Pela primeira vez num monólogo, atriz Débora Falabella encena versão brasileira de peça de grande repercussãointernacional que discute a violência contra a mulher
Desde a sua estreia em Londres, em 2022, “Prima Facie” seguiu uma trajetória meteórica. Escrito por Suzie Miller, o texto conquistou a Broadway e o West End inglês, virou objeto de disputa entre produtores e inspirou debates e esforços para mudar leis britânicas envolvendo crimes de abuso e agressão sexual. Neste mês de maio, a peça faz sua estreia no Brasil, no Teatro Adolpho Bloch, na Glória.
A montagem é estrelada por Débora Falabella, que assume o desafio de encenar o primeiro solo de sua carreira. No palco carioca, ela explora uma forma autêntica de dar vida a uma personagem que ganhou adaptações em países como Alemanha, Austrália, Nova Zelândia e Turquia. No papel da advogada Tessa – que tem acusados de violência sexual entre seus clientes – a atriz faz ainda uma imersão nas complexidades do sistema judiciário. “Acredito que o resultado e a sensação de estar em cena serão completamente diferentes, para mim e para o público”, revela.
foto Jorge Bispo
Mineira e filha de artistas, Débora se diz tímida e afirma que foi em sua profissão que encontrou uma maneira para se expressar. Em entrevista à 29HORAS, ela também reflete sobre a fama e o equilíbrio necessário na atuação, destaca montagens importantes para sua trajetória no teatro e antecipa novos e desafiadores projetos.
“Prima Facie” é o seu primeiro monólogo. Como foi a preparação para estar sozinha no palco diante do público? Nunca tinha sentido a vontade de fazer um monólogo, porque sempre entendi o teatro como uma troca com o outro em cena. Mas, recentemente, esse desejo surgiu em mim, impulsionado pela curiosidade de me arriscar em algo novo. Foi assim que decidi me aventurar nessa experiência e buscar um projeto que me desafiasse. E encontrei o texto de ‘Prima Facie’, que me encantou profundamente. A preparação para um monólogo vai muito além do momento solitário em que estou no palco. É um esforço colaborativo que envolve uma equipe talentosa e dedicada, incluindo uma diretora experiente, profissionais de voz, corpo, direção, cenografia, figurino e iluminação. A construção desse trabalho exige uma preparação minuciosa e um alinhamento preciso de todos os elementos envolvidos.
Por mais que a sensação seja de estar sozinha em cena, sei que tenho o respaldo de uma equipe sólida e comprometida. Isso me dá uma tranquilidade grande! A preparação para esse solo acabou não sendo muito diferente dos outros espetáculos que já participei. Mas acredito que o resultado e a sensação de estar em cena serão completamente diferentes, para mim e para o público.
Débora Falabella como advogada Tessa, na peça “Prima Facie” – foto Jorge Bispo
A peça ganhou montagens em diversos países e foi estrelada por Jodie Comer, na Broadway. Quais são as especificidades da montagem brasileira? Quando se compra os direitos de uma obra, um mundo de possibilidades criativas se abre para a montagem da peça. Penso que cada equipe artística traz sua própria visão e sensibilidade para o palco, resultando em interpretações únicas. Desde a direção até a interpretação dos atores, cada montagem reflete a singularidade e criatividade do grupo envolvido. Eu acho muito bonito observar como a mesma obra pode ser interpretada de maneiras tão diversas, ampliando seu impacto e relevância em diferentes contextos. Por aqui não será diferente, vamos imprimir algo singular nesse texto.
Por que trazer essa peça ao Brasil? A questão da violência contra a mulher e a agressão sexual é sensível e muito recorrente em diversos países. No caso do Brasil, essas questões são especialmente impactantes, porque os números relacionados a esses crimes são mesmo alarmantes! Na peça, além de falarmos de um tema de extrema importância, também podemos provocar reflexões e debates sobre como lidamos com essas questões em nosso país.
O que mais chamou a sua atenção na atuação de Jodie Comer? E como foram seus estudos para fazer a imersão na personagem? Confesso que evitei assistir às montagens anteriores da peça para não ser influenciada. Já tinha visto pequenos trechos e conhecia o texto. Mas preferi desenvolver a personagem a partir das minhas próprias experiências, porque acredito que cada atriz tem sua essência e abordagem única para os papéis. Depois da estreia, pretendo assistir às outras montagens. Mas claro que fico super curiosa! Quero muito assistir à maravilhosa Jodie Comer dando um show! Sou fã!
Na série “Aruanas” – foto Maurício | Globo
A peça tem uma temática sensível, em que a sua personagem, a advogada Tessa, defende acusados de violência sexual. Como mulher e atriz, como é vivenciar esse tema em um trabalho? Como mulher e atriz, interpretar o papel da advogada Tessa é uma experiência desafiadora e muito impactante. Tessa é uma advogada criminalista que acredita firmemente no princípio fundamental de que toda pessoa tem direito à defesa, independentemente da culpa do acusado. Ela não escolhe seus clientes e aceita os casos que chegam ao seu escritório, o que muitas vezes a leva a defender pessoas que enfrentaram situações complicadas, como casos de agressão sexual.
Ao longo da peça, Tessa passa por uma transformação pessoal ao questionar e repensar o sistema jurídico em que trabalha. Essa descoberta representa um ponto crucial na trama, em que ela começa a enxergar as complexidades e injustiças do sistema legal, é realmente interessante!
A peça desencadeou discussões e debates mundo afora. Como você espera que seja a recepção e repercussão entre o público brasileiro? Imagino que a repercussão será bem semelhante. Temos muito o que discutir ainda quando o tema é agressão sexual e como o sistema jurídico na maioria das vezes lida com isso. Conquistamos muitos avanços, mas é preciso ir além. A mulher continua sofrendo mesmo quando ela é vítima!
A versão brasileira tem Yara de Novaes na direção, que foi sua parceira no Grupo 3 de Teatro e em outros projetos. Como são as suas trocas? Yara é uma parceira de longa data com quem eu queria trabalhar novamente como diretora, confio plenamente nela e no seu processo criativo. Ela sempre foi meu farol e minha inspiração! Para esse projeto, senti que não havia ninguém melhor para dirigir do que a Yara, alguém em quem confio totalmente e que eu sabia que faria o processo ser não apenas bom e prazeroso, mas também significativo, considerando toda a nossa história nos últimos anos.
Débora em cena com Yara de Novaes, em peça do Grupo 3 de Teatro – foto divulgação
O que o Grupo 3 de Teatro significa para você? Quais foram as montagens teatrais que mais te marcaram desde o começo do grupo? O Grupo 3 de Teatro foi meu primeiro e único grupo teatral até hoje. Ao longo dessa trajetória, participei de diversas montagens. Entre as que mais me marcaram desde o início, destaco “Love Love Love”, “Contrações” e “Neste Mundo Louco Nessa Noite Brilhante”. Esses espetáculos foram especialmente importantes do ponto de vista artístico e de identificação com as mensagens que eu queria transmitir. O Grupo 3 de Teatro é cheio de significado para mim! Foi onde construí minha história no teatro e o lugar onde pude me expressar e fazer escolhas importantes na minha carreira.
Voltando um pouco no tempo, você cresceu em um ambiente que incentivava a arte. Como as atuações de sua mãe (Maria Olympia Falabella), no coral lírico, e de seu pai (Rogério Falabella), como ator e diretor, te impactavam quando você era criança? Quando você decidiu também trilhar o caminho artístico? O ambiente em que cresci teve mesmo uma influência enorme sobre a escolha de seguir na minha profissão. Com minha mãe atuando no coral lírico e meu pai ator e diretor, fui exposta desde cedo a esse mundo. Mas a decisão de trilhar esse caminho não foi diretamente influenciada por eles. Acredito que meu interesse pelo teatro foi despertado pela minha irmã Cynthia, que também começou a estudar artes cênicas. Observando sua trajetória, percebi que o teatro poderia me oferecer uma forma de expressão, uma voz que eu talvez não conseguisse encontrar em minha comunicação cotidiana. Sempre fui uma pessoa mais tímida, quieta, e vi no teatro uma oportunidade de me expressar de maneira diferente, de explorar novas formas de comunicação e interação.
A atriz na novela “O Clone” – foto Globo | divulgação
Houve um desejo de se distanciar dos estilos e marcas dos trabalhos de seus pais? Em quem você também buscava inspiração e referências? Muito pelo contrário! Meu pai foi ator de TV na época da TV ao vivo e também atua no teatro. Ele sempre foi uma grande referência para mim. Mas é claro que fui encontrando a minha turma! Tenho muitas referências mineiras, de onde eu venho. Atores, grupos de teatro… No teatro, cada um encontra seu estilo e sua turma, o que considero um processo natural e importante para descobrir sua identidade como artista. Mas minha família seguiu me influenciando. Minha mãe, que era cantora lírica, me inspirou com sua abordagem à profissão, assim como meu pai, que sempre foi muito dedicado e respeitoso com seu trabalho. A reverência que ele tinha pela profissão certamente deixou uma marca em mim, e sinto um grande respeito por seguir seus passos!
Sua carreira na TV, em novelas e séries, é bastante extensa e diversificada, tendo interpretado protagonistas e personagens de destaque em produções como “O Clone” e “Avenida Brasil”. Como você lidava com a fama e a enorme repercussão entre o público na época? E hoje, o que a fama representa para você? Penso que depender unicamente da fama pode ser perigoso, porque estar constantemente sob os holofotes pode ser cansativo e muito invasivo. É importante encontrar momentos de descanso e privacidade. Por outro lado, a fama também pode proporcionar oportunidades incríveis. Por exemplo, ela me permite levar meu trabalho para o teatro, onde muitos fãs que me acompanharam na TV têm a chance de me ver atuar ao vivo. Acho essencial saber utilizar a fama a seu favor, sem depender exclusivamente dela e sem deixar que ela nos sobrecarregue emocionalmente.
Como a personagem Nina, em “Avenida Brasil” – foto Alex Carvalho | Globo
Atualmente, como você escolhe seus projetos? O que você busca nos seus trabalhos? Hoje, ao escolher os projetos em que me envolvo, busco oportunidades que me permitam explorar novas formas de contar histórias, é o que mais valorizo! Além disso, estou escrevendo meu primeiro longa-metragem, que pretendo dirigir, e estou muito animada com essa possibilidade que está se desenhando para mim em breve.
Em 2024, o chef Erick Jacquin comemora marcos importantes de sua trajetória pessoal e de sua carreira profissional. Ele completa seis décadas de vida, 30 anos de Brasil, 10 de TV e 20 de união com sua amada Rosangela
Desde criança, Erick Jacquin sabia que ia trabalhar como cozinheiro quando fosse adulto. Mas agora, prestes a completar 60 anos, ele confessa que nunca imaginou que chegaria a ser chef conceituado e, mais do que isso, uma celebridade planetária, reconhecido nas ruas de Salvador, de Lisboa e de Tóquio.
É que, de sua infância em Dun-sur-Auron, cidadezinha no interior da França, até os dias de hoje, aconteceu muita coisa. Foram hectolitros de vinho, toneladas de foie gras, centenas de amigos, milhares de charutos, milhões de reais investidos em empreendimentos de sucesso (outros tantos em fiascos) e bilhões de visualizações na TV e nas redes sociais.
Chegou a hora do sessentão colher os louros dessa glória toda. Em 2024, ele apresenta mais duas edições do “MasterChef Brasil” na Band, inaugura mais sete restaurantes com as bandeiras Ça-Va e Steak Bife, lança novos produtos com a sua marca e também festeja. Muito.
foto Renato Pizzutto | Comunicacao Band
Afinal, não são somente seis décadas de vida. Jacquin está completando 45 anos de trabalho com gastronomia, 30 anos de sua chegada ao Brasil, 10 de televisão e 20 de sua relação com Rosangela, com quem tem dois filhos – o casal de gêmeos Elise e Antoine, de 4 anos.
Na entrevista que ele concedeu à 29HORAS, o chef rememora sua chegada a São Paulo, relembra a surpresa dos paulistanos ao conhecerem o petit gateau, fala da alegria que sentiu ao ser convidado para fazer TV e rebate quem o acusa de ter se tornado um personagem patético do universo das celebridades. Confira nas páginas a seguir os melhores trechos dessa reveladora conversa.
Em 1994, quando você trabalhava no estrelado Au Comte de Gascogne, em Paris, recebeu um convite para vir trabalhar no Brasil. Qual foi o argumento que te convenceu a aceitar a proposta? Eu já estava naquela mesma cozinha havia uns 5-6 anos, queria algo diferente. Aí um fornecedor nosso, que vendia trufas e outros itens, me indicou para um restaurateur que estava à procura de alguém para levar para o Brasil. Essa pessoa era o Vicenzo Ondei, dono do Le Coq Hardy. Ele provou minha comida e disse que eu ia adorar o Brasil, que ficaria rico se viesse para cá. Me ofereceu um salário que era mais ou menos cinco vezes o que eu ganhava à época na França. Falou para eu vir conhecer São Paulo, e que poderia voltar se não gostasse da cidade. Na véspera de embarcar, perguntou se me incomodaria de trazer um pouco de foie gras para ele. Eu disse que tudo bem, e horas depois chegaram três grandes caixas de isopor na minha casa, recheadas com quilos de fígado de ganso e pato.
Erick Jacquin quando ainda era um aprendiz de cozinheiro, na França – foto Arquivo Pessoal
Quais foram as suas primeiras impressões da cidade de São Paulo? Logo na chegada já vi que aqui as coisas eram bem diferentes. Estava morrendo de medo de passar pela alfândega com aquele carregamento de foie gras, mas enquanto ainda estava na esteira, esperando minha mala e as caixas, fui recebido pelo sr. Ondei e um amigo dele da Receita Federal. Tudo foi liberado na hora. Depois ele me levou para conhecer vários restaurantes e eu fiquei impressionado com a agitação da noite paulistana. Quando o sr. Ondei me levou de volta ao aeroporto, dias depois, colocou no meu bolso um chumaço de dólares e disse que era para comprar uma joia bem bonita para a minha mulher com aquele dinheiro. Ele sabia como convencer as pessoas… poucas semanas depois desembarquei aqui de novo, dessa vez para ficar e acompanhado de Katia, minha esposa à época.
Você se lembra do que os clientes falaram quando você lançou o petit gateau no Brasil? O que a sua receita tem de diferente da original, do coulant au chocolate, criado pelo lendário Michel Bras? Quando propus ao sr. Ondei fazermos o coulant no Le Coq Hardy, ele me disse que brasileiro gosta de sobremesa farta, que aquilo era um negocinho muito pequeno. Então desenvolvi algo maior e mudamos o nome para petit gateau au chocolat chaud, que significa “pequeno bolo de chocolate quente”. As pessoas ficaram maravilhadas, me perguntando como podia aquilo de ter uma parte mole dentro do bolo! Outro dia, uma amiga minha foi ao L’Avenue (restaurante na sofisticada Avenue Montaigne, em Paris) e o maître perguntou a ela o que é petit gateau. Disse que toda semana algum brasileiro aparece, pede isso e eles não entendem nada. Aí ela explicou que no Brasil esse nome é usado para designar o coulant au chocolat.
Seu famoso petit gateau – foto reprodução Instagram
Hoje, depois de 30 anos em São Paulo, você é mais brasileiro ou o seu DNA francês ainda fala mais alto? Me sinto dividido, afinal estou completando 60 anos de vida, sendo que os primeiros 30 foram na França e os 30 mais recentes no Brasil. Quando estou na França, fico louco para voltar ao Brasil, e quando estou no Brasil, sempre sinto vontade de ir à França. Não deixo o Brasil por nada, mas jamais esquecerei o que vivi na França. O fato é que a minha vida é toda aqui: minha mulher, meus filhos, meus negócios e meus melhores amigos estão todos em São Paulo. Quase tudo que tenho devo ao Brasil e aos brasileiros.
E o que mudou na sua vida com o casamento com a Rosangela e com a chegada dos seus dois filhos mais novos? Ser pai amoleceu o seu lado “general”? Quando conheci a Rô, foi amor à primeira vista. Já em um dos primeiros encontros, eu a convidei para ir a Paris comigo. Ela me disse “Eu nem te conheço”, e respondi “Existe algum lugar melhor do que Paris para a gente se conhecer?”. Depois que ela entrou na minha vida, tudo ficou muito melhor. Quanto às crianças, sou um paizão bem amoroso. Não sou um general – é que na cozinha esse negócio de democracia e igualdade não funciona, é um ambiente onde a hierarquia e a disciplina são fundamentais.
O chef com sua mulher, Rosangela, e os filhos Antoine e Elise em Tignes, nos Alpes franceses – foto reprodução Instagram
Como foi o convite para você integrar o time do “MasterChef Brasil”? Depois que saí do Le Coq Hardy, montei o Cafe Antique com a Nancy e o Francisco Barroso. Foi um sucesso! Depois abrimos também o Le Vin, que virou uma rede de restaurantes. Aí parti para um caminho mais pessoal e, em 2004, abri a La Brasserie Erick Jacquin, na Rua Bahia. No começo foi tudo muito bem, mas lá sofri com duas coisas: os moradores de Higienópolis adoram pegar o carro e ir comer nos Jardins, é por isso que a região não tem muitos restaurantes, apesar de o bairro ter muita gente com alto poder aquisitivo. E a casa era muito mal administrada, uma tragédia. Mudei para o Itaim, e a coisa ficou pior ainda. Estive à beira da falência, muito decepcionado com tudo e cheio de dívidas. Foi quando, em 2014, apareceu esse convite de uns produtores argentinos lá da Band. Tinha medo de que eles fossem me rejeitar por causa do meu sotaque forte, mas eles também tinham sotaque! Dei umas caipirinhas para eles e logo fechamos o contrato. Foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida!
A propósito, como será a edição do “MasterChef” que estreia este mês? A edição que entra no ar este mês será no formato tradicional, com cozinheiros amadores. No segundo semestre teremos uma edição apenas com confeiteiros, será a nossa primeira vez nesse modelo.
Hoje a audiência e a repercussão do programa são bem menores do que as das primeiras edições. Está sendo feito algo para conter essa queda? De fato o Ibope na TV aberta caiu bastante, mas hoje esse dado já não é o mais importante. O programa continua gigante no YouTube, é muito visto no mundo todo pelos canais Discovery e ainda gera milhões de postagens, comentários e visualizações no Twitter, Instagram e TikTok. Sou reconhecido na rua quando saio em Portugal e até no Japão! Ano passado fizemos três edições (amadores, profissionais e cozinheiros sênior), e realmente acho que foi demais. Este ano serão somente duas. Não sou eu quem decide isso, mas acredito que essa é a opção mais acertada. Hoje eu nem sei dizer ao certo se sou um cozinheiro que faz TV ou se sou uma celebridade que toca uma rede de restaurantes.
Jacquin com Henrique Fogaça e Helena Rizzo, o trio de jurados do “MasterChef Brasil” – foto Melissa Haidar | Comunicacao Band
Ser um celebrity chef é colocar a sua cara em uma vidraça, sujeita a muitas pedradas e ofensas nas redes antissociais. O que você gostaria de dizer para aqueles que te “acusam” de não ser mais um cozinheiro, de só vir aos restaurantes para posar fazendo biquinho em selfies com os clientes? E para quem critica o fato de você emprestar seu nome para molhos de tomate industrializados, temperos prontos, panelas e até comida canina? Muitas pessoas que vêm aos meus restaurantes querem fazer selfies comigo. Seria muito deselegante eu me recusar a realizar esse desejo delas. Eu cozinho cada vez menos, OK, mas sou adepto daquela frase do grande mestre Paul Bocuse, quando perguntado sobre quem cozinha quando ele não está no restaurante. A resposta dele é genial: “São as mesmas pessoas que cozinham quando eu estou e quando eu não estou”. Não interessa quem cozinha, o importante é que a equipe seja bem treinada e a comida seja bem-feita. É assim que trabalhamos em todos os oito estabelecimentos que eu comando [o mais novo deles é o Ça-Va Café no Brascan Mall, no Itaim, inaugurado no final de abril]. Quanto aos produtos, não empresto meu nome, eu vendo! Quem não tem como pagar uma refeição no meu restaurante ao menos pode sentir por meio desses produtos um pouquinho do meu “tompêro”, seja num molho Pomarola ou numa pimenta Latinex. E vem mais por aí: vamos lançar em breve o espumante do Jacquin, os charutos do Jacquin e até o miojo do Jacquin!
A propósito, porque você mudou o nome do restaurante Président para Les Présidents? Foi alguma treta com a marca de manteiga? Bem lembrado! Quando abrimos o restaurante, a Lactalis [empresa de laticínios] reclamou que estávamos usando indevidamente a marca dela. Aí entramos em uma longa batalha judicial e, em dezembro, finalmente saiu uma decisão e fomos comunicados que deveríamos mudar o nome do restaurante. Agora, só para me vingar, estou lançando a Manteiga do Jacquin em parceria com outro laticínio, a Manteigaria Nacional.
O chef Erick Jacquin no Les Présidents – foto reprodução Instagram
Ainda este mês, sai a nova lista dos restaurantes estrelados pelo Guia Michelin. Qual é a sua expectativa? E o que você acha dessa “corrida de cavalinhos” da gastronomia atual, dos restaurantes investirem pesado para conseguir posições mais elevadas nos rankings regionais e mundiais? Espero que o Les Présidents receba uma estrela na próxima edição do guia. Ficaria muito contente se conquistássemos esse reconhecimento. Acho que merecemos, e seria um grande incentivo para a equipe. Agora, aquela outra premiação, o 50Best, não me interessa. É uma grande mentira! Para participar, o restaurante precisa trabalhar com as águas Panna e San Pellegrino. Que critério é esse? Deve ser por isso que há tantos restaurantes fantásticos fora dessa lista. Eu não gosto, não bebo, não compro e não vendo essas águas. Meus restaurantes são todos carbono neutro, é ambientalmente muito errado trazer água mineral italiana para vender no Brasil. Para mim, essa premiação é puramente baseada em lobby e marketing. É só moda, espuma…
Com 45 anos de carreira e muitos prêmios no currículo, qual você diria que é a receita do seu sucesso? Qual o ‘tompêro’ especial que cativa a sua legião de fãs e explica as filas nas portas dos seus restaurantes? A receita do meu sucesso tem três ingredientes principais: exigência, perseverança e muito trabalho. Talvez tenha também um 4° componente: a sorte. Tem uma estrela lá em cima que me ilumina e me protege. Deve ser a minha mãe, que faleceu no ano passado. Mas não quero falar de morte, eu gosto muito de viver e não quero que isso aqui acabe nunca! Sempre que penso na minha mãe, me vêm à cabeça memórias, aromas e sabores deliciosos. A verdadeira comida é a comida de família! Tenho pensado muito sobre isso. A nossa formação, desde a infância até o que vivenciamos nos dias atuais, é o que cria e aprimora o nosso ‘tompêro’ pessoal.
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