Mendoza, na Argentina, surpreende com roteiro enogastronômico e agradáveis passeios ao ar livre

Mendoza, na Argentina, surpreende com roteiro enogastronômico e agradáveis passeios ao ar livre

Mendoza é uma verdadeira e intensiva imersão enogastronômica e oferece possibilidades de passeios que alternam goles, garfadas e caminhadas sem pressa

Ruas com calçadas largas e acessíveis, inúmeras praças e parques arborizados, e trânsito e fluxo de pessoas em dimensões mais tranquilas e responsáveis compõem Mendoza, na Argentina. Aos brasileiros, chegar à região tem ficado cada vez mais fácil, o que torna o destino uma opção rápida – mas não menos agradável e impactante – aos viajantes que apreciam boa comida, vinhos selecionados, arte e cultura.

Partindo de Guarulhos, voos das companhias Gol, Aerolineas Argentinas e Latam chegam à cidade argentina em 3h30. De junho a agosto, há ainda operações da Azul saindo de Viracopos, em Campinas, e a novidade mais recente são os voos da aérea lowcost JetSmart, que ligam o Galeão, no Rio de Janeiro, a Mendoza duas vezes por semana, às sextas e domingos.

 

Vinhedo Los Ponchos, da Trivento, aos pés da Cordilheira dos Andes – foto Martín Orozco

 

Saltam também opções de hospedagem bastante diversificadas na cidade, mas talvez a mais emblemática seja o Hyatt Park – com localização central estratégica, bem em frente à histórica Praça Independência e a apenas 1,5 km do Parque San Martín. Com uma arquitetura colonial espanhola restaurada, o hotel combina elegância clássica com comodidades modernas em seus 186 espaçosos quartos e suítes, e conta ainda com piscina, spa e cassino.

Além de passeios ao ar livre, é possível desbravar cafés, restaurantes e lojas nos arredores do hotel. A Rua Sarmiento, ou Paseo Peatonal Sarmiento, é uma das principais atrações de Mendoza – com três quadras que conectam a Praça Independência à Avenida San Martín. Por lá, o restaurante La Lucía oferece cortes de carnes argentinas preparados na parrilla Josper, mas também apresenta um menu versátil com pastas artesanais, mariscos frescos, saladas robustas e abundantemente temperadas na mesa e opções vegetarianas.

 

Fachada do Hyatt Park Mendoza – foto divulgação

 

Após o almoço ou jantar, é mais do que recomendável apreciar um gelato na Soppelsa Helados – uma das sorveterias mais tradicionais e queridas de Mendoza. Sua primeira loja foi fundada em 1927 por Guerrino Soppelsa, um imigrante italiano, e a marca se tornou um ícone da cidade, tendo foodtrucks espalhados por praças e parques.

Ainda na mesma rua, o jovem restaurante Soberana já chama a atenção da cena local, tendo recebido uma recomendação do Guia Michelin 2024 apenas oito meses após sua abertura. O chef portenho Fernando Ormazabal funde sabores argentinos com influências da culinária francesa, italiana e espanhola. Entre os destaques estão os cortes como o vazio de duas cocções, que passa por um processo de cura e cocção a baixa temperatura por 18 horas, e o rack de cordeiro com purê cremoso de abóbora e coco.

 

Parrila Josper do restaurante La Lucía – foto reprodução Instagram

 

Taças descomplicadas

Quando se pensa em vinho mendocino, a associação imediata é o Malbec. A uva se adaptou rápida e perfeitamente ao solo dos “pés” da Cordilheiras dos Andes e as razões para esse sucesso combinam clima, geografia e história. Mendoza tem mais de 300 dias de sol por ano, o que garante uma maturação completa das uvas e a baixa umidade reduz o risco de doenças fúngicas, beneficiando especialmente a Malbec, que tem casca fina. Também há grande amplitude térmica nos vinhedos – que estão entre 800 e 1.200 metros acima do nível do mar –, favorecendo o desenvolvimento de aromas complexos, a preservação da acidez natural e a concentração de taninos.

Com 1.500 hectares plantados e distribuídos em vinhedos nas regiões de Luján de Cuyo, Valle de Uco, Maipú e o Oásis Leste de Mendoza, a Trivento materializa e reproduz a tradição de vinhos diversificados, com prevalência do Malbec, sendo a marca argentina de vinhos número um em vendas no mundo. São três vinícolas na região com capacidade de até 54 milhões de litros, incluindo mais de 4.200 barricas e 70 majestosos foudres de carvalho que descansam em salas especiais.

 

Restaurante Los Vientos, em Maipú – foto Martín Orozco

 

Entre as experiências abertas ao público estão as degustações e visitas à vinícola principal (a partir de RS 125 por pessoa), mas se destaca o jantar no restaurante Los Vientos. Sob o comando do chef Nacho Molina (foto abaixo), em Maipú, a 30 minutos do centro de Mendoza, o lugar é a mais recente proposta gastronômica da Bodega Trivento e faz referência aos três ventos que influenciam o clima mendocino. O ambiente é moderno, com amplas janelas que revelam vistas para os jardins da vinícola.

Os menus são elaborados com ingredientes locais e de temporada. O chef considera as estações do ano e os variados produtos que elas oferecem. No outono-inverno, a carta inclui pratos com abóbora, cogumelos, cítricos e queijo de cabra da região. Para sobremesa, são servidos doces tradicionais como alcayota e membrill (frutas em compota servidas com queijos).

Cada etapa é acompanhada por uma recomendação de harmonização com os vinhos da bodega, começando pelo White Malbec – vinho branco feito com uvas Malbec tintas, usando um processo que evita o contato prolongado com as cascas, sendo a Trivento uma das pioneiras na produção –, seguido pelas linhas Golden Reserve e Established in 1996, além de vinhos boutique exclusivos do restaurante. A experiência culmina com o surpreende espumante Trivento Cuvée Exceptionnelle Brut Nature, que celebra muito bem a proximidade com esse destino completo e sempre agradável.

 

Rótulo da linha Golden Reserve da Trivento – foto Martín Orozco

 

Além do vinho

A La Central Vermuteria, na Avenida Bartolomé Mitre, dispõe de uma impressionante seleção de vermutes, com mais de 18 rótulos locais e internacionais. O local apresenta uma carta de coquetéis criativos e refrescantes, perfeitos para acompanhar as opções de tapas do menu, como croquetes de presunto com romesco e queijo sardo.

 

foto reprodução Instagram

 

*A jornalista viajou a convite da Trivento

Aviação no Brasil bate recorde de passageiros e quer mais

Aviação no Brasil bate recorde de passageiros e quer mais

Pela primeira vez na história, total de passageiros transportados em voos domésticos e internacionais supera a barreira simbólica dos 10 milhões, e as empresas de aviação se preparam para deixar para trás essa marca, com novos voos

Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o setor aéreo brasileiro alcançou um marco em março: pela primeira vez na história a aviação civil brasileira ultrapassou 10,2 milhões de passageiros transportados, considerando voos nacionais e internacionais — um aumento de 8% comparado ao mesmo mês de 2024.

No primeiro trimestre de 2025, foram mais de 23,7 milhões de passageiros embarcando nos voos domésticos pelo Brasil. Apenas em março, foram 8 milhões de viajantes, representando um crescimento de 6% em relação ao ano anterior. O Aeroporto Internacional de São Paulo (Guarulhos) foi o mais movimentado, com mais de 2,2 milhões de passageiros, seguido por Congonhas e Brasília.

A perspectiva é que essa marca de 2 milhões de passageiros internacionais seja deixada bem para trás nos próximos meses. Várias companhias aéreas estão colocando em operação novos voos para o Brasil, e a Qatar Airways é um exemplo disso. Ela já opera dois voos diários entre São Paulo e Doha, mas a partir deste mês terá três voos nessa rota com saída de Guarulhos às segundas, quartas, sextas e domingos. No total, serão 18 operações semanais.

 

foto divulgação

 

Empresas como Iberia, Turkish Airlines, Tap, Sky e Copa Airlines ampliaram recentemente seus voos para o Brasil, e as brasileiras Azul, Gol e Latam também vêm expandindo sua presença internacional: a Azul estreando voos para Madri (Espanha) e Porto (Portugal); a Latam operando mais frequências para destinos como Milão (Itália) e Lisboa (Portugal) e a Gol com novos voos para Córdoba (Argentina), Caracas (Venezuela) e San José (Costa Rica).

Radar

Boletim
Uma pesquisa mediu a satisfação dos passageiros em aeroportos brasileiros no primeiro trimestre de 2025. Mais de 25 mil pessoas foram ouvidas para essa avaliação. Entre os aeroportos de grande porte, Brasília obteve a melhor nota: 4,54 numa escala de vai de 1 a 5. Congonhas ficou em 2º lugar com 4,51, seguido por Guarulhos com 4,49. Na categoria de médio porte, Curitiba liderou com 4,42, seguido por Fortaleza (4,41) e Recife (4,40).

Bumbódromo
Para atender quem vai participar do Festival Folclórico de Parintins, a Azul coloca 196 voos extras entre Manaus e a “Ilha da Magia” entre 25 de junho e 1º de julho, ou 28 operações por dia, totalizando cerca de 13 mil assentos. Os voos serão realizados com aeronaves ATR 72-600 da Azul e Cessna Grand Caravan da Azul Conecta, com capacidade para 70 e 9 passageiros, respectivamente. Além disso, a Azul vai incrementar em sua malha para Manaus, com voos vindos de Campinas, Recife e Belo Horizonte.

Efeito laranja
As medidas anti-imigração e os atritos diplomáticos com parceiros de longa data fizeram a demanda por voos para os Estados Unidos ficar bem mais fraca nesses primeiros meses de 2025. E essa baixa procura se refletiu nos preços das passagens aéreas, que só em abril tiveram uma queda média de espantosos 7,9% em relação a 2024, segundo o Consumer Prices Index, indicador calculado pelo BLS (Bureau of Labor Statistics).

Exposição “Cazuza Exagerado”, no Shopping Leblon, homenageia este grande nome da música brasileira

Exposição “Cazuza Exagerado”, no Shopping Leblon, homenageia este grande nome da música brasileira

“Cazuza Exagerado” é uma exposição que apresenta figurinos, manuscritos e outros itens que ajudam a “explicar” a genialidade deste que foi um dos principais nomes da música brasileira nos anos 80

Em cartaz no topo do Shopping Leblon a partir do dia 12 de junho, “Cazuza Exagerado” é uma exposição que homenageia a trajetória e a contribuição para a música e cultura brasileiras de Agenor de Miranda Araújo Neto. A mostra contempla todas as fases da trajetória do cantor, compositor, poeta e cronista da geração 80, cuja vida foi interrompida precocemente, aos 32 anos, em julho de 1990, em decorrência da Aids.

A exposição ocupa uma área de 1.200 m2 e marca os 40 anos de “Exagerado”, seu primeiro álbum solo. Serão exibidos nesse espaço figurinos, objetos pessoais, cartas, manuscritos originais de letras e poemas, desenhos, documentos e um extenso material em áudio e vídeo. Nove salas ilustram a trajetória do artista, antes e depois da fama. Toda a memorabília foi reunida por Lucinha Araújo no Centro Cultural Cazuza.

A curadoria da exposição é de Ramon Nunes Mello, organizador dos livros “Cazuza – Meu Lance é Poesia” e “Cazuza – Eu Protegi teu Nome por Amor”.

 

foto divulgação

 

Shopping Leblon
Avenida Afrânio de Melo Franco, 290, Leblon.
Ingressos a partir de R$ 80.