Boa Vista Surf Lodge é o novo ‘point’ de feras como Ítalo Ferreira e Pedro Scooby e tem como principal atração uma piscina com 220 m de extensão
A apenas 130 km da cidade de São Paulo, pela rodovia Castelo Branco — importante ligação entre a capital e o interior do estado — fica o novo destino predileto de muitos surfistas. O Boa Vista Surf Lodge, inaugurado na virada de 2024 para 2025 em Porto Feliz, tem como principal atração uma piscina com 220 m de extensão onde a tecnologia Perfect Swell gera mais de 100 diferentes ondulações, com ou sem tubo, do jeitinho que os surfistas adoram. Não por acaso, profissionais como Ítalo Ferreira e Pedro Scooby usam o espaço para aperfeiçoar suas manobras.
A cada hora, um tipo de onda é gerado pelas máquinas, com níveis entre 1 (para principiantes) e 9 (para profissionais). Para quem precisa de monitoria, uma equipe de instrutores está a postos para ministrar aulas que começam na areia da “praia” e terminam na água, deslizando sobre inofensivas marolas. A água é doce, mas o preço das aulas é salgadinho: começa na faixa dos R$ 400 por hora.
Piscina com ondas do Boa Vista Surf Lodge – foto Kike Martins da Costa
Quem curte as ondas se sente no Havaí ou na Califórnia, mas fora da água a atmosfera remete a paisagens menos radicais como as de Nantucket, East Hampton ou Newport. Toda a sinalização é em inglês, as cores predominantes são o branco e o navy blue e até as barracas dos salva-vidas emulam as construções desses elegantes balneários norte-americanos.
O hotel propriamente dito é um prédio com sete andares e 57 acomodações, divididas em oito categorias. Com área de 45 m², a menor é o Quarto Superior, equipado com caixas de som de alta fidelidade Harman/Kardon, vaso sanitário em estilo japonês (com assento aquecido, ducha e ventoinha), toalhas felpudas e cama king size. A maior é a Surf Lodge King Suite, com 128 m² e terraço com vista para a “praia”. O hotel é um empreendimento da marca JHSF, e a operação é do Grupo Fasano.
No térreo, um aconchegante restaurante tem menu focado em peixes e frutos do mar, para reforçar a atmosfera praiana. E, do outro lado da megapiscina, um spa completo oferece aulas de yoga e terapias relaxantes. O hotel Surf Lodge está inserido no complexo Boa Vista Village, que tem mais de 3 milhões de m² e inclui condomínios residenciais e quatro hubs esportivos: um dedicado ao surfe, um ao golfe, um ao tênis e um centro hípico.
Suíte do Boa Vista Surf Lodge – foto divulgação
Boa Vista Surf Lodge
Estrada Municipal PFZ 373-B, Lote 1, Porto Feliz (SP).
Tel. 15 3199-4713.
Diárias a partir de R$ 2.500.
Explorando novas possibilidades e novos desafios como ator, Rodrigo Simas encabeça o elenco da nova montagem do musical “Hair”, em cartaz até setembro no Teatro Riachuelo, e revela seu lado mais ousado, mais sério e mais intenso
“Cabelo quando cresce é tempo / Cabelo embaraçado é vento / Cabelo vem de lá de dentro / Cabelo é como pensamento”. A poesia de Arnaldo Antunes imortalizada na voz de Gal Costa diz muito sobre o cabelo, mas não diz tudo. No musical “Hair”, que abalou as estruturas da sociedade no final dos anos 1960 e agora ganha nova versão em cartaz a partir de 4 de julho no Teatro Riachuelo, cabelo também é um símbolo de transgressão, de irreverência e de liberdade.
Com longas madeixas, Rodrigo Simas encabeça o elenco dessa nova montagem do espetáculo. Aos 33 anos, o ator carioca que ficou famoso nacionalmente ao vencer o reality “Dança dos Famosos” e participar da novelinha teen “Malhação” em 2012 vem se notabilizando por papéis mais complexos que vem interpretando nesses últimos anos.
foto Andre Wanderley
“Eu sempre fui uma pessoa muito leve. Mas, desde os meus 27-28 anos, entrei num processo para me conhecer melhor. Isso fez com que eu me tornasse uma pessoa mais focada, intensa e carregada. Posso ainda ser bem tranquilo e superficial em alguns momentos, mas também tenho um lado mais profundo e denso, que venho gostando de explorar”, avisa o ator.
Em conversa com a reportagem da 29HORAS, Rodrigo fala sobre o desafio de interpretar um personagem tão icônico e rico como o Berger de “Hair”, confessa sua admiração e seu respeito pelos hippies, evita fazer grandes revelações sobre sua relação com a atriz Agatha Moreira e conta um pouco de como foi sua experiência na gravação da versão em áudio do romance “Orgulho e Preconceito” para a plataforma Audible. Confira nas páginas a seguir os principais trechos da entrevista.
Como você se sente protagonizando um espetáculo que, em sua estreia no Brasil, foi encenado por grandes atores como Antonio Fagundes, Sonia Braga, Ney Latorraca, Aracy Balabanian, José Wilker e Neuza Borges?
Está sendo uma honra, porque todos esses são profissionais que têm carreiras brilhantes e que eu admiro muito. Não imaginava que um dia eu teria essa oportunidade de interpretar o Berger, um personagem que me atravessa em vários aspectos. É um grande desafio para mim, e eu adoro desafios, gosto de me colocar num lugar vulnerável como ator e ter de encontrar soluções.
O que mais te estimula e te desafia nessa produção?
O canto, para mim, é algo muito instigante, é algo que eu estou indo atrás nesse momento. A musicalidade entrou na minha vida desde cedo, pelo caminho da capoeira, que é algo que eu trago em meu DNA [Rodrigo é filho do capoeirista Beto Simas]. É algo corporal. Já fiz aulas de canto em vários momentos da minha vida, mas nunca algo com muita profundidade e com continuidade. O último contato que eu tive com a música foi na preparação para atuar em “As Aventuras de José & Durval”. Agora, para atuar em “Hair”, que eu considero o meu primeiro musical de verdade [Rodrigo participou de montagens amadorísticas de “Grease”, “Mamma Mia” e “High School Musical” no início de sua carreira], tive três mentores: Dani Lima, com quem já venho tendo aulas há um bom tempo; Gilberto Chaves, um fonoaudiólogo fera de São Paulo, que é também professor de canto e preparador vocal; e o maestro Marcelo Castro, que é o diretor musical do espetáculo. É uma trinca poderosa que tem ajudado diariamente no meu aprimoramento.
Rodrigo Simas com parte do elenco da nova montagem do musical “Hair” – foto divulgação
Quantas vezes você já assistiu ao filme de 1979? Teve a oportunidade de ver alguma montagem da peça no Brasil ou no exterior?
Vi o filme algumas vezes e tive também a oportunidade de ver ao vivo a montagem brasileira de 2010, que foi igualmente adaptada pela dupla Charles Möeller e Claudio Botelho e tinha o elenco encabeçado pelo Igor Rickli com o Hugo Bonemer, a Letícia Colin e a Karin Hills. Fiquei muito impressionado com a força dessa tribo hippie. O filme e a peça têm a mesma essência, mas são bem diferentes. As linguagens são distintas e a adaptação para o cinema permitiu algumas pirações impossíveis no palco.
Na sua estreia mundial, “Hair” surgiu não apenas como um fenômeno ou como uma celebração da contracultura, era também um manifesto pela paz, contra a guerra do Vietnã, contra a caretice, a opressão e o capitalismo selvagem. Não acha impressionante que agora, quase 60 anos depois, o mundo esteja novamente ou ainda cheio de guerras e na mesma luta contra forças retrógradas e ultraconservadoras?
Pois é, depois de tanta mudança, voltamos todos ao mesmo lugar! Mas é por isso que eu acho que “Hair” é um espetáculo tão potente mesmo tendo sido concebido há décadas. Outro dia mesmo eu estava conversando com meus colegas da peça que o fato de sermos atores, de estarmos no palco e de sermos a favor da cultura mesmo depois de tudo que vivemos recentemente neste país, isso já é um manifesto. É de fato uma resistência e uma demonstração do quanto a arte é importante e necessária para a vida das pessoas. E o espetáculo ainda ter essa mensagem pela paz, pela liberdade e pelo amor só reforça ainda mais sua força e sua relevância nos dias de hoje.
A liberação sexual e o amor livre são duas das principais questões abordadas pela peça. Em 2023 você declarou publicamente ser bissexual. Isso facilita de alguma forma o seu trabalho de compor e interpretar o Berger, que tem uma sexualidade fluida?
Eu acho que o fato de eu ter falado disso me dá mais segurança sobre quem eu sou e isso me potencializa como ator, amplia o meu leque de possibilidades. É algo que me libera, que permite que eu seja um artista mais livre e tenha mais ousadia para experimentar e encarnar esse personagem e muitos outros. Eu fico mais à vontade e as pessoas conseguem me ver melhor no papel de alguém com o Berger.
Rodrigo Simas e Agatha Moreira, juntos há 7 anos – foto Fabio Rocha / TvGlobo
O Rodrigo gostaria de ser um hippie? Ou, melhor, você se identifica com as ideias e causas defendidas pelo movimento hippie?
Numa utopia eu gostaria, sim, de ser hippie. Mas, no mundo de hoje, ser hippie significa viver completamente à margem da sociedade. Vivemos em um sistema que cobra um preço muito alto por essa escolha. É uma opção complicada. Eu admiro quem se propõe a viver dentro desses princípios, mas precisa querer muito e ter muita convicção. Naquela época da peça, as pessoas precisavam abrir mão de menos coisas para aderir a um estilo de vida hippie. Atualmente, a gente teria que desapegar de muuuita coisa para entrar nessa.
Você e a Agatha Moreira vivem juntos há cerca de sete anos, mas em declarações recentes disseram que filhos não estão nos planos, ao menos no curto/médio prazo. Que outros projetos você tem junto com ela? Planejam atuar juntos em algum filme ou peça? Pretendem adotar um cachorro? Ou comprar um bebê reborn?
Olha, a gente vive muito o presente. Temos muita vontade de atuar juntos e temos certeza de que o universo um dia vai nos unir novamente numa novela, num palco ou em uma produção para o cinema ou para o streaming. Mas são coisas que a gente não fica planejando. Tentamos não programar o nosso futuro e levar uma vida com leveza e sem ansiedade — se é que isso é possível. A gente dá mão um para o outro sempre que eu ou ela demonstramos algum sinal de ansiedade.
Você chegou a ter contrato fixo de longa duração com a Globo, afinal esteve por mais de dez anos atuando na emissora, não? É melhor ter contrato de exclusividade ou estar sempre mais disponível para novos trabalhos?
Cada alternativa — o contrato fixo ou a ausência de vínculo de exclusividade com quem quer que seja — tem seus pontos positivos e negativos. Tive contrato com a Globo durante uns sete ou oito anos e posso afirmar com toda certeza que cresci e evoluí muito enquanto estive lá. Foi maravilhoso, fiz trabalhos que me dão muito orgulho. Quando fiz “Renascer”, já não tinha mais contrato fixo, mas foi ótimo voltar, a porta se mantém aberta. Até por causa disso, hoje eu prefiro a liberdade e estar aberto para novos projetos. Estou num momento em que eu posso dizer ‘não’ se eventualmente o personagem ou a história não me atravessam. São tantas opções no mercado, é difícil ficar atrelado a uma só produtora de conteúdo. Será que se eu ainda estivesse contratado na Globo eu teria disponibilidade e seria liberado para fazer o “Hair”, que é algo que eu estou amando?
O ator na novela Renascer, ao lado de Juan Paiva – foto TV Globo / Divulgação
E você também gravou recentemente uma versão de “Orgulho e Preconceito” para a plataforma de audiolivros Audible. Fale para a gente um pouco sobre esse trabalho.
Esse é outro projeto que eu pude fazer por estar livre para aceitar o convite. Eu já tinha assistido ao filme lá atrás, quando foi lançado, em 2005, mas essa história entrou mesmo na minha vida quando fui convidado para atuar na novela “Orgulho e Paixão”, em 2018, cuja história também é inspirada no livro de Jane Austen que deu origem ao filme. E foi justamente nessa novela que eu comecei a namorar a Agatha! Nossos personagens pertenciam ao mesmo núcleo da história. Quando a Audible me chamou, fiquei muito feliz, por seu uma trama que conheço bem. Nessa versão, interpreto um personagem que na novela foi vivido pelo Thiago Lacerda. O processo todo foi divertido e interessante, tive a oportunidade de experimentar uma nova linguagem — foi um desafio entender como é colocar toda a interpretação só na voz — e contracenar com a Julia Dalavia foi muito legal. Essa “audionovela” será disponibilizada na plataforma Audible no dia 6 de outubro.
Seus últimos trabalhos na TV foram “Renascer” (novela exibida entre janeiro e setembro de 2024) e “As Aventuras de José & Durval” (minissérie disponível na Globoplay desde agosto de 2023 e exibida na TV Globo entre outubro e novembro de 2024). Pretende voltar em breve? E no cinema e no teatro, onde poderemos te ver depois de “Hair”?
Na televisão não tenho nada engatilhado para o curto prazo. Para o cinema e o streaming eu só posso te dizer que já apareceram outros convites e possibilidades, mas este ano eu estou 100% focado em “Hair”. Ficaremos em cartaz no Rio até setembro e, em outubro, começa a temporada do musical em São Paulo, na inauguração do BTG Pactual Hall, no prédio onde funcionava o Teatro Alfa. Porém, para quem quiser me ver hoje na TV, o longa “Viva a Vida”, no qual eu contraceno com a Thati Lopes e com o Jonas Bloch, estreou há algumas semanas na Netflix.
Rodrigo e Felipe Simas em “As Aventuras de José & Durval” – foto Globoplay / Divulgação
Atriz, diretora e ativista social e ambiental, Dira Paes celebra quatro décadas de carreira com muita versatilidade e é aclamada pela crítica e pelo público
Para colher bons frutos, é preciso semear com carinho, consciência e dedicação. Neste ano, Dira Paes colhe os frutos mais raros e especiais de sua semeadura, como ela mesma se refere à celebração de seus 40 anos de carreira. E a “coroação” dessa trajetória aconteceu em maio, com uma merecida homenagem no Festival de Cinema Brasileiro de Paris. “É um orgulho observar que são quatro décadas, mais de 40 filmes e tantas novelas, séries e peças de teatro. É uma sensação de que eu caibo no mundo inteiro”, comemora a atriz de 56 anos.
Maio também foi o mês de estreia nos cinemas de “Manas”, dirigido por Marianna Brennand e que já acumula mais de 20 prêmios internacionais, inclusive nos festivais de Veneza e de Cannes. O filme conta a história de uma jovem moradora da Ilha de Marajó, no Pará, inserida em um ambiente de violência, e Dira interpreta Aretha, delegada que atua na defesa dos direitos das mulheres e no combate à violência sexual na região. Para completar o mês de sucesso, viu ainda lançada a série cômica “Pablo e Luisão”, do Globoplay, criada por Paulo Vieira, na qual da vida à Conceição, mãe de Paulo. A personagem marca seu retorno ao humor, “adormecido” desde seu último papel cômico como Solineuza, no seriado de sucesso “A Diarista” (2004-2007).
foto Renan Oliveira
Multifacetada, recentemente Dira se aventurou como diretora, no filme “Pasárgada”, do qual também é protagonista, que expõe o tráfico de pássaros silvestres e a relação do ser humano com a ancestralidade e a natureza, temas tão caros à atriz paraense, que é ativista social e ambiental há mais de 25 anos.
Em entrevista exclusiva à 29HORAS, Dira Paes reflete sobre sua trajetória como artista e mulher amazônica, discute seu engajamento em causas sociais e ambientais – já de olho na COP 30, que acontece em novembro, em Belém – e adianta quais são seus próximos projetos, incluindo a protagonista da próxima novela das 21h, “Três Graças”, de Aguinaldo Silva, prevista para outubro. Confira os principais trechos desta conversa nas próximas páginas.
Em maio, você foi homenageada no Festival de Cinema Brasileiro de Paris e recebeu um prêmio pelo conjunto de sua obra. Como é ver seus trabalhos alcançando públicos internacionais?
É um sonho realizado! Fui surpreendida com esse convite muito antes de ser anunciado o Ano Cultural Brasil-França 2025 e a COP 30 em Belém, então houve uma convergência astral. Foi um presente dos deuses do teatro, dos deuses do Olimpo, aquele momento em que você tem a oportunidade de olhar para si como observadora da sua própria existência. E é um orgulho observar que são 40 anos, mais de 40 filmes e tantas novelas, séries e peças de teatro. É uma sensação de que eu caibo no mundo inteiro. Quando um filme viaja além-fronteiras, a gente vê que cabe em qualquer lugar. Tenho o desejo de que as coproduções sejam mais corriqueiras, que a gente possa sair um pouco da caixa do português e interagir com outras línguas. Esse é um caminho natural dos novos tempos.
O cinema brasileiro vive um ótimo momento, também no cenário internacional. Você acha que esse reconhecimento vem mais de fora? Enxerga uma evolução aqui no Brasil?
É um ano muito próspero, mas eu, pessoalmente, acredito que o cinema brasileiro é bem-sucedido há muito tempo. Temos que reverenciar nossos antepassados e lembrar que a primeira estrela dos musicais no mundo é brasileira e se chama Carmen Miranda. Desde a retomada do cinema brasileiro, na década de 1990, tivemos um investimento muito grande no audiovisual de Pernambuco, que frutificou em um cinema que vem contribuindo há mais de 30 anos para o cenário internacional. E eu sou fruto desses movimentos.
O público se sente atraído pelo cinema brasileiro, mas muitas vezes não pode pagar o ingresso e, com isso, a plateia não se renova. Pelo fato de os cinemas não estarem mais nas beiras das ruas, eles se tornaram muito caros. Temos que ter algum tipo de política que popularize cada vez mais as sessões para o público. Se tivermos esse incentivo, triplicamos rapidamente o alcance!
Dira Paes nas gravações da série de comédia “Pablo e Luisão”, do Globoplay – foto Léo Rosário / Globo
Você está no ar com a série de comédia “Pablo e Luisão”, criada por Paulo Vieira. O que te levou a aceitar o papel?
Paulo Vieira é uma renovação dos nossos votos com esse país, ele é aquele brasileiro que a gente tem orgulho que existe. Um belo dia, após o término da novela ‘Pantanal’, eu estava no Círio de Nazaré, conheci o Paulo e ele falou ‘eu quero que você faça a minha mãe numa série’. Fiquei feliz, porque eu já o admirava, e falei ‘quero fazer’. Mas também disse para ele: ‘Paulo, preciso ter um argumento forte para ser a escolhida para a série e não outra atriz’. E ele respondeu: ‘minha mãe queria que você fizesse ela’. É muito bom habitar o inconsciente criativo das pessoas e ser uma referência.
Na vida real, você é mãe de dois meninos. A maternidade transformou a sua forma de ver e fazer arte?
A maternidade trouxe um lado que eu não tinha, que é a vontade de voltar correndo para casa. Antes eu era mais frágil e, depois de ter filho, fiquei mais forte e hoje choro com menos facilidade. Tento ser mais salomônica, não permitindo que as emoções sejam donas de mim. Antes era muito mais voluntariosa, por causa da liberdade de estar sozinha. Você aprende a lidar com o cotidiano de uma maneira mais producente, mais rica, com propósito. Quero sempre fazer valer o dia. Minha pior sensação é a de que eu saí de casa, fiquei longe dos meus filhos e não valeu a pena, porque eles são a melhor coisa da minha vida.
Como é fazer comédia hoje no Brasil? É muito diferente do início dos anos 2000, quando fez a Solineuza?
O humor é urgente, é necessidade vital e sem ele a gente não sobrevive nesse mundo. No final do ano passado eu fiz um filme com o Pedroca Monteiro e o Marcus Majella, que deve sair esse ano e estou muito feliz de estar fazendo as pessoas felizes. Quero poder ter essa capacidade de transitar nesses mundos. Quando saiu ‘2 Filhos de Francisco’, eu estava bombando com a Solineuza. Agora estou no ar com ‘Pablo e Luisão’ e com ‘Manas’ nos cinemas. As pessoas não correlacionam esses personagens e isso me faz muito feliz, porque é uma atriz saindo do seu lugar de conforto. A Solineuza é muito atual, tanto é que foi uma comoção agora no show dos 60 anos da Globo. Eu fiquei 1 minuto e meio no ar, e nunca esperava que fosse ser do jeito que foi, com amor, com saudade. As pessoas são muito gratas quando a gente faz a família rir. E isso é muito bom de sentir.
Como Solineuza em um episódio da série de televisão “Encantado’s” deste ano – foto Fábio Rocha / Globo
Ano passado você estreou como diretora, no filme “Pasárgada”, em que também é a protagonista. Como foi atuar do outro lado da câmera?
Queria experimentar uma transgressão da minha própria existência, colocar à prova meus olhares, meu faro, minha capacidade de criação. E a pandemia deu tempo e autonomia e trouxe um existencialismo para nós. Eu preciso assumir e reconhecer que o fato de ser casada com um diretor de fotografia [Pablo Baião] facilita, então era um sonho possível. Quando começou a ideia de filmar, estávamos fazendo naquele momento 15 anos de casados e nos olhamos um dia e falamos ‘vamos fazer um filme?’. Eu queria assumir todos os riscos da experiência cinematográfica e me propus essa trajetória de criação da ideia original do roteiro, negociação com Globo Filmes, filmagem, montagem, direção e interpretação.
Por que escolheu essa história para a sua estreia como diretora?
Eu queria partir desse sentimento da solidão provocada pela pandemia. E isso combinava também com a minha idade, meu momento, com uma solidão da maturidade, quando você reconhece que amadureceu e se pergunta ‘quem é essa jovem mulher madura?’. Queria experimentar o avesso do olhar que as pessoas têm sobre mim e trazer essa mulher que não tem o apelo do sorriso – eu sei que meu sorriso é muito largo! Então, fui tateando esses vácuos dentro de mim e me peguei também com aquela sensação de ‘vou-me embora pra Pasárgada’, eu queria um paraíso para chamar de meu e achamos uma fazenda na região serrana do Rio onde ficamos reclusos e eu pude observar a liberdade dos pássaros. Quando fui pesquisar mais sobre eles e os animais silvestres, me deparei com o terceiro maior tráfico internacional do mundo – e aí eu achei o mote para o meu roteiro: a mulher solitária desconectada do paraíso, que está seca e entra na mata para ficar úmida de novo.
Dira e Humberto Carrão em “Pasárgada” – foto divulgação
Como você falou, o filme expõe a questão do tráfico de pássaros silvestres e você é muito envolvida com causas sociais e ambientais. Como uma mulher do norte do país e amazônica, quando e como você despertou para o ativismo?
A vida é troca e eu tive esse despertar muito cedo, aos 13 anos, na campanha ‘Ação da cidadania contra a fome’. Foi a minha comunhão com os direitos humanos e quando compreendi, como amazônida, o quanto há um equívoco de relação com esse bioma. Todo mundo olha pra Amazônia com o intuito de ter algo dela, nem que seja um ar puro. Mas o que você faz por ela? Com os indígenas, é impossível dar um presente e não receber alguma coisa em troca. Se ele te dá um colar de presente, você tira a sua camiseta e dá para ele. Mas as pessoas ainda tratam com exotismo uma das filosofias mais refinadas do mundo. Os indígenas não construíram templos verticais para alcançar o céu, os costumes são todos biodegradáveis, a alimentação é sem glúten, sem açúcar e praticamente sem sal, baseada em mandioca, caça, fruta e semente. Onde há problemas de propriedade rural, há todas as infrações humanitárias. O Pará tem um dos piores IDHs do país e essa equação eu não admito, não vou me calar nunca. Não podemos ser apáticos. Quem não mexe uma palha para ajudar alguém, está morto em vida.
Por falar em questões ambientais, a COP 30 será em Belém, no Pará, em novembro, seu estado natal. Você participará? Por que é tão importante ter um evento deste porte no Pará?
Estarei nas gravações da novela ‘Três Graças’ durante a COP e ainda não sei se conseguirei participar, mas já me sinto nela. O grande segredo dessa COP é que é um convite para conhecerem a Amazônia como ela é, que sustenta um povo e uma cultura originária há séculos. Não podem falar que nós somos atrasados, porque, na verdade, somos um estado altamente explorado, com uma sequência de descuido humanitário e social. E, mesmo assim, conseguimos manter nossas riquezas, nossos costumes únicos e nossa identidade regional. O Brasil não conhece o Brasil, temos um olhar americanizado, desejamos um país que não é o nosso. Temos que reconhecer a nossa sabedoria ancestral de preservar um lugar como esse há tantos séculos, apesar de toda a destruição. Temos que ouvir o que os amazônidas propõem em relação ao maior bioma tropical do mundo. Espero poder ver transformações verdadeiras acontecendo e não promoções.
O filme “Manas” também traz como cenário o Pará e questões das comunidades ribeirinhas da Ilha de Marajó, como a violência contra menores. Como conseguiram abordar um tema tão difícil de forma delicada?
Todo mundo tinha que correr para o cinema para assistir a esse filme, que aborda a violência, a falta de oportunidade, a falta de diálogo, a solidão, o Brasil gigante em terras descontínuas, onde temos comunidades a 20 horas de barquinho de capitais. Tudo o que o filme retrata acontece em qualquer lugar do mundo. Não é um assunto amazônico, é um assunto universal, urgente. A arte é pioneira em quebrar fronteiras, silêncios e ciclos. Falar divide a dor, tanto é que foi criado o manifesto ‘Manas Apoiam Manas’ e é importante ter atitudes pós-filme.
Cena do filme “Manas” – foto divulgação
O que pode adiantar sobre seus próximos projetos? Quais papéis Dira vai interpretar ainda este ano?
Deve estrear o filme ‘Agentes Especiais’, com o Majella e o Pedroca. Em outubro começa a novela ‘Três Graças’, que trará uma história de sobrevivência e resistência nesse universo feminino da família brasileira. Eu serei Lígia, mãe de Gerluce (Sophie Charlotte) e avó de Joélly (Alana Cabral). Fiz agora o filme ‘Sedução’, dirigido pelo Zelito Viana e pelo Marcos Palmeira, contracenando com o Marquinhos. Deve lançar ano que vem e é também a estreia do Marcos Palmeira na direção. Eu me senti testemunha de um momento muito especial no cinema brasileiro, que é ver o pai e o filho dirigindo um filme. São os bons ventos, uma boa onda. Temos que surfar, né? Mas com a responsabilidade que isso tudo traz.
Vice-Presidente Comercial da DC Set Group, hub de inovação em entretenimento, detalha o impacto do setor para a economia brasileira e destaca cases de sucesso
Uma das maiores holdings de entretenimento da América Latina, a DC Set Group, fundada em 1979, é pioneira no Brasil na realização de eventos de música eletrônica. De lá para cá, seu portfólio se expandiu para a produção de grandes shows internacionais no país – entre eles, Michael Jackson, Rock in Rio, Van Halen e U2 – e hoje é formada por diferentes verticais de negócio que reúnem empresas e iniciativas ligadas à cultura e ao esporte. Atualmente, dois grandes cases de sucesso do grupo são o festival Tomorrowland Brasil e o Roxy Dinner Show, no Rio de Janeiro.
Em entrevista à 29HORAS, Leonardo Duarte, Vice-Presidente Comercial da DC Set Group, fala sobre o impacto do entretenimento na economia do país.
Leonardo Duarte, Vice-Presidente Comercial da DC Set Group – foto Caio Gallucci
Como o mercado de entretenimento se transformou nos últimos anos e como o Brasil se posiciona hoje? Estamos entre os principais mercados mundiais de entretenimento ao vivo e nos destacando em rankings globais de música, eventos e público. A indústria brasileira é reconhecida por seu dinamismo, crescimento acelerado e capacidade de inovação, posicionando o país como um dos grandes protagonistas do setor no mundo. Acompanhamos de perto as tendências globais e temos expertise e agilidade para adotar e adaptar essas transformações ao contexto local, muitas vezes acelerando sua implementação devido ao alto engajamento do público e à criatividade dos produtores brasileiros. Somos um país com uma riqueza cultural imensa e essa grande fusão de estilos nos transforma numa potência criativa!
De que forma o entretenimento ajuda a alavancar campanhas e marcas? Cite alguns exemplos recentes de ativações da DC Set. Entretenimento é cultura em movimento. E quando uma marca se associa a esse contexto, ela ganha visibilidade e relevância. Recentemente, o Fronteiras do Pensamento trouxe ao Brasil o Jonathan Haidt, autor do best-seller ‘Geração Ansiosa’. A conferência virou assunto nacional, gerou debate nas redes e ocupou espaço em diversos veículos. As marcas apoiadoras não apenas estiveram presentes, como romperam a bolha do evento e se posicionaram como impulsionadoras de discussões relevantes para a sociedade. Outro exemplo é o Tomorrowland Brasil, um fenômeno global que está indo para sua terceira edição em parceria com a DC Set. É um evento com uma comunidade engajada e marcas parceiras estão percebendo e se beneficiando do valor de fazer parte de um ecossistema com alto poder de influência cultural. O entretenimento, quando bem ativado, é um multiplicador de valor.
Como o grupo cria as estratégias de brand experience? Acreditamos que entreter é criar boas memórias e esse é nosso ponto de partida. Apenas no ano passado, cerca de 20 milhões de pessoas vivenciaram alguma das nossas experiências. Este ano, o número já aponta para um crescimento relevante. Do ponto de vista estratégico, combinamos três elementos: relevância cultural, oportunidade de mercado e eficiência de operação. Fazemos isso a partir de análises contínuas – cruzamos os dados dos nossos próprios produtos com inteligência de mercado e mapeamento das unidades de negócio para identificar espaços vazios, novas demandas e caminhos para inovação. É assim que pensamos cada projeto, como uma plataforma viva, culturalmente potente e comercialmente inteligente.
Festival Tomorrowland Brasil, em Itu, no interior de São Paulo – foto divulgação
O Roxy Dinner Show, no Rio de Janeiro, foi eleito pela revista Time como um dos “melhores lugares do mundo”. Como surgiu a ideia de transformar o Cine Roxy neste espaço de entretenimento? O Roxy é a síntese do que acreditamos: o entretenimento como força econômica e social. Quando revitalizamos o antigo Cine Roxy, não queríamos apenas recuperar um espaço histórico, queríamos mostrar como o entretenimento pode transformar uma cidade. Hoje, o Roxy é um dinner show de padrão internacional, que resgata a sofisticação da era de ouro de Copacabana e a reinventa com tecnologia, curadoria artística e gastronomia de alto nível. É bom para o Rio, porque movimenta o turismo, gera empregos e reposiciona a cidade no mapa do entretenimento global. É bom para o público, porque entrega uma experiência única. E é bom para as marcas, porque oferece uma plataforma viva para se conectar com o público em um ambiente que combina cultura brasileira, sofisticação e muita emoção.
Quais são os próximos passos da DC Set? A DC Set tem uma história de pioneirismo que começou em 1979, mas foi a partir de 2019 que entramos em um novo ciclo de expansão e diversificação. Hoje, somos um dos maiores ecossistemas de entretenimento ao vivo da América Latina, com atuação estruturada em festivais, shows, venues, conteúdo, experiências, esportes e management, e temos um portfólio robusto com mais de 20 unidades de negócio. A indústria está amadurecendo cada vez mais, e estamos na frente dessa transformação, buscando profissionalizar ainda mais cada um dos nossos equipamentos, seja para gerar mais eficiência operacional e atender um público cada vez mais exigente, seja para ampliar as possibilidades e resultados das marcas parceiras.
DC Set • Fundada em 1979, no Rio Grande do Sul • 20 unidades de negócio, com presença em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Canela e Curitiba • Atuação em 7 verticais: festivais, shows, venues, conteúdo, família, esportes e management • Mais de 20 milhões de pessoas impactadasem 2024
Restaurante Suibi aposta em receitas que fazem uma harmoniosa mistura das tradições japonesas com o jeitão moderno e cosmopolita Made in USA
O Suibi, restaurante japonês comandado pelo chef novaiorquino Sei Shiroma no Leblon, apresenta novidades no menu. Entre elas, destaque para o Octopus Crudo (lâminas de polvo temperadas com molho ponzu e maionese de ostra), para o Suibi Ebiten (roll com tempura de camarão, cream cheese, salmão maçaricado e molho teriyaki), para o Spicy Tuna (uramaki de tartare de atum com pepino e pimenta gochujang da casa) e o Spicy Honey Skin (roll com pele crocante de salmão, pepino, cebolinha e salmão grelhado com mel picante).
Para essas noites de outono que pedem algo mais quentinho, a dica é apostar no Shoyu Ramen, preparado com caldo de peixe temperado com shoyu, chashu (corte suíno), ovo marinado, daikon (rabanete branco) e massa fresca feita na casa.
Com apenas oito mesas no salão interno e outras poucas na calçada, esse é um lugar onde os alto-falantes não tocam músicas executadas por kotos (cítaras japonesas), kugos (harpas) ou shinobues (flautas), — aqui é o hip hop que domina a trilha sonora!
foto divulgação
Suibi Japanese Restaurant
Rua Dias Ferreira, 45, Leblon.
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