Revista Online: março 2025 – ed. 182 – RJ

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Revista Online: março 2025 – ed. 182 – SP

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Obras do “novo Congonhas” já estão em andamento

Obras do “novo Congonhas” já estão em andamento

Grande reforma de Congonhas que será implementada em fases teve início em dezembro e algumas mudanças já podem ser percebidas pelos usuários do aeroporto. Uma novidade é a troca dos ônibus a diesel por veículos elétricos para o transporte dos passageiros nos embarques remotos

Sob gestão da Aena desde o final de 2023, o Aeroporto de Congonhas já está com sua grande modernização em andamento. As obras começaram no dia 11 de dezembro. Nesta 1ª fase, com 16 meses de duração, as principais atividades serão no pátio remoto, nos hangares, nos terminais de carga e nas pistas de taxiamento das aeronaves. Uma mudança já implementada é a troca de ônibus a diesel por veículos 100% elétricos para o transporte dos passageiros nos embarques e desembarques remotos. O modelo tem zero emissão de gases e ruídos, com autonomia de 270 km a cada carga. Esses ônibus sustentáveis vão gerar uma redução anual de 510 toneladas nas emissões de CO2 do terminal.

Outra novidade já entregue é o novo Lounge VIP do Bradesco, que foi ampliado e agora tem 1.000 m² de área com espaços para descanso, trabalho e entretenimento, além de uma maior oferta gastronômica.
Na 2ª fase, começará a construção do píer do novo terminal de passageiros, acontecerá a revitalização e adaptação do hangar tombado da Varig e terá início a instalação das novas esteiras de bagagens. Na 3ª fase, serão montadas as pontes de embarque do novo píer e será instalado o novo sistema de controle e processamento de bagagens.

 

Novos ônibus elétricos em Congonhas – foto divulgação

 

A 4ª fase é a hora de finalizar as obras no pátio remoto e a ampliação da área de desembarque. A 5ª fase ficará marcada pela conclusão das obras do novo terminal de passageiros (processador, píer e hangar tombado) e pela entrega de 16 das 19 novas pontes de embarque. Também será quando as obras na área do Pavilhão de Autoridades serão finalizadas.

Por fim, na 6ª fase, prevista para o 1º semestre de 2028, será o momento da abertura da nova área com 20 mil m² para lojas e restaurantes e da homologação do novo terminal pela Anac para o início da operação do novo terminal.

Radar

Route du soleil
A partir do dia 22 de abril, as ilhas caribenhas de Martinica e Guadalupe poderão ser acessadas pelos brasileiros via Fortaleza. É de lá que sai o voo da Air France proveniente de Paris, que antes de rumar ao Caribe ainda faz uma breve escala em Caiena, na Guiana Francesa. Os voos saem da capital do Ceará nas quartas-feiras com destino às cidades de Fort-de-France (Martinica) e Pointe-à-Pitre (Guadalupe). No sentido contrário, os voos acontecem às terças.

Zapfree no more
A Gol encerrou o acesso gratuito a aplicativos de mensagens como WhatsApp durante os voos. Agora os passageiros precisam pagar R$ 10 para utilizar o serviço. A medida encerra uma cortesia oferecida desde julho de 2022, quando o pacote de mensagens gratuitas foi liberado a todos. Em janeiro de 2024, o benefício foi restringido apenas aos membros do programa de fidelidade Smiles e, agora, foi descontinuado. O acesso a filmes, séries e TV ao vivo na plataforma Gol Online continua sendo gratuito para todos a bordo.

Troca de alianças
Em razão da aquisição de parte da Ita Airways pelo Grupo Lufthansa, a companhia italiana está deixando a aliança SkyTeam, liderada pela Delta e pela Air France-KLM. O processo de saída será finalizado até 30 de abril. Após 3 anos fazendo parte da SkyTeam, a Ita Airways deve se integrar em breve à Star Alliance, capitaneada pela United Airlines e pela Lufthansa.

Documentário sobre Milton Nascimento estreia em março nos cinemas

Documentário sobre Milton Nascimento estreia em março nos cinemas

Documentário “Milton Bituca Nascimento”, sobre Milton Nascimento, chega aos cinemas do Brasil neste mês homenageando um dos maiores artistas do Brasil e da música de todo o mundo

Uma viagem pelo mundo. De Três Pontas a Nova York, dos tambores de Minas ao jazz mais inventivo dos anos 1970. O documentário “Milton Bituca Nascimento” chega aos cinemas do Brasil neste mês com a história de um ícone da nossa canção, que é reverenciado em toda parte e por diferentes gerações.

A diretora Flavia Moraes passou dois anos acompanhando a turnê de despedida dos palcos e fez muito mais do que registrar esse momento. Com imagens belíssimas e um elenco inacreditável de depoimentos que emocionam profundamente, o documentário dá conta da imensidão que é Milton Nascimento. Wagner Tiso, com lágrimas nos olhos, lembra do menino que equilibrava a gaitinha, a sanfona e o violão na varanda de casa e que depois foi seu parceiro nos bailes da vida e em gravações históricas. Chico Buarque, parceiro em “O Que Será”, assiste a uma gravação de Milton no palco nos anos 1970 e se derrete dizendo “Bituca manda em mim”. E o filme mostra um novo e raro encontro entre duas lendas: Wayne Shorter e Milton, que gravaram o genial “Native Dancer”, em 1975.

É uma profusão de depoimentos estelares: Djavan, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Simone, Sergio Mendes, Quincy Jones, Spike Lee, Pat Metheny… Isso mostra o alcance da música feita por Bituca. Tanto na diversidade como na assinatura particular do compositor e do intérprete. Um cantor de muitos timbres, de alcance raro, melódico, improvisador, incomparável. Elis Regina, que conheceu Milton e sua música por intermédio de Gilberto Gil, dizia que “se Deus cantasse, teria a voz de Milton Nascimento”.

 

foto divulgação

 

Há também os parceiros importantes: Zé Renato (“Alma”), Ronaldo Bastos (“Cais”, entre outras maravilhas), Marcio Borges, todo o Clube da Esquina, Fernando Brant e os artistas mais jovens para quem ele é mais do que referência: Maria Gadú, Zé Ibarra, Tim Bernardes, Dora Morelenbaum… (me perdoe as reticências, o documentário é tão rico que não daria conta de enumerar).

É bonito como os depoimentos se misturam com as canções. Um compositor conta sua história através delas e, quando elas quebram as barreiras do tempo, a mágica acontece. Ainda que seja um recorte que destaca a passagem dos anos, que mostra nosso Bituca agora, são os “mil tons geniais” que se apresentam.

O filme é corajoso e sensível como as canções escolhidas para contar essa história. Músicas que o Brasil canta há décadas. Frases, ou versos, que ilustram e traduzem também as nossas vidas, pois “sonhos não envelhecem”. Tudo muito amoroso como só poderia ser ao se falar de um homem como Milton Nascimento. As presenças fortes dessa família de escolha, o filho Augusto (que idealizou a turnê) e a tão querida Lilia (a mãe adotiva), com a narração luxuosa de Fernanda Montenegro.

Documentar a música feita no Brasil é documentar o país. É de fundamental importância. Vá ao cinema e mergulhe nessa beleza profunda! Eu fiquei encantada, mais uma vez. Salve Bituca e sua longa e bela história!

Chef Adriano Kanashiro, um dos pioneiros da gastronomia japonesa contemporânea no Brasil, inaugura o Kureiji

Chef Adriano Kanashiro, um dos pioneiros da gastronomia japonesa contemporânea no Brasil, inaugura o Kureiji

De volta a São Paulo depois de anos na África, o chef Adriano Kanashiro inaugura o Kureiji, nome que vem da maneira que os nipônicos pronunciam a palavra ‘crazy’

Num olhar atento para a “vitrine” que adorna a fachada do recém-inaugurado restaurante Kureiji, dá para ver um bonsai de jabuticabeira. Essa árvore anã sintetiza o conceito da casa, cujo cardápio tem como base receitas da gastronomia japonesa preparadas com ingredientes brasileiros — em especial os amazônicos: tem pirarucu marinado em missô (foto), grelhado e servido com purê de mandioca com tofu, tem niguirisushi de coco verde maçaricado, tem missoshiru com mandioquinha e tucupi, tem mix de nirá e cogumelos chapeados na manteiga de garrafa e tem ainda muito mais.

O autor dessas deliciosas criações é Adriano Kanashiro, um dos sete samurais dos primórdios da fabulosa saga da gastronomia japonesa em São Paulo. Depois de se destacar na virada do século 21 com seu trabalho em restaurantes como o Kinu (instalado dentro do Grand Hyatt Hotel), o By Adriano Kanashiro e o Momotaro, o chef mudou-se para Gana, na África, onde comandou por cerca de 10 anos o restaurante Santoku na capital do país, a cidade de Accra.

 

Chef Adriano Kanashiro – foto Neuton Araújo

 

Agora de volta a São Paulo, Kanashiro acaba de abrir o Kureiji, instalado em um simpático sobrado no Jardim Paulista. O salão tem capacidade para apenas 31 pessoas, sendo oito no bonito balcão onde os pratos são finalizados diante dos clientes, acomodados em confortáveis e engenhosas cadeiras de balanço desenhadas exclusivamente para o restaurante pelo arquiteto Roberto Kubota.

O menu surpreende logo na largada: como couvert, é servido um pãozinho tipo shokupan para ser besuntado com creme de tofu com shissô e nirá ou com manteiga de missô. Outros destaques do cardápio são o tempura de camarão com carvão ativado na massa e molho cítrico ganense, o lámen servido com caldo de kimchi e a barriga de porco com molho teriyaki de jambu. O shari usado na montagem dos sushis é preparado com um mix de arroz japonês e mini-arroz do Vale do Paraíba.

A carta de bebidas tem uma boa seleção de saquês e coquetéis assinados pelo bartender Ricardo Barrero, como o Kimchi Bloody Mary (uma versão do clássico drinque à base de suco de tomate e vodca incrementada com jerez fino e acelga coreana fermentada) ou o Ume Julep (que mistura bourbon whiskey, hortelã, pimenta da Jamaica e concentrado de ameixa japonesa).

 

Pirarucu marinado em missô, do Kureiji – foto divulgação

 

Kureiji
Rua Guarará, 190, Jardim Paulista.
Tel. 92066-1012.