Artistas contemporâneos homenageiam grandes pianistas, violistas e sopristas da música brasileira

por | maio 15, 2025 | Arte, Coluna, Cultura, Música | 0 Comentários

Novos álbuns, parcerias e encontros musicais de artistas contemporâneos celebram os grandes nomes do instrumental brasileiro

Animada com o disco de Paulo Bellinati tocando “Garoto” que acaba de sair, resolvi dedicar este espaço ao instrumental brasileiro. Começo com esse violonista, maestro, arranjador genial que, com mais dois feras chamados Swamy Jr e Daniel Murray, homenageia Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto. Compositor de clássicos como “Duas Contas” e “Gente Humilde”, era o violonista citado pela turma da bossa nova quando o assunto era modernidade. Carlos Lyra, Roberto Menescal, Tom Jobim, todos rendiam elogios a esse grande músico. O violão brasileiro, conhecido no mundo todo, deve muito a esse pioneiro.

E aqui abro um arquivo infinito que começa com outro gênio, Naná Vasconcelos. O pernambucano que tirou o berimbau da roda de capoeira e levou para o mundo todo como instrumento solista. Ele teve papel fundamental na criação do icônico “Milagre dos Peixes” e de outros trabalhos de Milton Nascimento. Fez o “Dança das Cabeças” com Egberto Gismonti e praticamente criou a world music com seus encontros sem fronteiras. A percussão no Brasil é tão gigante que não cabe nessas poucas linhas, mas posso citar ainda Guilherme Kastrup, Sergio Reze, Robertinho Silva, Wilson das Neves, Simone Sou, Vera Figueiredo, Pretinho da Serrinha… não cabe! Nem os nomes e nem os estilos muito particulares de cada um.

 

Amaro Freitas Trio, com Amaro Freitas (piano), Jean Helton (contrabaixo) e Hugo Medeiros (bateria e percussão) – foto João Vicente / divulgação

 

Os pianistas? Tia Amélia revisitada hoje pelo incrível Hércules Gomes; Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth, dois pilares históricos. Os meninos inacreditáveis já ganhando o mundo: o carioca Jonathan Ferr e o pernambucano Amaro Freitas! Afrofuturismo em Ferr, que traz para os teclados a eletrônica; e um Thelonius Monk percussivo com Amaro. A mineira Luiza Mitre e sua sofisticação. Não posso sair do tema sem falar do meu querido Cristovão Bastos e seu piano canção, parceiro de Chico Buarque e gigantesco arranjador e solista. É emocionante o concerto em que homenageia Pixinguinha ao lado do mestre Proveta no clarinete.

E já que citei um soprista vamos aos maravilhosos Paulo Moura, Joana Queiroz, Sintia Piccin, Alexandre Ribeiro, Sidmar Vieira, Bocato… gerações e instrumentos diferentes e igualmente maravilhosos. Nos pífanos, além da centenária banda da família Biano que virou pop com a “Pipoca Moderna” gravada por Caetano Veloso, temos o jovem Alexandre Rodrigues que toca até John Coltrane com o pequeno instrumento de madeira que ele mesmo faz. Essa cena musical segue viva, diversa e estimulante!

Se você se interessa por essa riqueza imensa, algumas casas de shows dedicam seus palcos à diversidade instrumental brasileira. Procure em sua cidade, viaje para ver, informe-se e frequente!

0 Shares

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Share via
Copy link
Powered by Social Snap