Marketing e marcas: atrizes, apresentadoras e cantoras são os rostos de marcas

por | out 13, 2020 | Negócios, Pessoas & Ideias | 0 Comentários

Elas só tinham uma chance. Não podiam errar. Não havia teleprompter. O texto era decorado minutos antes. Às vezes, humanamente erravam, ou esqueciam o roteiro. Mas tiravam de letra. O improviso reinava. Elas eram adoradas pelo público. Sua credibilidade garantia o sucesso de marcas anunciadas.

A história da propaganda dos anos 1970 na televisão brasileira começou a ser contada ainda no final dos anos 1950 e início da década de 1960 por comerciais feitos ao vivo pelas primeiras garotas-propaganda do país.

Idalina de Oliveira, Meire Nogueira e Neide Alexandre, hoje senhoras na faixa dos 80 anos, foram as primeiras anunciantes de produtos na telinha. Tornaram-se verdadeiras celebridades do marketing.

Na metade dos anos 1960, uma garota-propaganda em especial pulou dessa categoria para as telenovelas e virou a “Namoradinha do Brasil”. Sim, em 1964, Regina Duarte estreou na TV fazendo publicidade para a geladeira Frigidaire. Depois vieram as top models, como Luiza Brunet, que aos 18 anos era a estrela de todas as campanhas do jeans Dijon.

Sete décadas depois, essas garotas-propaganda agora são apresentadoras, atrizes, cantoras e modelos. Se antes as pioneiras trabalhavam pelo salário que ganhavam das emissoras, hoje negociam altos cachês, que variam exatamente pelo seu grau de credibilidade.

Entre 2014 e 2017, Fátima Bernardes estrelou comerciais da Seara. Parou quando a Lava Jato chegou à JBS, preocupada com sua imagem. Três anos depois, já em 2020, concordou em voltar a anunciar os produtos da marca, segundo informações, por um cachê anual de R$ 10 milhões.

APRESENTADORA FÁTIMA BERNARDES NA CAMPANHA DA SEARA

 

Quase no mesmo patamar, mesmo que há 10 anos fora da TV, a atriz Ana Paula Arósio topou mostrar sua cara, conforme dizem, por um contrato de R$ 8 milhões para divulgar um novo produto do banco Santander.

As garotas-propaganda do mundo moderno aparecem também na internet, principalmente nas redes sociais, onde suas contas atingem milhões de seguidores. São, além de tudo, influenciadoras. Experimentam e divulgam lançamentos, recomendam produtos de beleza ou simplesmente usam roupas, sapatos e acessórios, e trocam alguns milhares de reais pela menção das marcas.

A cantora Anitta é exemplo dessa prática, inserindo marcas em seus clipes e, desde o início da pandemia, em suas lives. A lista é grande e inclui a cantora Ivete Sangalo e as atrizes Paolla Oliveira e Taís Araújo, sem contar, claro, a campeã Giselle Bundchen.

Exclusividade, porém, custa caro. Mas também funciona de modo contrário. Primeiro uma marca escolhe uma garota-propaganda pouco conhecida do público, e depois usufrui do sucesso que ela mesmo proporciona.

Foi assim com a bailarina Aline Riscado, do time de balé do Domingão do Faustão entre 2011 e 2014, que graças às campanhas da cerveja Itaipava se tornou conhecida em todo o país. Como embaixadora da marca e rosto conhecido pelo público, até quando desfila como rainha de bateria as pessoas se lembram da cerveja.

Embora uma prática antiga do marketing, as garotas-propaganda estão mais do que nunca na moda.

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