Pioneira e tricampeã mundial, a kitesurfista Bruna Kajiya é voz ativa na luta por igualdade de gênero no esporte

Pioneira e tricampeã mundial, a kitesurfista Bruna Kajiya é voz ativa na luta por igualdade de gênero no esporte

Quando a kitesurfista Bruna Kajiya começou a competir profissionalmente, no início dos anos 2000, 90% de seus adversários eram homens. “O público usava as baterias femininas para tomar um lanche e ir ao banheiro. Era revoltante”, lembra. Foi nesse cenário incômodo que a atleta encontrou impulso para se consagrar pioneira. Surfando em estilo livre contra a corrente do sexismo, em 2017 tornou-se a primeira mulher do mundo a completar um “Backside 315” – manobra radical que combina um pouso estilizado a uma pirueta de 540º. Aos 34 anos, ela acumula títulos internacionais e é voz ativa na luta por igualdade de gênero no esporte.

Atualmente, Bruna integra a elite do circuito mundial, ao lado das brasileiras Estefania Rosa e Mikaili Sol, posto que ocupa entre celebrações e lamentos. “Já somos três mulheres representando o país em alta performance, o que é ótimo, mas ainda há muito caminho a percorrer, a começar pela equidade de salários, que ainda parece uma realidade distante”, pontua.

 

Foto arquivo pessoal / Bruna Kajiya

Bruna Kajiya – Foto: Samu Gardenas

 

“Caiçara pé na areia” crescida em Ilhabela, litoral norte de São Paulo, a atleta já competiu em Maui, no Havaí, conheceu as ondas espanholas e italianas, mas não esconde sua predileção pelos mares brasileiros. “Nós temos praias belíssimas e ótimos ventos, que podem e devem ser mais explorados. O Nordeste é, sem dúvidas, o melhor lugar do mundo para competir.”

E foi justamente nas praias nordestinas que, em outubro, ela conquistou o quarto lugar na categoria feminina do primeiro rali de kitesurfe do mundo, o Sertões. “Foram mais de seis horas de prova, em que percorremos os 500 km que separam a Praia do Preá, no Ceará, de São Miguel do Gostoso, no Rio Grande do Norte. Uma aventura insana.”

Entre os dias 10 e 14 de novembro, Bruna volta às areias cearenses para disputar a etapa final do World Kiteboarding League 2021. Apesar do desejo de ampliar a já extensa coleção de medalhas, seu propósito agora é outro: “Muito além dos prêmios, a maior vitória é ver mais meninas conquistando espaços no pódio. Agora que eu cheguei aqui, quero trazê-las comigo. Já que o kitesurfe nos permite dançar no ar, que possamos alçar voos cada vez mais altos, juntas”, finaliza.

A crise hídrica no Brasil pode se tornar permanente

A crise hídrica no Brasil pode se tornar permanente

Com o ciclo de chuvas cada vez mais irregular no país todo, a crise hídrica pode deixar de ser esporádica e se tornar permanente. 

Com a crise hídrica que só se agrava no Brasil com as mudanças climáticas, seria interessante que o agronegócio passasse a investir em técnicas de racionalização do uso da água. De toda a água consumida no país, a agropecuária é responsável por cerca de 60%. O consumo de todas as residências, onde vivem os nossos mais de 200 milhões de compatriotas, é representa “apenas” 28% do total. O agro precisa economizar um pouco, e a população brasileira precisa adotar hábitos de consumo mais sustentáveis.

Quando conhecemos a pegada hidrológica de cada alimento (quantidade de água empregada em todo o ciclo produtivo de determinado produto), entendemos de onde vem toda essa “gastança”. Por exemplo, para cada xícara de café chegar à sua mesa, são gastos 132 litros de água. E, para produzir um ovo são necessários 196 litros de água.

Mas os recordistas são a carne bovina e o chocolate: para obter um quilo de carne, são despendidos 15.400 litros, enquanto um quilo do doce oriundo da mistura de cacau, açúcar e leite exige 17.200 litros para ser elaborado!

 

FOTO | DIVULGAÇÃO

 

Por isso, enquanto rogamos aos agricultores que desenvolvam metodologias e estratégias para reduzir o uso de água no campo, pedimos a você, consumidor, que também reveja alguns de seus comportamentos:

  • Antes de comprar, reflita sobre a real necessidade do alimento;
  • Não desperdice comida, coloque no prato apenas o que irá comer;
  • Não desperdice alimento deixando-o estragar na geladeira ou na despensa;
  • Sempre que possível, use todas as partes do alimento;
  • Prefira alimentos da estação e produzidos perto de onde você mora;
  • Diminua o consumo de carne bovina, substituindo-a eventualmente por carne suína, frango, queijo ou outro alimento com menor pegada hídrica.

 

A água é um recurso finito. É necessário que todos nos mobilizemos para usá-la com sabedoria e comedimento.

Prosa rápida

Frio cruel
As ondas de frio deste inverno estão um pouco mais intensas do que as de anos anteriores. E, como consequência disso, agricultores de diferentes regiões estão tendo perdas com as geadas. Prejuízos vêm sendo notificados pelos cafeicultores do Sul de Minas, pelos produtores de trigo do Paraná, pelos donos dos grandes milharais do Mato Grosso do Sul, pelos citricultores de Limeira (SP) e até pelas fazendas de cana-de-açúcar de Ribeirão Preto!

Onda ruim
A pororoca no rio Araguari, no estado de Amapá, não existe mais. O fenômeno, formado pelo encontro das águas do rio ao desaguarem no Oceano Atlântico, atraíam surfistas do mundo para deslizar por suas ondas que duravam longos minutos e percorriam mais de dez quilômetros. É que os criadores de búfalos da região criaram valas para drenagem em seus pastos e esses canais causaram o assoreamento do rio, que ficou raso demais até para a navegação.

Praga feroz
Assim como aconteceu aqui na tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Uruguai no ano passado, uma nuvem de gafanhotos está devastando agora pastagens e plantações nos Estados Unidos. A superpopulação de insetos está deixando seu rastro de destruição por 15 estados do Oeste, como Montana, Wyoming, Oregon, Idaho e Nebraska. Gafanhotos são comuns nesta região, mas houve uma explosão populacional este ano, turbinada pela seca e pelas altas temperaturas.

 

Todo dia é Dia Mundial da Água

Todo dia é Dia Mundial da Água

Em março comemoramos o Dia Mundial da Água (22/03), data criada pela ONU para conscientizar os setores públicos e privados, além da população em geral, sobre a importância da conservação e preservação dos recursos hídricos, tão fundamentais à vida no planeta. E como 2021 é um ano crucial para as questões climáticas, não posso deixar de alertar sobre a sincronia de duas pautas: água e clima.

As mudanças climáticas são todas as alterações no meio ambiente causadas pela própria natureza e pela ação das pessoas. Elas existem desde sempre, fazem parte do ciclo natural e já marcaram eras, como a do gelo. Porém, desde a Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, esse processo vem sendo extremamente acelerado pelas ações humanas, resultando no aumento da temperatura superficial da Terra e seus efeitos colaterais, como derretimento das geleiras, e chuvas e secas intensas e fora de época.

 

Foto - Divulgação

Foto – Divulgação

 

A água é um dos recursos naturais mais afetados pelos efeitos da mudança do clima, já que seu ciclo depende de equilíbrio climático –, e cria boas condições para o bom funcionamento dos rios, oceanos e lagos, que nos abastecem não somente de água potável, como também são os responsáveis pela evaporação que causa as chuvas, mantendo os níveis de água saudáveis para que o ciclo nunca pare.

Os setores de moda, beleza e design são responsáveis por grandes emissões de CO2, que são gases de efeito estufa e que contribuem de forma negativa para a aceleração das mudanças climáticas. Muito tem se discutido, e várias empresas têm se comprometido a neutralizar suas emissões por meio do reflorestamento e plantio de árvores. É uma medida efetiva e, inclusive, nós do Movimento Ecoera temos um programa para colaborar com empresas nesse processo.

Mesmo sendo uma medida importantíssima, a neutralização de CO2 de atividades industriais, varejistas e corporativas não é suficiente para resolver as questões do clima. Temos que ir além e reduzir as emissões. E esse sim é o grande desafio. Com metas claras e um plano de ação, empresas de diversos portes já tem se movimentado e estão criando uma agenda positiva, em que criatividade e tecnologia caminham lado a lado para encontrar soluções inovadoras e sustentáveis.

E todos nós, cidadãos do planeta, podemos fazer nossa parte, economizando água e energia, reduzindo o uso de saco plástico e utilizando meios de transporte coletivos, além de estarmos atentos a consumir produtos de marcas responsáveis e que têm a mesma visão de mundo. Assim a responsabilidade é compartilhada e os benefícios, também.

Águas Saborizadas: simples de preparar, garantem uma boa hidratação e são deliciosas!

Águas Saborizadas: simples de preparar, garantem uma boa hidratação e são deliciosas!

As águas saborizadas são boas opções para manter o corpo hidratado com seus diferentes sabores e cores.

Beber água regularmente a fim de manter o corpo hidratado é um dos pilares de um hábito alimentar saudável. Como componente mais abundante de nosso organismo, a água tem papel fundamental na manutenção da saúde. Podemos citar como exemplo seu papel no controle da saciedade, no funcionamento intestinal e nos processos respiratório, cardiovascular e renal.
O corpo não possui reservatório de água, então quando a consumimos poucas vezes ao dia, não garantimos uma boa hidratação. Consumir água em volumes menores, várias vezes ao dia é a melhor alternativa. A boa hidratação se conquista por fluxo e não por volume. E lembro que a sede é um dos sintomas de desidratação.

Destaco, então, a água saborizada e suas possibilidades de variação de cores e sabores como uma excelente opção, contribuindo com o prazer de tomar água e em manter o corpo hidratado. Mas ressalto que – diferente do que acontece em chás e infusões – somente parte das propriedades nutricionais dos ingredientes que serão utilizados são transferidas para a água.
Talvez o principal ponto positivo das águas saborizadas é que elas mantem a neutralidade em relação a calorias, o que não acontece com os sucos de frutas, por exemplo. E são muito fáceis de fazer em casa e incorporar na rotina.

 

Foto: Getty Images

Foto: Getty Images

 

Basta preencher metade de uma jarra com frutas picadas, adicionar rodelas ou folhas de especiarias e completar com água filtrada. Sirva gelada! A quantidade de ervas e especiarias fica a critério do seu paladar.

Hortelã, gengibre e alecrim costumam agradar mais. O frescor conferido pela hortelã vem por meio do sabor refrescante e o perfume agradável. Já o sabor forte e picante do gengibre pode ser dosado na porção utilizada. Da mesma forma que o sabor forte e adocicado do alecrim pode ser moderado de acordo com seu gosto.

A suavidade do capim limão pode trazer um toque cítrico. Já a adstringência das frutas cítricas é perfeita para dias com temperaturas mais elevadas. E podemos ainda misturar sabores, como morango com gengibre; limão siciliano com carambola; e abacaxi com capim limão. As possibilidades são infinitas e agradam até os paladares mais exigentes, mantendo a hidratação diária necessária.