Destilados brasileiros têm apresentado um crescimento significativo nos últimos anos, impulsionando a indústria local e conquistando cada vez mais consumidores
A qualidade e a diversidade dos produtos fabricados no Brasil têm sido reconhecidas tanto no mercado interno quanto no exterior, contribuindo para a consolidação de marcas brasileiras no cenário mundial. Com um histórico de tradição na produção de bebidas alcoólicas, o país se destaca pela capacidade de inovação e pela valorização de insumos regionais.
O investimento na destilação nacional é mais do que a busca por excelência. É um compromisso com a qualidade que transcende fronteiras. Cada destilador nacional carrega consigo o orgulho de produzir sabores autênticos e incomparáveis, enraizados nas tradições e no cuidado artesanal. Nossa dedicação com a qualidade é a essência de cada gota, e é com satisfação que vemos o reconhecimento crescente desse compromisso apreciado ao redor do mundo.
Cachaça Capitão, de Bom Jardim de Minas, premiada no Spirits Selection du Concours Mondial de Bruxelles, no ano passado – foto divulgação
É verdade que ainda dependemos de bons maquinários que, infelizmente, somente temos na Europa e na América Central, mas esse cenário vem mudando. Com investimento da indústria de destilados nacionais, abre-se a oportunidade para atrair novos investidores.
O aumento do interesse do consumidor por destilados locais e artesanais tem impulsionado o crescimento do setor, estimulando a criação de novas marcas e a expansão de linhas de produtos já consolidados. A busca por bebidas que reflitam a identidade e a cultura brasileira tem sido um dos principais motores desse crescimento. Não podemos deixar de mencionar que a criação de destilados nacionais também visa um consumo mais inteligente de álcool e, com isso, a diminuição do volume alcoólico.
O crescimento dos destilados brasileiros não apenas fortalece a economia do setor, mas também reafirma a qualidade e a criatividade presentes na produção do país em diferentes segmentos. Com um mercado em ascensão e um potencial ainda a ser explorado, essas bebidas prometem continuar conquistando paladares e ganhando reconhecimento em todo o mundo. De norte a sul, a arte da destilaria nacional floresce, trazendo consigo uma riqueza de tradição e inovação.
*Alex Mesquita é mixologista, consultor de bares e diretor criativo de coquetéis no restaurante Elena, no Rio de Janeiro.
Instalado em uma das melhores localizações da Cidade Maravilhosa, o Sheraton Grand Rio completa cinco décadas de atividades com fôlego renovado e tudo funcionando muito bem
Há 50 anos o Sheraton Grand Rio brilha como um ícone e uma referência na hotelaria carioca. Ele é o único hotel pé na areia da cidade, com uma praia praticamente privativa, entre o Leblon e São Conrado. O 50° aniversário é só no dia 27 de setembro, mas as comemorações estão rolando desde fevereiro. Entre elas, promoções-relâmpago, descontos especiais e, no começo da primavera, uma grande festa black tie celebrando as cinco décadas de sucesso.
Piscina externa do Sheraton Grand Rio – foto divulgação
De 1974 até os dias de hoje, o empreendimento do grupo Marriott atravessou crises, sediou eventos da conferência Eco-92, hospedou participantes da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016, abrigou popstars que se apresentaram nas várias edições do Rock in Rio e, agora, prepara-se para receber convidados da reunião de cúpula do G20.
Em 2014, o hotel passou por um grande facelift que consumiu US$ 50 milhões para renovar e modernizar suas instalações. O imponente prédio de quase 30 andares possui 538 apartamentos e suítes com varanda e vista para o mar. Ali funcionam cinco operações gastronômicas: o restaurante francês L’Etoile (com cardápio assinado pelo chef Jean-Paul Bondoux), o italiano Bene, a churrascaria Casarão, o Casa da Cachaça (especializado em tradicionais receitas brasileiras e caipirinhas) e o pool bar no 6° andar, onde ficam o main looby e a recepção. O acesso à praia e às piscinas fica no andar Zero, aproximadamente 20 metros abaixo do nível da Avenida Niemeyer. Além de uma praia para chamar de sua e das três piscinas (uma delas climatizada), os hóspedes têm a seu dispor quadras de tênis, spa, fitness center e área kids com recreadores.
Suíte do hotel – foto divulgação
A lista de hóspedes ilustres do Sheraton Grand Rio é extensa. Inclui políticos como George Bush (ex-presidente dos Estados Unidos), o rei Filipe da Bélgica, estrelas do cinema como Sophia Loren e artistas como Tony Bennett, Barry White, Ringo Starr e Rod Stewart.
Sheraton Grand Rio Hotel & Resort
Avenida Niemeyer, 121, Vidigal.
Tel. 21 2274-1122.
Diárias a partir de R$ 820.
Descanso em Niseko, agito dosado em Tóquio, espiritualidade em Quioto e Nara, e inovação em Osaka revelam uma viagem surpreendente e diversificada pelo Japão
Após longa ausência, a Famiglia Giramondo retorna para compartilhar dicas diversas sobre entretenimento, gastronomia e hospedagem, sempre em destinos cobiçados. Nesta edição, a nossa seleção foi o Japão. Programamos três semanas para esse destino encantador e diverso, que passa por mudanças perceptíveis nos últimos anos.
Vista do Monte Fuji – foto Daniel Hehn | Unsplash
Começamos a jornada pela majestosa Ilha de Hokkaido, ao norte do país. Pousamos no moderno aeroporto de New Chitose e rumamos para a vila de Niseko – a primeira parada. O período que selecionamos para a viagem foi a primavera, que talvez seja o mais agradável de todos. A paisagem evidencia a natureza, com montanhas e lagos que começam a degelar, e os rios ficam rodeados por árvores florescendo.
Niseko é conhecida como reduto dos amantes de esqui. A escolha por essa cidade se deu basicamente por uma maravilhosa e confortável hospedagem e por ser o apoio central para visitarmos as cidades de Otaru e Sapporo – também em Hokkaido.
A última visita dos Giramondo ao Japão foi há treze anos e a busca por Hokkaido foi especial, uma vez que a localização foge das grandes cidades e de atrativos lotados. O serviço, a gastronomia e a hotelaria com direito a um onsen inacreditável (hospedagem com circuito de águas termais) no Park Hyatt Niseko, já valeriam toda a viagem.
Canal de Otaru, cidade portuária em Hokkaido – foto Shutterstock
Poder se locomover facilmente para o Porto de Otaru foi um grande diferencial. Depois de uma hora de trem, chegamos à estação principal onde se encontra o Mercado de Peixes. Pequeno e charmoso, esse local transcende qualquer expectativa. Apresentações de king crab, uni (ovas de ouriço-do-mar), vieiras e ikura (ovas de salmão) alucinarão seus pensamentos. O lugar deveria ser tombado como patrimônio mundial da cultura gastronômica!
Otaru é uma cidade portuária que merece um dia inteiro de visitação. Restaurantes como o Otaru Masazushi são imperdíveis, com seus incríveis 85 anos de existência. Por ali, os chefs servem não apenas nigiri de peixe sazonal, mas também grelhados, petiscos e outros pratos do dia de acordo com os gostos e preferências dos clientes.
Mercado de Peixes em Sapporo – foto Shutterstock
No dia seguinte, é recomendado um descanso no delicioso spa e onsen do hotel, regado a chás maravilhosos e, para quem curte, um espetacular cigar club, com uma curadoria especial de charutos cubanos.
Com as energias restabelecidas, pegamos um táxi e fomos direto para Sapporo, também a uma hora de distância de Niseko. É um destino sonhado dos amantes de cerveja, saquê e uísque japoneses – por causa da qualidade da água cristalina da região. O lugar pode ser ainda uma opção de estadia para quem quiser um pouco mais de agito na ilha.
Iniciamos a exploração de Sapporo, como sempre, pelo Mercado de Peixes de Nijo Fish Market. Além das exposições de peixes e acessórios gastronômicos, esse mercado oferece restaurantes onde é possível provar o melhor uni do mundo. Digno de comer três bowls seguidos!
Domburi de Ikura e Uni, típico de Hokkaido – foto Natale Giramondo
Sapporo merece também uma visita pelo centro, com avenidas largas, shoppings e belíssimos parques, que compõem suas ruas. Nos arredores, está a Torre do Relógio, que foi instalado em 1881 e comprado da E. Howard Watch & Clock Company de Boston, com um mecanismo impulsionado por peso. É o relógio de rua mais antigo do Japão.
A medida certa do agito
O próximo destino é Tóquio, a uma hora e meia de voo de Hokkaido. Na capital, optamos pelo tradicional bairro de Shinjuku – o hub de mobilidade para todas as localidades da cidade e do Japão.
Vale dizer que a capital japonesa está repleta de turistas. Basicamente 50% de chineses e 50% do restante do mundo. Outro dado alarmante sobre o destino é que o número de turistas internacionais já está 27% acima do período pré-pandemia.
Um ótimo exemplo dessa “loucura” é o Mercado de Tsukiji – o maior comércio de peixe do mundo, transferido para Toyosu em 2018. A cena de centenas de pessoas se acotovelando para comerem o que é possível comprar ficou bastante comum por ali. O mais bizarro é que você pode encontrar tudo em diversos locais da cidade, sem esse estresse.
Torre de Tóquio, na capital japonesa – foto JNTO
Mas Tóquio se supera mesmo nas opções de restaurantes. Viciados em sobas (massa japonesa), tonkatsu (costeleta de porco empanada), unagui (enguia) e sushi se deliciam nessa megalópole. As ruas de Roppongi, Ginza, Harajuku e uma visitação à Torre de Tóquio fazem parte também desse roteiro de quatro dias. Perca-se pelas estações centrais e pelos parques!
Sugerimos uma visita ao Omoide Yokocho – também conhecido como Yakitori Alley. O local é um amontoado de izakayas e restaurantes, todos minúsculos, em um aperto charmoso de becos e ruas bem próximos à estação de Shinjuku – a maior da metrópole e a mais movimentada do mundo. Há ainda as ruínas da 2ª Guerra, na saída oeste da estação.
Outra atração noturna com direito a prédios de karaokês e restaurantes com ótimos sushis é a região de Kabukicho, vizinha a Shinjuku. O lugar é conhecido como o distrito da luz vermelha no Japão, em razão de sua iluminação neon e do agito de seus bares com música. Dirija-se à grande avenida Yasukuni Dori e você verá a enorme loja Don Quixote, que marca a rua principal de Kabukicho.
Rua de Omoide Yokocho, em Tóquio – foto Natale Giramondo
Ancestralidade e conexão
Plenamente satisfeitos com o que a capital tinha a nos oferecer, seguimos à última etapa de nossa viagem. A bordo de um trem bala (Shinkansen), chegamos a Quioto, agora nossa base para visitarmos Nara e Osaka.
Essa cidade foi capital do Japão entre o século 13 e 17, onde a família imperial residia e guarda parte significativa da história desse país mágico. Com menos de 2 milhões de habitantes, Quioto encanta com seus templos, bairros escondidos, rios surpreendentes e gueixas pelo centro histórico, tornando-se a localidade que revela o Japão antigo. Histórias milenares se misturam com a cultura contemporânea.
Passear pela floresta de bambus de Arashiyama (Patrimônio Munidial da Unesco) é mágico. Na região, é recomendado ainda visitar o templo Tenryu-ji – construído em 1339, que já foi um enorme complexo de templos formado por mais de 100 subtemplos. Hoje, restam apenas algumas estruturas e a principal razão para fazer o passeio é o jardim, um dos melhores exemplos de design tradicional japonês. Por ali, admirar as inúmeras quantidades de árvores e flores também valeria o destino.
Templo Kinkaku-ji, em Quioto – foto Shutterstock
Outra parada obrigatória é o templo de Sanjusangen-do com suas 1001 estátuas de guerreiros que guardam a estátua de Buda. E o templo dourado Kinkaku-ji, que parece flutuar sobre o lago. É possível observar o reflexo espelhado do Pavilhão Dourado na serena Lagoa Kyoko-chi e visitar os seus jardins exuberantes, cobertos de musgo, e a casa de chá no local.
Indicamos passeios ao Mercado de Nishiki, que apresenta uma variedade de alimentos frescos e em conserva, além de doces japoneses. Pode-se encontrar ainda excelentes utensílios de cozinha e elegantes artigos em cerâmica, especiarias e condimentos e artigos de papel. Restaurantes exclusivos de wagyu, unagui, grelhados de king crab são os destaques desse mercado.
Kakinoha sushi, sushi embrulhado em folhas de caqui, típico de Nara – foto Shutterstock
E Quioto está a apenas 50 minutos de trem para Nara, cidade maravilhosa que surpreende pelos parques e templos. Saindo da estação, rume para o templo de Todai-ji. Nesse caminho, cervos cercam os visitantes o tempo todo. São centenas de animais livres, passeando ao seu lado, lhe acariciando por apenas algumas bolachinhas!
Templo Todai-ji, em Nara – foto Natale Giramondo
A visitação ao templo Todai-ji impacta pela imponência da estátua gigante de Buda – a maior no interior de um templo no Japão. O Grande Buda tem 14,98 m de altura e até suas orelhas têm 2,54 m de comprimento. Deve-se ainda subir as escadas até o Salão Nigatsu-do e apreciar as vistas fantásticas da bacia de Nara. A cidade merece um dia inteiro e, obrigatoriamente, prove seu sushi típico, embrulhado em folhas de caqui.
Estátua do Grande Buda no interior do Templo Todai-ji, em Nara – foto Shutterstock
Para encerrarmos essa temporada no Japão, ainda com base em Quioto, fomos para Osaka, a um pouco menos de uma hora de trem. A segunda maior cidade do Japão sediará em novembro do ano que vem a Expo25. Ao longo de sua história, as Exposições Mundiais têm sido o evento global em que novas tecnologias e produtos são apresentados e popularizados, levando a avanços importantes. O tema desta edição é “Projetando a sociedade do futuro para nossas vidas”. O arquiteto Sou Fujimoto é o responsável pelo projeto, coordenando as diretrizes para os países participantes.
Osaka abriga uma série de arranha-ceús espetaculares e uma culinária especial. Não deixe de provar os típicos okonomiyaki (panquecas de repolho, carne e frutos-do-mar) e os takoyakis (bolinho assado de polvo), que são os melhores do Japão e representam muito bem a deliciosa gastronomia do país.
O Pavilhão do Brasil para a Expo Osaka 2025, autoria do Studio MK2 e Magnetoscópio, cujo projeto é liderado pelo arquiteto Marcio Kogan – foto divulgação
Pena que tudo que é bom sempre acaba cedo. Como em uma deliciosa mordida, a viagem termina, inspirando as próximas!
Recomendações essenciais
Dinheiro
Os cartões são utilizados em todos os estabelecimentos no país, mas é possível trocar dinheiro físico em qualquer aeroporto ou nas grandes estações. E o momento é vantajoso para a viagem, uma vez que o Iene desvalorizou cerca de 40% nos últimos anos.
Mobilidade
Vale muito a pena optar por voos internos para grandes distâncias (acima de 800km), pois ganha-se tempo. Também é importante garantir o passe de trem e metrô, que pode ser adquirido nas principais estações. Basta entrar em qualquer box de informações para turistas. Já os serviços de táxi são relativamente baratos e servem para distâncias curtas.
Comunicação
Para uma viagem 100% sem estresse, esteja com seu celular conectado no Google Tradutor e nas IAs. O japonês é seguramente o povo mais solícito do mundo, mas muitos não falam inglês.
Tips
No Japão, não se aceita gorjeta, é um hábito cultural enraizado em todos os serviços. Eles trabalham com muito orgulho e prazer e recusam as famosas “tips”.
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