam mais de um milhão de cópias – três singles, um EP com quatro canções nas plataformas digitais e um audiovisual com três álbuns, e foi indicado ao Grammy Latino por todos os seus álbuns, prêmio que venceu por duas vezes. O cantor emplacou ainda quatro sambas-enredo na sua escola, a Portela, em carnavais consecutivos, todos com nota 10 dos jurados. “O samba é minha vida, é herança familiar, é o que eu sou.”

A exemplo de todo esse significado, Diogo Nogueira foi homenageado pela escola de samba Imperatriz Dona Leopoldina, de Porto Alegre, no enredo “Espelho, de Filho Para Pai. A Imperatriz canta Diogo para João”, que deu o título de campeã naquele ano para a escola, no Carnaval de 2016.

Feito d’água

O destino no samba parece, agora, natural para Diogo. Mas antes de iniciar na música profissionalmente, o cantor tentou carreira como jogador de futebol. Com uma contusão no joelho, acabou mesmo nos palcos. Não poderia ser diferente. O esporte, porém, não saiu da vida e da rotina do cantor, que é amante de futevôlei e surfe. “Sempre fui muito ativo, comecei a praticar esses esportes na infância, também gosto de artes marciais”, conta.

A paixão pelas ondas é tamanha que a relação com mar vai se transformar em um documentário, o “Espelho d’Água”, com produção já iniciada. Com imagens feitas em Mentawai, na Indonésia, Diogo foi em maio deste ano também para a Nicarágua para surfar e filmar. “Pretendo voltar para a Indonésia para surfar mais, e tenho o desejo de conhecer as ondas do México e de El Salvador.”

 

Diogo Nogueira surfando - Foto: Divulgação

Diogo Nogueira surfando – Foto: Divulgação

 

A proximidade com as águas se reflete em suas músicas, nos seus shows e nos videoclipes. Em dezembro do ano passado lançou “Bota Pra Tocar Tim Maia”, primeiro single do repertório do projeto audiovisual “Samba de Verão” – filmado dentro de uma balsa num palco de 500m todo cenografado na Marina Center, em Niterói, com a vista privilegiada do Rio de Janeiro e a silhueta dos morros da cidade ao fundo. Lançados já em 2021, o primeiro álbum do projeto foi “Sol”, seguido de “Céu” e “Lua”, com as participações especiais de Zeca Pagodinho e Grupo Fundo de Quintal.

Em turnê com “Samba Verão”, Diogo Nogueira voltou aos palcos e tem shows programados para este mês no Teatro Bradesco, na capital paulista, e nos Arcos da Lapa, no Rio, em dezembro. “A pandemia impactou todo o nosso trabalho, todas as equipes de som e bastidores foram muito afetadas, mas agora estamos voltando, vacinados”, celebra.

E o sol, o mar e a areia não são os únicos elementos que compõem o amor de Diogo por sua cidade natal. “Gosto de tudo no Rio de Janeiro, da boemia, da Lapa, das rodas de samba, da leveza de poder colocar um chinelo no final do dia, da infância que tive com brincadeira na rua, com pipa e pique bandeira, de Rocha Miranda, dessa beleza toda.”

Apaixonado, sim

A principal fonte de inspiração para novas músicas agora tem nome, rosto e talento também conhecidos pelo público. Namorados, a atriz Paola Oliveira é a musa de Diogo, e ela ganhou uma nova canção do cantor, “Flor de Canã”. Inspirada no rum da Nicarágua, cheio de perfume e sabor, a música – lançada no final de outubro nas plataformas digitais – celebra a bebida que o casal descobriu e o compartilhamento de muitos gostos. “A gente adora as mesmas coisas, na minha viagem para a Nicarágua descobri esse rum e não via a hora de apresentar para ela, acabei trazendo para o Brasil e ela também gostou!”. E ainda canta, apaixonado: “Morri no mojito da tchica, paixão é o silêncio que grita”.

Dos copos para a mesa, Diogo Nogueira coloca avental, arregaça as mangas e se arrisca no fogão. Durante a quarentena, explorou ainda mais o gosto pela cozinha e elencou 20 receitas que faz bem, e com muito jeito, no seu novo e-book “Diogo na Cozinha”, lançado em 2020.

 

Diogo Nogueira com o apresentador Rodrigo Hilbert, se aventurando na cozinha no programa "Tempero de Família" - Foto: Ney Coelho

Diogo Nogueira com o apresentador Rodrigo Hilbert, se aventurando na cozinha no programa “Tempero de Família” – Foto: Ney Coelho

 

Entre frutos do mar, aves, carnes e sobremesas, os pratos carregam histórias de afeto, de viagens e de muitas reuniões entre família e amigos regadas a samba e alegria. “Samba e cozinha têm tudo a ver, as rodas começam cedo e vão até tarde, é preciso muita comida para manter a energia da rapaziada, lá em casa o dia começava e terminava na cozinha.” Cortando legumes e verduras para a mãe e a avó, Diogo aprendeu a cozinhar com gosto, outro aprendizado que veio de casa, assim como a música e o carisma oriundos do pai, do samba, do Rio de Janeiro e do Brasil.

 

Samba de breque

Uma música de João Nogueira?
Além do Espelho

Uma música de Diogo Nogueira?
Flor de Caña

Uma viagem inesquecível?
Fernando de Noronha

Uma tarde perfeita?
Surfando

A receita tradicional da família Nogueira?
Caruru do João

Primeiro o samba, e depois?
Me embriagar de prazer com meu amor

Um desejo para o Brasil?
Educação e cultura

 

Diogo Nogueira - Foto: Marcos Hermes

Diogo Nogueira – Foto: Marcos Hermes