Mel Lisboa traz para o Rio o musical que celebra a vida e a obra de Rita Lee, após estrondoso sucesso em São Paulo

Mel Lisboa traz para o Rio o musical que celebra a vida e a obra de Rita Lee, após estrondoso sucesso em São Paulo

Com sua carreira até alguns anos ainda marcada pelo seu primeiro papel na TV, a minissérie “Presença de Anita”, exibida em 2001, Mel Lisboa estreia este mês no Teatro Casa Grande o espetáculo “Rita Lee – Uma Autobiografia Musical”, incorporando com impressionante fidedignidade essa extraordinária personagem, fazendo o público acreditar piamente que a roqueira paulistana ainda está entre nós

Depois de ser assistido por quase 90 mil espectadores em São Paulo, o espetáculo musical “Rita Lee – Uma Autobiografia Musical” chega ao Rio, com estreia no dia 26 de junho no Teatro Casa Grande. Nessa montagem, a atriz gaúcha Mel Lisboa interpreta com espantosa verossimilhança a inesquecível roqueira paulistana, numa encenação que mistura história e hits como “Menino Bonito”, “Ovelha Negra”, “Todas as Mulheres do Mundo” e “Mania de Você”.

No palco, Mel impressiona a plateia com sua personificação de Rita — personagem que ela já havia encarnado na TV (na minissérie “Elis: Viver É Melhor que Sonhar”, de 2019) e em outra peça teatral – “Rita Lee Mora ao Lado” – que foi assistida pela própria cantora em 2014. Sua atuação no musical que agora estreia no Rio lhe rendeu o Prêmio Shell de melhor atriz em 2025.

 

foto Mauricio Nahas

 

Com 43 anos e dois filhos adolescentes, a atriz tem uma carreira muito profícua e eclética no cinema (com filmes como “Cães Famintos”, “Atena” e “Conspiração Condor”, que deve estrear só em 2026), no teatro (com interpretações marcantes em peças como “Misery”, “Peer Gynt” e “Dogville”) e no streaming (com participações em produções como “Maníaco do Parque”, da Amazon Prime Video, “Coisa Mais Linda”, da Netflix, e “A Vida Secreta dos Casais”, da HBO Max).

Em conversa com a reportagem da 29HORAS realizada bem no dia em que fãs lembravam os dois anos da morte de Rita, a emocionada Mel Lisboa falou sobre sua afinidade com Rita, seus projetos como produtora e outros trabalhos no teatro, como “Madame Blavatsky – Amores Ocultos” –, monólogo que ela também vai encenar durante esse seu breve retorno ao Rio, onde viveu entre os anos de 2000 e 2004. Confira nas páginas a seguir os principais trechos da entrevista.

Qual a sua explicação para esse sucesso todo de “Rita Lee – Uma Autobiografia Musical”?
Não existe uma explicação. Um sucesso dessa magnitude se dá por causa de muitos acertos simultâneos. Não é só em razão do texto afiado, da direção precisa, da trilha sonora fantástica, do elenco entrosado. O sucesso se deve ao inexplicável. Não existe uma fórmula para agradar crianças, adultos, idosos, fãs da Rita e gente que nunca se ligou muito no trabalho dela.

A montagem carioca vai ser idêntica à paulistana?
Absolutamente idêntica. Tudo igualzinho.

 

A atriz Mel Lisboa na pele da eterna Rita Lee, no espetáculo “Rita Lee – Uma Autobiografia Musical”, que chega ao Rio este mês – foto Priscila Prade

 

E o que mudou desde a estreia, em abril do ano passado em São Paulo, até hoje? Dá para dizer que é um espetáculo mutante?
Todo espetáculo é mutante e evolui com o tempo. O teatro é vivo, é orgânico. Quando a gente estreia, o espetáculo está ensaiado, mas não está pronto. Ele só fica pronto mesmo quando entra em cartaz e conta com a energia dos espectadores. A plateia é um agente ativo na evolução da montagem. Com os feedbacks que recebemos, fazemos pequenas mudanças e adaptações na luz, no figurino, na movimentação e até no texto. E, com o tempo, os atores também vão ficando mais à vontade. Hoje, por exemplo, eu brinco muito mais com a plateia do que nas primeiras apresentações. E eu sei muito bem o que funciona e o que não funciona nessa interação.

A própria Rita não teve a oportunidade de ver o espetáculo, mas o que o Roberto de Carvalho achou da montagem?
Ele ficou muito feliz. Se emocionou muito. Ele já havia acompanhado um dos nossos últimos ensaios e, na nossa estreia, ele foi com a família inteira. Gostei muito quando ele me disse que a nossa montagem estava do jeitinho que a Rita gostaria que sua autobiografia fosse encenada.

O que você e a Rita têm em comum? E o que você absorveu da Rita e incorporou ao seu jeito de ser, ao longo desse último ano de “convívio” tão intenso com ela?
Nós duas somos capricornianas e temos em comum várias características típicas das pessoas desse signo. A Rita me ensinou e me ensina um monte de coisas todo dia. Eu queria ser mais como a Rita, mas não é fácil ser parecida com uma pessoa tão ‘fora da curva’. Ele era uma mulher muito inteligente, rápida, irreverente e debochada. Eu tento ser como ela, é uma grande inspiração para mim, mas eu tenho meus limites…

 

foto Priscila Prade

 

O que foi mais difícil na hora de criar a sua Rita? Cantar foi um desafio ou você ficou à vontade, já que atuou em outros musicais?
Nunca fico à vontade cantando! O ideal seria se eu cantasse igual à Rita, mas nossas vozes são diferentes. Então eu tento reproduzir a música da voz dela, o jeito dela falar, o sotaque diferente do meu. Uma vez, recebemos na plateia um grupo de pessoas com deficiências visuais que são fãs da Rita. Eu fiquei preocupada, pois muito da minha composição vem do figurino, da caracterização, mas isso eles não enxergam. Aí, no final, uma garota desse grupo me disse uma coisa linda, que me deixou comovida. “Eu não via a Rita, mas eu ouvi a Rita”, disse ela. Voltei para casa com aquela sensação de missão cumprida.

Depois de interpretar a Rita Lee no palco e no cinema, não tem receio de ficar estigmatizada como “aquela atriz que é cover da Rita Lee”?
Minha trajetória foi marcada por duas personagens muito fortes – a Anita de “Presença de Anita” e a Rita Lee. Eu tive algo que muitos passam uma vida inteira sem ter. Me sinto uma privilegiada! E, a propósito, para mim não é problema nenhum ter a minha imagem associada à da Rita. Muito pelo contrário. Me sinto muito honrada!

Por falar nessa outra personagem forte da sua trajetória, durante anos você foi conhecida como a moça de “Presença de Anita”, mesmo depois de vários outros trabalhos. Isso te incomodava?
Quando eu te digo que me sinto privilegiada e honrada de ver a minha imagem e o meu nome associados à Rita e à Anita, essa é uma visão que tenho hoje. Até alguns anos, isso era de fato um problema, eu me questionava muito se isso era bom ou ruim, se eu havia cometido algum erro ao aceitar esses papeis. Não foi um processo fácil e suave essa mudança de pensamento, mas o fato é que hoje isso não é mais uma questão na minha cabeça. Estou muito bem resolvida com minhas escolhas.

 

foto Priscila Prade

 

Quando foi que você deixou de priorizar a TV e veio para São Paulo fazer teatro e se tornar uma musa da cena alternativa, com peças de baixo orçamento, mas muito bem recebidas pela crítica, como “Após a Chuva”, “A Boca do Lixo”, “Luz Negra” e “Cenas de uma Execução”?
Morei no Rio até 2004, onde fiz várias novelas. Em 2003 fui fazer uma peça em São Paulo e logo me identifiquei com a cidade e me encantei pelas pessoas e pelo jeito que as coisas funcionavam por lá. Aí me mudei definitivamente em 2004 e, aos poucos, fui tendo a oportunidade de trabalhar e aprender com grandes diretores e atores. Um dia, percebi que não era mais uma forasteira, eu já me sentia perfeitamente inserida na cena teatral paulistana. Hoje, de fato, sinto que pertenço a esse lugar.

Ultimamente você vem assumindo a função de produtora. Como é produzir cultura em um país que não a valoriza.
É sempre difícil, né? Precisa ter muito amor pelo teatro para entrar nessa atividade. Para mim esse foi um caminho natural. Assim como outros tantos atores e atrizes, também quero ser dona dos meus projetos. Mas isso não significa que eu não quero mais trabalhar para outros produtores, realizadores. Eu só quero que essa seja mais uma alternativa para mim, sem impedir ou anular a minha participação em projetos capitaneados ou produzidos por outras pessoas. A ideia é ampliar o leque de possibilidades, não restringi-lo.

Me fale de “Madame Blavatsky – Amores Ocultos”, peça que você produziu e vai encenar no Rio paralelamente ao musical sobre a Rita Lee?
No Rio, “Madame Blavatsky” terá apenas quatro apresentações, em noites de quarta-feira, no Teatro Prio, no Jockey Club. Se der certo, depois a gente pode voltar à cidade para uma temporada de verdade. É uma peça que brinca com os limites da ficção, investigando convenções da representação teatral e simulando, através do texto, uma incorporação mediúnica. Em cena, o espírito de Helena Blavatsky, fundadora da Sociedade Teosófica, exige retornar a um teatro, utilizando-se do corpo de uma atriz, para colocar a sua controversa história em pratos limpos.

 

A atriz em cena do monólogo “Madame Blavatsky – Amores Ocultos” – foto Gatú Filmes

 

Helena Petrovna Blavatsky foi uma mulher bem menos solar e bem mais introspectiva que a Rita Lee. Tem sido difícil incorporá-la no palco? E, neste caso, o termo “incorporar” está em seu sentido bem literal, já que você encarna o espírito dela na peça, não?
A Rita e a Blavatsky são diferentes, mas conectadas em muitos aspectos. Ambas são meio bruxas, e as duas, por serem capricornianas, têm em comum muitas das características típicas das pessoas desse signo. E as duas morreram no mesmo dia, 8 de maio, olha só! A peça tem muito metateatro, o tempo todo a gente fala do ato de fazer teatro. E, ao contrário do que acontece com o musical da Rita Lee, eu não preciso tentar falar ou me mexer como a Blavatsky. Ninguém sabe como era a voz dela, como se movia, qual era o seu gestual. Ela morreu em 1891, tudo o que temos dela são seus escritos e algumas fotos. Eu me sinto muito livre para interpretá-la. Aliás, eu não a interpreto, no palco eu sou a Mel encarnando o espírito dela.

Trazer uma mulher ucraniana aos palcos nesse momento foi uma escolha intencional por causa da situação do país, invadido pela Rússia desde 2022?
Não. A primeira vez que encenei essa peça foi como solo on-line, na pandemia, quando os teatros estavam fechados. Foi antes do início dessa guerra.

Quais outras mulheres poderosas você gostaria de viver no palco?
Várias outras, felizmente! É difícil enumerá-las. Mas digo que Medéia [de Eurípedes] é um personagem que me cativa.

Para encerrar, a Rita Lee fechou sua autobiografia dizendo se orgulhar de ter feito muita gente feliz. E você? Se orgulha de quê? De ter feito muita gente refletir? Recordar? Se divertir?
A arte tem o poder de tocar e transformar as pessoas. Eu me orgulho de, ao longo desses vinte e tantos anos de trabalho na TV e no teatro, ter auxiliado de alguma maneira na transformação de muita gente. A vida presta. É um trabalho árduo, mas que vale a pena.

 

Mel Lisboa com sua musa Rita Lee – foto reprodução Instagram

Artistas contemporâneos homenageiam grandes pianistas, violistas e sopristas da música brasileira

Artistas contemporâneos homenageiam grandes pianistas, violistas e sopristas da música brasileira

Novos álbuns, parcerias e encontros musicais de artistas contemporâneos celebram os grandes nomes do instrumental brasileiro

Animada com o disco de Paulo Bellinati tocando “Garoto” que acaba de sair, resolvi dedicar este espaço ao instrumental brasileiro. Começo com esse violonista, maestro, arranjador genial que, com mais dois feras chamados Swamy Jr e Daniel Murray, homenageia Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto. Compositor de clássicos como “Duas Contas” e “Gente Humilde”, era o violonista citado pela turma da bossa nova quando o assunto era modernidade. Carlos Lyra, Roberto Menescal, Tom Jobim, todos rendiam elogios a esse grande músico. O violão brasileiro, conhecido no mundo todo, deve muito a esse pioneiro.

E aqui abro um arquivo infinito que começa com outro gênio, Naná Vasconcelos. O pernambucano que tirou o berimbau da roda de capoeira e levou para o mundo todo como instrumento solista. Ele teve papel fundamental na criação do icônico “Milagre dos Peixes” e de outros trabalhos de Milton Nascimento. Fez o “Dança das Cabeças” com Egberto Gismonti e praticamente criou a world music com seus encontros sem fronteiras. A percussão no Brasil é tão gigante que não cabe nessas poucas linhas, mas posso citar ainda Guilherme Kastrup, Sergio Reze, Robertinho Silva, Wilson das Neves, Simone Sou, Vera Figueiredo, Pretinho da Serrinha… não cabe! Nem os nomes e nem os estilos muito particulares de cada um.

 

Amaro Freitas Trio, com Amaro Freitas (piano), Jean Helton (contrabaixo) e Hugo Medeiros (bateria e percussão) – foto João Vicente / divulgação

 

Os pianistas? Tia Amélia revisitada hoje pelo incrível Hércules Gomes; Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth, dois pilares históricos. Os meninos inacreditáveis já ganhando o mundo: o carioca Jonathan Ferr e o pernambucano Amaro Freitas! Afrofuturismo em Ferr, que traz para os teclados a eletrônica; e um Thelonius Monk percussivo com Amaro. A mineira Luiza Mitre e sua sofisticação. Não posso sair do tema sem falar do meu querido Cristovão Bastos e seu piano canção, parceiro de Chico Buarque e gigantesco arranjador e solista. É emocionante o concerto em que homenageia Pixinguinha ao lado do mestre Proveta no clarinete.

E já que citei um soprista vamos aos maravilhosos Paulo Moura, Joana Queiroz, Sintia Piccin, Alexandre Ribeiro, Sidmar Vieira, Bocato… gerações e instrumentos diferentes e igualmente maravilhosos. Nos pífanos, além da centenária banda da família Biano que virou pop com a “Pipoca Moderna” gravada por Caetano Veloso, temos o jovem Alexandre Rodrigues que toca até John Coltrane com o pequeno instrumento de madeira que ele mesmo faz. Essa cena musical segue viva, diversa e estimulante!

Se você se interessa por essa riqueza imensa, algumas casas de shows dedicam seus palcos à diversidade instrumental brasileira. Procure em sua cidade, viaje para ver, informe-se e frequente!

Panamá surpreende com passeios gastronômicos, culturais e históricos para além dos negócios

Panamá surpreende com passeios gastronômicos, culturais e históricos para além dos negócios

Representante autêntico das viagens que misturam trabalho e lazer, o Panamá estimula o turismo prolongado para além das conexões aéreas, oferecendo gastronomia, história e natureza preservada em um mesmo passeio

Um dos principais centros financeiros da América Latina, a Cidade do Panamá equilibra sua faceta moderna e corporativa com uma rica oferta cultural, histórica e natural, criando uma experiência singular para visitantes de todos os perfis. A metrópole impressiona pela infraestrutura de ponta, prédios imponentes e arranha-céus que dominam o skyline, enquanto preserva seu patrimônio e suas tradições locais.

Os viajantes podem alternar entre ambientes executivos sofisticados e espaços de lazer. Entre reuniões e eventos corporativos, há inúmeras oportunidades para descobrir regiões históricas, museus inovadores, parques urbanos e muita natureza. Essa combinação faz da cidade um destino versátil, onde negócios, cultura e entretenimento caminham lado a lado.

 

Arranha-céus da Cidade do Panamá – foto iStockphoto

 

O ponto de partida para entender a história do Panamá é o conjunto monumental de Panamá Viejo. Fundada em 1519 pelos espanhóis, essa foi a primeira cidade europeia no litoral do Pacífico americano. Inicialmente estabelecida como um centro estratégico para o comércio de ouro e prata, Panamá Viejo floresceu rapidamente, tornando-se uma das cidades mais ricas das Américas. Porém, em 1671, foi atacada e destruída pelo famoso pirata Henry Morgan – um evento que mudou muito o rumo da região.

Hoje, suas ruínas formam uma visão única do passado colonial. É possível passear entre vestígios impressionantes de igrejas, conventos, casas nobres e fortalezas, que permanecem como testemunhas silenciosas de séculos de história. O local inclui marcos notáveis, como a emblemática Torre da Catedral de Nuestra Señora de la Asunción, um dos símbolos mais reconhecidos da cidade antiga.

 

Panamá Viejo – foto iStockphoto

 

Próximo às ruínas, o Museu Plaza Mayor Samuel Lewis García de Paredes também proporciona uma experiência enriquecedora. Suas duas salas expõem artefatos arqueológicos que revelam detalhes fascinantes da vida cotidiana dos primeiros habitantes indígenas e da colonização espanhola. Uma maquete da cidade original ajuda a visualizar sua antiga extensão, enquanto as varandas revelam vistas panorâmicas das ruínas e da vegetação ao redor.

 

Torre da Catedral de Nuestra Señora de la Asunción – foto Shutterstock

 

Natureza urbana

Outro destaque que valoriza a flora regional é o Biomuseo, na icônica Calzada de Amador. Projetado pelo renomado arquiteto Frank Gehry, conhecido pelo Museu Guggenheim em Bilbao, na Espanha, o lugar chama a atenção pela arquitetura inovadora e colorida, que reflete a diversidade natural do país. Suas exposições interativas mostram como o surgimento do istmo do Panamá (porção de terra estreita cercada por água em dois lados e que conecta duas grandes extensões de terra) conectou as Américas e impulsionou uma explosão de biodiversidade.

 

Biomuseo visto de cima – foto Shutterstock

 

Por ali, a Calzada de Amador foi construída utilizando rochas retiradas durante a escavação do Canal do Panamá. Atualmente, é uma das áreas mais procuradas por quem deseja lazer e belas paisagens. Com uma estrutura que conecta a cidade às ilhas Naos, Perico e Flamenco, é um espaço para caminhadas, ciclismo ou simplesmente para contemplar o skyline urbano e o intenso movimento dos navios que atravessam o famoso canal.

Cerro Ancón também impressiona pela magnitude. Esse monte é um santuário ecológico que possibilita vistas panorâmicas deslumbrantes da cidade, do Canal do Panamá e até da Ponte das Américas. Durante uma caminhada pelas trilhas do Cerro Ancón, é comum encontrar espécies locais, como tucanos, preguiças e macacos.

 

O santuário ecológico Cerro Ancón – foto iStockphoto

 

Hospedagens sem erro

Localizado no elegante bairro de Punta Pacífica, o JW Marriott Panama combina luxo e comodidade em um cenário privilegiado. Com 320 acomodações, o hotel é conhecido por disponibilizar as maiores e mais bem equipadas habitações da cidade, que apresentam amplas varandas privativas.

Dentro das acomodações, detalhes garantem conforto e praticidade, como as modernas estações de trabalho. O local é ainda um verdadeiro destaque gastronômico. No restaurante Masi, os hóspedes encontram uma cozinha inspirada pela relação entre o mar e o fogo, com pratos preparados com ingredientes frescos. Já o Azul é o espaço ideal para aproveitar um dia relaxante à beira da piscina, saboreando coquetéis refrescantes.

 

Piscina com borda infinita do JW Marriott Panama – foto divulgação

 

Para reuniões corporativas e eventos, o hotel oferece também espaços versáteis e elegantes, totalizando mais de 1.500 metros quadrados destinados a eventos e encontros, além de áreas externas exclusivas – como o Tejas Banquet Hall & Terrace, com capacidade para até 70 convidados.

E no distrito financeiro da Cidade do Panamá, o W Panama mescla luxo contemporâneo e cultura local. Situado em um edifício original, o hotel une música, moda e design de maneira singular, criando uma atmosfera animada. Cada um dos 203 quartos e suítes possui design contemporâneo que celebra a cultura panamenha por meio de detalhes, como os almofadões decorativos inspirados nas famosas molas – peças tradicionais confeccionadas por comunidades indígenas locais – e as luminárias que evocam as canastas artesanais (cestas) da selva tropical.

O W Panama também é reconhecido pela inovação e excelência nos serviços oferecidos. O lugar garante atendimento personalizado a qualquer hora do dia ou da noite, realizando desde desejos simples, como drinks especiais, até experiências completas pela cidade. Para os momentos de descanso e lazer, o Wet Deck, no 15º andar, é um verdadeiro refúgio urbano com uma piscina, lounge, música comandada por DJs e cabanas privativas. O La Cajita Bar chama a atenção, inspirado no conceito “food truck” e na chegada dos norte-americanos ao Panamá durante a construção do canal.

 

Lounge do W Panama – foto divulgação

 

Seja para uma viagem a negócios, um encontro com a rica história da América Central, uma aventura pelas maravilhas naturais ou simplesmente para desfrutar do melhor em hotelaria, a Cidade do Panamá mostra que é possível oferecer tudo ao mesmo e revela que é mais que uma parada estratégica.

História materializada

O Casco Antiguo, fundado em 1673 após a destruição de Panamá Viejo, é um bairro que encanta pela sua arquitetura preservada e ambiente boêmio. Declarado Patrimônio Mundial da Unesco, o lugar mescla estilos arquitetônicos coloniais espanhóis, art déco e neoclássico, refletindo diferentes épocas e influências culturais. Cafés charmosos, galerias de arte contemporânea e restaurantes premiados oferecem opções variadas, enquanto igrejas históricas e praças tranquilas permitem uma pausa.

Quem passa pelo bairro tem a chance também de conhecer o Fonda Lo Que Hay, um restaurante que celebra a riqueza da culinária panamenha com um toque contemporâneo. O chef José Olmedo Carles Rojas transforma pratos tradicionais em criações sofisticadas, utilizando ingredientes frescos. O ambiente é descontraído e moderno, com design industrial e cozinha aberta. O menu é sazonal e uma das especialidades é a mandioca tostada com carpaccio de atum e ceviche de cebola. O restaurante não aceita reservas, é recomendável chegar cedo para evitar as filas!

 

Peixe frito e frutos do mar com molho caribenho do Fonda Lo Que Hay – foto reprodução Instagram

Rodrigo Santoro brilha em  “O Último Azul”, vencedor do  Urso de Prata no Festival de Berlim

Rodrigo Santoro brilha em “O Último Azul”, vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim

Com uma carreira consolidada no cinema, Rodrigo Santoro celebra o bom momento do Brasil na telona e brilha em “O Último Azul”, vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim

Quando encantava em novelas como “Pátria Minha” (1994) e “Explode Coração” (1995), Rodrigo Santoro era uma estrela da TV em ascensão. Mas o cinema surgiu em seu caminho, ele aproveitou as oportunidades e se tornou referência nacional quando o assunto é a sétima arte. No Festival de Berlim, realizado em fevereiro, apresentou seu novo filme, “O Último Azul”. O longa dirigido por Gabriel Mascaro ganhou o Urso de Prata Grande Prêmio do Júri, a segunda premiação mais importante do evento.

Berlim forma, ao lado de Cannes e Veneza, a trinca poderosa de festivais internacionais de cinema. Foi lá que “Central do Brasil”, de Walter Salles, e “Tropa de Elite”, de José Padilha, despontaram para o mundo. Uma semana após a premiação na cidade alemã, o Brasil conquistava seu primeiro Oscar, de filme internacional, com “Ainda Estou Aqui”, de Salles. Santoro vibra com o momento do cinema brasileiro.

 

foto Jorge Bispo

 

“O que mais me comoveu foi a volta do público brasileiro [ao cinema] que, para mim, é o movimento mais importante. O interesse do brasileiro pelas produções nacionais, uma safra de filmes interessantes, que fizeram boas bilheterias, essa relação foi o que mais me emocionou”, conta Rodrigo Santoro em entrevista exclusiva à 29HORAS.

Ele, que trabalhou com Walter Salles em “Abril Despedaçado” (2001), fica surpreso ao descobrir que uma geração que não viu o Brasil ser campeão na Copa do Mundo de futebol [o último título foi em 2002], viu o país ganhar o Oscar. “Isso é muito bonito. Uma geração que vai ver o cinema de forma diferente! Temos que honrar. Temos que falar das nossas questões, das nossas histórias, buscar o nosso espectador. Incentivar os brasileiros para que continuem indo às salas, prestigiando as produções nacionais. E o mundo é consequência.”

Reflexão na tela

Rodrigo explica como foi a experiência no Festival de Berlim: “Estive em Berlim com a première mundial de ‘300’. Mas a experiência em competição é bem específica, você faz parte de um grupo seleto, tem encontros com imprensa especializada, jantares. Fomos bem recebidos. Não sei se porque o filme era brasileiro, mas já tinha um acolhimento e simpatia. E quando estreou foi incrível. A crítica nos colocou como o melhor filme do Festival. E a gente não faz filme para ganhar prêmio. Nunca fico ali esperando [o prêmio].”

 

Rodrigo Santoro e o diretor Gabriel Mascaro com o Urso de Prata, conquistado em fevereiro no Festival de Berlim – foto divulgação

 

Ele mesmo assistiu “O Último Azul” pela primeira vez em Berlim, com o público, e após a sessão oficial uma senhora que estava na plateia o abordou. “Ela agradeceu e disse que era ela no filme! Ela sentia um êxtase de ter se visto pela primeira vez [na tela]. Isso é o que me ganha. É para isso que a gente faz filme, para gerar reflexão. Entreter sim, mas quando passa disso… parece que o filme está conversando com as pessoas.”

Protagonizado por Denise Weinberg, com Santoro, Adanilo e a atriz cubana Miriam Socarrás no elenco, “O Último Azul” é ambientado na Amazônia, em um Brasil quase distópico, onde o governo transfere idosos para uma colônia habitacional em que vão “desfrutar” seus últimos anos de vida. Antes de seu exílio compulsório, Tereza (Denise), de 77 anos, embarca em uma jornada para realizar seu último desejo.

“O trabalho da Denise é gigante. Não só dela, da Miriam e do Adanilo também. Naturalmente estamos discutindo o etarismo, mas vai além, fala sobre o direito de viver e de sonhar, e como a sociedade olha os idosos. Normalmente não existe um olhar procurando a vitalidade, o desejo, a vontade. Mas, se você der sorte, você fica idoso, se sua vida não acabar antes. É um processo natural. Querem frear o envelhecimento, mas devemos envelhecer melhor, porque envelhecer faz parte da vida. Brigar com isso não me parece a coisa mais sábia”, reflete.

 

Rodrigo Santoro e Denise Weinberg em cena do longa “O Último Azul” – foto Guillermo Garza

 

E o ator ressalta que o trabalho do cineasta Gabriel Mascaro sempre chamou sua atenção. “Quando assisti ‘Boi Neon’, primeiro filme do Gabriel, pensei ‘Nossa, que filmaço!’ Aí um amigo em comum disse que eu precisava conhecer o Gabriel. E sempre tive interesse no cinema independente brasileiro. Desde ‘Bicho de Sete Cabeças’ (2000), que foi onde minha história começou. Porque mais independente do que ‘Bicho’ e [a diretora] Laís Bodansky em uma época que nem tinha cinema no Brasil… é o meu DNA, a minha formação, quando começo a me entender como artista.”

Em “O Último Azul”, Cadu, personagem de Rodrigo Santoro, é o dono do barco que leva Tereza por uma viagem pela Amazônia. “Cadu é um olhar na contramão do que a gente está acostumado a ver da figura do masculino. Ele tem o coração partido. Ele não está com o amor dele, vive no barco, que é um símbolo de liberdade. Mas o barco é a prisão dele, está ali sofrendo, e enxerga que precisa ceder ao que sente. É um homem que fala ‘preciso seguir meu coração’. Foi um presente, afetivo, sensível e só agradeço.”

Conhecido por “mergulhar” nos personagens e se transformar para os papéis, Santoro fez uma preparação especial na Amazônia. “Fui uma semana antes das filmagens para fazer o laboratório. Saí com seu Zé, com quem aprendi o manejo do barco, e quis ver o que ele fazia. A gente ia filmar nos igarapés, e fiquei um dia inteiro lá, mas o tempo não passava e a urbanização começou a gritar. Foi quando entendi que precisava entrar naquele ritmo. Passei a observar seu Zé, entrar na calma dele, na escuta, nos sons dos pássaros. Tive a oportunidade de fazer a imersão na Amazônia com um olhar menos estrangeiro, mergulhando e ficando perto do povo ribeirinho. Foi uma viagem transformadora e inesquecível”, revela o ator, acrescentando que, depois das filmagens, passou mais 15 dias na Amazônia com a esposa, a filha e um casal de amigos.

 

O ator em sua viagem à Amazônia – foto arquivo pessoal

 

“Fala-se muito da Amazônia, mas, quando eu ia falar, sentia que não conhecia. Agora quando penso, tenho tanta memória no meu corpo e na minha mente… entendo a importância real e a majestade daquele lugar.”

De Petrópolis para o mundo

Nascido em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, Santoro queria ser médico, mas desistiu ainda na adolescência e foi cursar Comunicação Social na PUC. Fez comerciais de TV e, para as novelas, foi um pulo. Cinema? Não, ele queria fazer minissérie. “Venho da época que a gente não tinha cinema. Veio a retomada com ‘Carlota Joaquina’ (1995), mas a gente não sonhava. Eu fazia as novelas, cada vez conquistando uma personagem mais interessante, mas queria fazer uma minissérie. E aí veio ‘Hilda Furacão’ (1998).”

Foi na minissérie que viveu o Frei Malthus e contracenou com Paulo Autran. O veterano ator o indicou para Laís Bodansky, que procurava um protagonista para o longa “Bicho de Sete Cabeças”. “A Laís mandou o roteiro para o Paulo Autran, para fazer o pai do personagem principal. Ele achou que não tinha idade para o papel, mas disse para ela olhar o menino que contracenava com ele em ‘Hilda’. Ela me viu, marcou um encontro, li o roteiro e a gente se conectou. Depois, pelo que ela me contou, o Waltinho viu o ‘Bicho de Sete Cabeças’ ainda sendo montado e me chamou para um teste. As filmagens tinham acabado e eu estava na Califórnia, realizando meu sonho de surfar lá. Achei que era trote. Mas voltei, fiz o teste e aí veio ‘Abril Despedaçado’. Depois disso nunca mais parei.”

 

Com Lais Bodansky, em ‘Bicho de Sete Cabeças'(2000) – foto Marlene Bergamo

 

Da travesti Lady Di de “Carandiru” (2003), de Hector Babenco, ao vilão Jerônimo de “Bom dia, Verônica” (2024), passando por produções hollywoodianas como “Che” (2008), de Steven Soderberg, ele coleciona papéis marcantes. “Uma coisa levou a outra. Foi sempre assim comigo. Por isso foco em fazer o melhor com o que está na minha frente. No momento que escolho, tudo que tenho é isso aqui. Estou sempre recomeçando. Tem a experiência, claro, mas toda vez é a mesma sensação, começando do zero, com frio na barriga.”

De todos os trabalhos, uma lembrança especial: contracenar com a inglesa Helen Mirren (vencedora do Oscar por “A Rainha”) e a americana Anne Bancrofort (a Mrs. Robinson de “A Primeira Noite de um Homem”) em seu primeiro filme em inglês, “Em Roma na Primavera” (2003). “Elas foram incríveis comigo. Na minha experiência os grandes são assim, não precisam provar nada para ninguém.”

 

Com Hector Babenco, em ‘Carandiru’ (2003) – foto divulgação

 

O melhor papel

Leonino, Rodrigo Santoro faz 50 anos em agosto. Casado com a atriz Mel Fronckowiak e pai de Nina, de 7 anos, e Cora, de 7 meses, revela que ser pai é o papel mais profundo de sua vida. “É diário, não tem ensaio. Mas é maravilhoso. Você passa a estar na órbita de alguém, não é mais o centro. Não é sobre você. É sobre dar o amor, amar incondicionalmente, e não tem esforço nisso, acontece.”

Com a paternidade, vieram filmes como “A Turma da Mônica” — em que interpreta o Louco, seu personagem favorito dos quadrinhos — e a dublagem de “A Arca de Noé”, que considera um dos seus projetos mais emocionantes. “Sou cinéfilo desde criança. E gostava de ver desenho animado, eu baixava o volume da televisão e ficava dublando. Tenho o vinil de ‘A Arca de Noé’, ganhei dos meus pais. A música ‘Menininha’ me marcou na infância. Quando veio a ‘Arca’, é uma das músicas que canto. E, tirando no violão com a Nina, olhei para ela e entendi. Fiquei emocionado, agora como pai. Esse foi um trabalho que ultrapassou a técnica, mexeu comigo, com a minha infância, e a minha paternidade.”

Além de “O Último Azul”, Rodrigo lança este ano “O Filho de Mil Homens”, de Daniel Rezende, e “Corrida dos Bichos”, de Fernando Meirelles e Ernesto Solis. E já está de olho em novos projetos. “Estou começando a olhar as coisas fora de novo, mas o nascimento da Cora e com a Nina na escola, elas são prioridades para mim. Já viajei muito, fiz muitas coisas. Vou continuar viajando, mas vamos lidando caso a caso.”

 

Com Walter Salles, em ‘Abril Despedaçado’ (2001) – foto Christian Cravo

 

O cinema e a família são suas paixões, mas ultimamente ele também anda encantado pelo tênis. Fazer um esportista no cinema, aliás, é um sonho. “Adoraria fazer um jogador de tênis. ‘Heleno’ (2011) não é um filme sobre futebol, é a biografia dele, mas tive aulas com o [jogador] Claudio Adão, que me ensinou a ‘matar no peito’. Eu surfo, amo esporte.”

E como o ator encara a chegada dos 50 anos? Rodrigo Santoro diz que se sente mais maduro. “A maturidade traz mais calma e mais profundidade. O que te preocupava e era visto como um problema, hoje não é mais. Mas não quero perder a vontade de fazer. O Rodriguinho criança, quando está na hora, ele vem! Essa vontade, paixão e estímulo, continuam. Tem muita coisa que não fiz e posso fazer. Isso continua muito vivo dentro de mim”, finaliza.  

 

Com Zack Snyder, em ‘300’ (2006) – foto divulgação

 

Foto da capa: Jorge Bispo

Orla Rio apresenta ativações que unem saúde, esporte, cultura e boa gastronomia à beira-mar

Orla Rio apresenta ativações que unem saúde, esporte, cultura e boa gastronomia à beira-mar

Orla Rio transforma quiosques em ativações de marcas de bem-estar, esporte, alimentação e lifestyle e completa experiência do público nas famosas praias da zona sul

Maior rede de academias da América Latina, a Smart Fit personalizou o quiosque Força e Saúde na orla de Copacabana, aliando lazer com práticas esportivas, música e alimentação saudável. O local, em frente ao número 2.441 da Avenida Atlântica, já se tornou um ambiente de descompressão para moradores e turistas.

 

Quiosque da Smart Fit – foto divulgação

 

Por lá, as opções fitness são apresentadas de forma divertida no cardápio, que destaca lanches, saladas, açaí e snacks vegetarianos, como falafel, abobrinha e chips de batata doce e mandioca. Também há música ao vivo e eventos, sempre anunciados nas redes sociais. O quiosque fica aberto 24 horas.

Consolidando marcas nas praias, a concessionária Orla Rio, que administra o quiosque, trouxe nos últimos anos outras ativações que unem saúde, esporte, cultura e boa gastronomia à beira-mar. O carrinho da Bacio di Latte, inaugurado em Ipanema em julho de 2023, agora conta com uma nova operação na Barra da Tijuca; e o Clássico Beach Club inaugura o seu quinto quiosque assinado pela Orla Rio, desta vez no Leblon.

 

Carrinho da Australian Gold – foto divulgação

 

Outro destaque da atuação da Orla Rio na zona sul é a recente instalação de três caixas eletrônicos ATM em Copacabana e no Leme. As Automated Teller Machines (ATMs) são máquinas com funções de saque, depósito e consulta de saldo, que atendem não somente ao público local, mas também estão disponíveis para os turistas. No Leme, o terminal está localizado no quiosque Estrela de Luz, e em Copacabana, no quiosque Enchendo Linguiça e no Posto 5.

 

Quiosque da Espaço Laser – foto divulgação