Considerada uma das pessoas mais influentes no universo da mixologia, a barwoman argentina Inés De Los Santos é sócia do premiado CoChinChiNa (em Buenos Aires), um dos 50 melhores bares do mundo, e acaba de fincar os pés aqui em São Paulo, onde é a responsável pelos drinques do recém-inaugurado Kotchi
A coquetelaria paulistana está cada vez mais diversa e sofisticada. Para ficar nos termos desse universo etílico, dá para dizer que ela está menos Caipirinha e mais Cosmopolitan. Os bares da cidade hoje trabalham em sintonia com as tendências que bombam em Londres, Hong Kong e Nova York.
O TanTan, de Thiago Bañares e Caio Carvalhaes, agora figura na lista do The World’s 50 Best Bars, ocupando a 31ª posição. E o recém-inaugurado Kotchi, nos Jardins, tem birinaites assinados pela argentina Inés De Los Santos, autora de livros, celebridade na TV, sócia do portenho CoChinChiNa (que ocupa a 22ª posição no 50Best) e recentemente eleita uma das 100 pessoas mais influentes da mixologia mundial pela revista britânica “Drinks International”.

Inés De Los Santos – foto divulgação
Aos 47 anos, ela divide seu tempo entre Buenos Aires (onde comanda também o Kona e o Costa 7070), São Paulo e Shangai, onde é a responsável pelos drinques de um restaurante do chef três estrelas Michelin Mauro Colagreco. Em seu currículo, Inés tem passagens pelo Gran Bar Danzón (onde trabalhou com o fera Tato Giovannoni, eleito em 2020 o melhor barman do planeta e hoje sócio do Florería Atlántico) e pelo lendário restaurante Casa Cruz — um marco da noite de Buenos Aires na primeira década deste século.
“Estou há três décadas trabalhando em um mundo dominado pelos homens (como a grande maioria das coisas). Eu sempre tive isso claro e não me preocupei com nada além de me desenvolver como profissional. Tive muitos obstáculos e dificuldades por ser mulher, mas isso não me enfraqueceu. Pelo contrário, me fortaleceu”, analisa.
Para o Kotchi, Inés criou 15 coquetéis pensados para fazerem par às delícias assinadas pelo chef Makoto Okuwa, dono do restaurante homônimo, que tem unidades em Miami, na Cidade do México e no Shopping Cidade Jardim. Entre suas criações estão o Ash (que mistura shochu, gim, mix de vermutes com gergelim e picles de bambu) e o Hay Frevinho, à base de saquê macerado em jabuticaba, awamori e vermute de algas marinhas.
Quando em São Paulo, a barwoman lamenta a limitada oferta de vermutes e bitters que encontra por aqui, mas reconhece que temos algo que Buenos Aires não tem. “Adoro a variedade de frutas do Brasil. Vou ao Mercado Municipal ou às feiras de rua e fico horas comendo. Ah, e uma caipirinha de caju também me traz muita felicidade!”, confessa.
Kotchi Japanese Bar
Rua Padre João Manuel, 1.231, Jardins.
Reservas pelo perfil @kotchibar no Instagram.
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