Marcas de luxo se reinventam na pós-pandemia

Marcas de luxo se reinventam na pós-pandemia

Consumo na pós-pandemia: novo luxo destaca preocupação social, protocolos de higiene, inovações e preferência por lojas de rua

UMA PESQUISA realizada pelo Hibou Monitoramento de Mercado e Consumo com clientes de alto padrão e apresentada em parceria com a agência de Relações Públicas Suporte Comunicação revelou mudanças no comportamento de compras deste público na pós-pandemia. O levantamento mostra que 61% dos entrevistados pensa em reduzir as aquisições de roupas e acessórios e 49% aprendeu que precisa ponderar sobre a necessidade do bem a ser adquirido. Com isso, 34% dos consumidores de luxo já têm comprado menos por impulso e, desse montante, mais de 80% pretende manter esse comportamento.

No entanto, as grifes podem driblar certas resistências com iniciativas simples. Antes do período de isolamento, apenas 4% dos entrevistados tinha o hábito de levar a loja para dentro de casa, com pequenos encontros – e é uma tendência que deve ser explorada no futuro. Pouco mais de 50% dos entrevistados gostaria de realizar um encontro entre amigos para fazer compras com suas marcas favoritas. Mas é importante também deixar claro todos os protocolos de higiene dos espaços e produtos, já que isso se mostrou relevante para 91% dos entrevistados. Já as iniciativas de responsabilidade social durante e após a pandemia são relevantes para a escolha de que marca consumir para 74%.

Para os próximos meses, lojas de rua devem ganhar maior relevância, pois fornecem uma menor circulação de pessoas e podem oferecer espaços privativos para pequenas ativações.

Driblando os danos do álcool em gel

A marca francesa La Roche-Posay acaba de lançar o hidratante intensivo LipikarBaume AP+M. O produto promete auxiliar na preservação de uma microbiota saudável da pele por meio dos agentes AquaPosa e Filiformise Microresyl. O uso do álcool em gel danifica a pele, já que o produto elimina micro-organismos patógenos e também os fungos e bactérias responsáveis pela proteção da pele. Entre os ativos, manteiga de karité, que restaura o filme hidrolipídico, e água termal, responsável por acalmar a pele. A partir de R$ 80. laroche-posay.com.br

 

Tecido protetor

A marca de moda praia Feline apresenta uma linha de bodys produzida com ação antiviral. O agente AmniVirus-Bac OFF, presente na matriz polimérica do fio de poliamida, impede o contato de vírus e bactérias com a pele, incluindo o novo coronavírus, causador da Covid-19. As propriedades repelentes são permanentes e não se perdem com a lavagem do tecido. A linha é composta por uma peça de manga longa, uma regata e uma máscara feita no mesmo tecido. soufeline.com.

 

Mercado doméstico da aviação civil terá mudanças significativas 

Mercado doméstico da aviação civil terá mudanças significativas 


A paralisação nos aeroportos por causa da pandemia do novo coronavírus promoveu um pandemônio nas companhias aéreas brasileiras. A Latam, que historicamente disputava a liderança do mercado doméstico com a Gol, entrou em recuperação judicial e deve sair desse processo menor do que a Azul, tradicionalmente a terceira colocada. Essa, pelo menos, é a expectativa de especialistas do mercado e de analistas de investimentos.

Em 2019, a Gol terminou como líder, com uma fatia de 37,7% do mercado doméstico, seguida de perto pela Latam, com 34,7%. A Azul, que cresceu muito com o fim das operações da Avianca Brasil, ficou com “apenas” 23,6%, segundo informações compiladas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Agora, neste segundo semestre que deve marcar o início da retomada do setor, a Gol deve se consolidar ainda mais na liderança, fechando o ano provavelmente com algo entre 40 e 45% do bolo, enquanto Latam e Azul devem ficar cada uma com parcelas em torno dos 25-30% do mercado total.

Segundo a consultoria britânica OAG, que é a maior rede global em termos de informações sobre tráfego aéreo, o Brasil foi o país que teve a maior queda no número de assentos ofertados em voos domésticos após a pandemia ter sido decretada pela OMS, em março. A empresa comparou os dados de julho de 2019 contra os de julho de 2020. O encolhimento por aqui foi de 72%, o mesmo percentual verificado na Austrália. No Canadá, a redução foi de 69%, e nos Estados Unidos, de 47%.

Ainda segundo esse mesmo levantamento da OAG, a British Airways teve, entre as grandes empresas do planeta, a maior queda, com redução de 83%. As únicas empresas que tiveram resultados positivos em julho foram a indiana IndiGo – com aumento de 11,6% em relação a 2019 - e a China Eastern, com aumento de 5,3%.
No Brasil, no auge das medidas para frear a disseminação da Covid-19, a Azul chegou a cancelar 90% de seus voos, a Gol estima ter reduzido sua oferta em 92% e a Latam atingiu uma diminuição de 95% em suas operações.

Radar

Fora do ar
Enquanto as unidades do Brasil, do Chile, do Peru, do Equador, da Colômbia e do Paraguai do Grupo Latam encaram o processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, a subsidiária argentina do grupo teve suas operações encerradas por tempo indeterminado. A Latam Argentina representava apenas 1,8% do faturamento total do grupo e operava com uma frota de 15 aviões. Transportava, em média, 3 milhões de passageiros ao ano .

Novo player
A empresa de baixo-custo chilena Jet Smart, que tem voos regulares de Santiago para São Paulo, Salvador e Foz do Iguaçu, negocia com a Anac para operar voos domésticos aqui no Brasil. A empresa é controlada pelo conglomerado Indigo Partners, que opera também a Frontier Airlines, a Volaris e a WizzAir.

Agora vai?
Com seu mais recente lançamento, o 737 Max, aterrado desde março de 2019, a Boeing quer dar um fim a essa novela logo. Após redesenhar completamente o recurso automático que causou dois terríveis acidentes, a Boeing já está promovendo voos para obter a certificação e a liberação do modelo junto às autoridades. Se tudo der certo, os primeiros voos com passageiros devem ocorrer no Thanksgiving (Dia de Ação de Graças), em novembro – o feriado de maior movimento nos aeroportos dos Estados Unidos.

 

Acelerador de partículas Sirius produz imagens em 3D de proteína do coronavírus

Acelerador de partículas Sirius produz imagens em 3D de proteína do coronavírus

Com seu enorme formato circular, acelerador de partículas Sirius consolida Campinas como capital da ciência nacional e produz imagens em 3D de proteína do coronavírus

CAMPINAS É UM DOS PRINCIPAIS POLOS tecnológicos do país. Cerca de 15% de toda produção científica nacional é originária da cidade, que concentra centenas de entidades de pesquisa e empresas do setor de tecnologia. E a grande estrela dessa constelação é Sirius, um acelerador de partículas no formato de um gigantesco anel, do tamanho do estádio de futebol, com 518 metros de circunferência, 15 metros de altura e 68 mil metros quadrados de área construída.

O nome Sirius é uma referência à estrela mais brilhante do céu noturno, e tem tudo a ver com o principal “produto” desse moderno laboratório: a geração de luz síncotron. Quando circulam pela estrutura, os feixes de elétrons formam raios de luz que ajudam na análise da estrutura de materiais orgânicos e inorgânicos, como rochas e células vivas, ao serem observados em um poderoso microscópio. As pesquisas feitas ali estão no limite do que a física permite e alcançam escalas mínimas, no nível das partículas elementares (átomos, moléculas e outros nanocomponentes).

O projeto brasileiro tem a luz mais brilhante do mundo, de qualidade incomparável, e um zoom único. Apenas em Lund, na Suécia, existe outro equipamento tão potente. Por meio dos campos magnéticos, os elétrons são impulsionados até atingirem a velocidade de 1 bilhão de km/h. Os feixes de luz síncotron produzidos têm diâmetro 35 vezes menor do que o de um fio de cabelo.

Na prática, aceleradores são usados para diversas aplicações na indústria e nas áreas de Física, Biologia, Medicina, Ciência dos Materiais e Química, entre outras. Na Saúde, permite um maior entendimento sobre bactérias, proteínas e unidades intracelulares de organismos, etapa vital na fabricação de novos medicamentos e no combate de doenças como o câncer e o Mal de Alzheimer. Em julho, por exemplo, uma equipe do Sirius gerou imagens em 3D das estruturas da 3CL, uma das principais proteínas do coronavírus e, com isso, cientistas terão novos elementos para descobrir como bloquear a replicação do Sars-CoV-2 dentro do corpo humano e encontrar a cura da Covid-19.

Na área de Energia, o Sirius pode colaborar na criação de novas técnicas de exploração de petróleo e gás, e no desenvolvimento de novos materiais, mais leves e eficientes, para a produção de baterias e para a geração de energia solar. Já na Agricultura, as pesquisas desenvolvidas ali auxiliam nas análises de solo e na descoberta de fertilizantes mais eficientes e ecológicos.

Situado às margens da SP-340 (rodovia Adhemar de Barros), o Sirius integra o campus do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e custou R$ 1,8 bilhão para ser construído. As obras começaram em 2012 e o início das operações deste marco da ciência e da pesquisa brasileira aconteceu em novembro de 2019.

Brinde Pela Vida doa 50% do lucro de cervejas artesanais

Brinde Pela Vida doa 50% do lucro de cervejas artesanais

Cervejarias artesanais da cidade de São Paulo se unem no projeto social Brinde Pela Vida. O objetivo é que cada marca participante doe 50% do lucro da venda de uma cerveja selecionada para a compra de alimento e produtos de limpeza destinados a instituições que atendem os grupos mais vulneráveis ao novo coronavírus, como idosos, moradores de regiões periféricas e mães solo com poucos recursos.

O movimento, encabeçado pela Cervejaria Zuraffa, já conta com a participação da Cervejaria Three Hills, Seelaender Brew, Samadhy, Taru, What’s on Tap, Cervejaria Nacional, Tribal, Nico Brew e segue aberto a novos parceiros.

Cerveja Baris da cervejaria Zuraffa

Cerveja Baris da cervejaria Zuraffa

Algumas cervejas já foram selecionadas para a ação, como a Baris, que significa “paz” em turco, uma APA, leve, de cor dourado profundo e aromas que remetem a frutas amarelas; e a Karantina, quarentena em turco, uma Belgian IPA, cerveja que une as melhores características da fermentação belga a cargas elevadas de lúpulo, conferindo aroma e sabores mais frutados que as American IPAs, ambas da Zuraffa. Além da Alice, cerveja Extra Special/Strong Bitter (ESB) é um estilo de cerveja típico da escola inglesa, possui um alto equilíbrio entre amargor e dulçor de malte, trazendo notas de caramelo e aromas de lúpulos ingleses terrosos e picantes, da Three Hills.

Todas estão à venda via delivery, por meio da plataforma Beercapp e pelos canais de cada cervejero. Operando em São Paulo, Santos e Campinas, a Beercapp existe para que pequenos e médios produtores nacionais tenham tanta visibilidade quanto os grandes na hora de divulgar e vender seus rótulos ao consumidor de cerveja artesanal.

Cervejarias que quiserem fazer parte do projeto podem enviar um e-mail para brindepelavida@cervejariazuraffa.com.br

Marcas se posicionam na pandemia e agradam público

Marcas se posicionam na pandemia e agradam público

Nunca foi tão simples acertar o alvo. Horário definido, público-alvo, exposição de marca, mensagens diretas, veiculação multiplataforma, na TV aberta, por assinatura, Youtube, Facebook e Instagram. Durante a quarentena, as marcas chegam diretamente ao target, principalmente por meio das dezenas de lives musicais.

De carona no carisma de cantores e cantoras, alguns entre os mais famosos do país, várias empresas se apressaram em patrocinar esses eventos remotos, anunciar doações, transmitir mensagens de otimismo e conscientização diante da pandemia.

Era isso exatamente o que as pessoas esperavam delas, conforme apontaram inúmeras consultas populares realizadas desde o início da expansão do novo coronavírus (Covid-19). Uma das primeiras empresas a modificar seu logotipo aplicando uma máscara de proteção, o banco Itaú também liderou pesquisa realizada em maio sobre quais marcas se posicionaram positivamente em relação à pandemia.

 

Itaú inclui máscara em seu logotipo durante a pandemia

 

O estudo realizado pela Toluna Influencers e Croma Group apontou, na sequência, Ambev, Magalu, Santander e Natura no Top Five. Boticário, Bradesco, Nestlé, Americanas e Casas Bahia completaram a relação das dez mais.

Chama a atenção na lista de 50 marcas citadas pelo público, fintechs como AME Digital e Pic Pay, serviços de pagamento utilizados para doações durante as lives.

As marcas mais agressivas em Marketing, porém, não se limitaram a esse tipo de ação. Promoções referentes ao tema foram anunciadas aos quatro cantos garantindo apoio especialmente aos microempreendedores, camada mais afetada no mundo dos negócios.

Os grandes bancos foram os primeiros a ampliar prazos e datas de pagamento de empréstimos. Pic Pay, sistema de pagamento eletrônico, se mostrou ainda mais criativo ao celebrar parceria com a imobiliária Lello para parcelar valor do aluguel de maio e junho em até 12 vezes.

O Itaú, de novo ele, líder de imagem de marca, além de tudo, e da doação de R$ 1 bilhão ao projeto “Todos pela Saúde” de combate ao novo vírus, ainda firmou parceria com a Uber para oferecer 200 mil viagens aos profissionais de saúde da prefeitura de São Paulo.

Integrante de outro setor dos mais atingidos desde o início da pandemia, a Azul lançou promoção para venda de viagens em 12 parcelas a serem usufruídas entre julho deste ano e abril de 2021.

A importância do marketing e da publicidade durante a crise também pode ser medida por meio de estudo realizado pela agência Propeg, que revelou que apenas 1% da população entendia que as marcas não deveriam fazer publicidade neste período.

 

O que pensa a agência?

Mário D’Andrea, presidente da Associação Brasileira das Agências de Propaganda, comenta como a pandemia afetou a criação das propagandas. “As pessoas estão assustadas e agoniadas e, por isso, esperam conforto vindo das marcas, algo que não encontram nas notícias ou nas erráticas declarações de governos. Por isso, acredito que as marcas que estão conseguindo se conectar emocionalmente com as pessoas neste momento não serão esquecidas pelas pessoas lá na frente, quando as coisas voltarem ao normal”.