Após turnê em Portugal, última peça dirigida por José Celso Martinez, ‘Esperando Godot’, clássico de Samuel Beckett, chega ao Teatro Oficina
Obra-prima do autor irlandês Samuel Beckett, ganhador do Nobel de Literatura em 1969, “Esperando Godot” chega dia 13 de dezembro ao Teatro Oficina, no Bixiga. A peça traz forte simbologia para a Companhia de Teatro Oficina Uzyna Uzona – foi o último espetáculo de Cacilda Becker (montado em 1969) e a última montagem dirigida por José Celso Martinez, falecido em julho de 2023.
“Esperando Godot” marca ainda o retorno de Alexandre Borges a um espetáculo da companhia depois de 30 anos. O ator viveu o Rei Cláudio na montagem de “Hamlet”, de William Shakespeare, em 1993 – peça que reinaugurou o Teatro Oficina, com o atual projeto arquitetônico de Lina Bo Bardi e Edson Elito.
Escrito em 1949, pós-Segunda Guerra Mundial, o espetáculo em cartaz é uma grande parábola da sociedade moderna. É o testemunho do fim de uma época e do declínio de uma sociedade. No teatro se encarnam as entidades do mundo que atravessam as épocas, os corpos, as guerras e a peste, criando mundos, imaginando, experimentando e interpretando a vida a partir do fogo dos que vieram antes e dos que nos esperam adiante.
No texto, Estragão (Marcelo Drummond) e Vladimir (Alexandre Borges) são dois palhaços vagabundos que se encontram no fim do mundo, na encruzilhada entre a paralisia e a tomada da ação. Enquanto esperam Godot, embora não saibam quem ou o que é, a dupla se encontra com as personagens que passam pela estrada: Pozzo – O Domador (Ricardo Bittencourt), Felizardo – A Fera (Roderick Himeros) e O Mensageiro (Tony Reis), que traz notícias inquietantes que podem determinar a perpetuação da inércia ou a libertação total da paralisia em uma reviravolta.
Teatro Oficina
Até 23 de dezembro.
Rua Jaceguai, 520, Bixiga.
Ingressos R$ 80 (inteira) no Sympla.
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