Enquanto o Brasil vende ou desativa fábricas de adubos, guerra entre Rússia e Ucrânia provoca a escassez desses insumos
Segundo Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, a invasão da Ucrânia pela Rússia vai impactar não só esta como também as próximas safras de alimentos, por causa da elevação nos preços dos fertilizantes. O Banco Mundial projeta que uma elevação de 1% nos preços dos alimentos pode lançar mais 10 milhões de pessoas na pobreza extrema no mundo.
Em 2021, o Brasil gastou US$ 15,2 bilhões em importações de adubos e fertilizantes químicos, valor 90% maior que o gasto em 2020. O país adquiriu de países como Rússia, Ucrânia, China, Lituânia e Canadá cerca de 41,5 milhões de toneladas de fertilizantes – 22% a mais do que no ano anterior.
Enquanto o Brasil aumenta sua dependência de importação desses insumos essenciais para o agronegócio, unidades de produção de fertilizantes instaladas no país são desativadas ou vendidas. Esse é o caso da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras (Fafen), em Araucária, no Paraná, fechada em março de 2020. Ela sozinha abastecia 30% das necessidades brasileiras de ureia e amônia. A outra cartada errada do governo federal foi a recente venda para o grupo russo Acron da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3), em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul.
Um dia as autoridades que decidem sobre os rumos do agronegócio brasileiro vão perceber que a produção de fertilizantes é uma questão estratégica, não apenas mais uma conversa de camelô ou uma simples questão de compra e venda no exterior. A falta de fertilizantes no país pode gerar – além da fome e do desemprego – a perda de clientes acostumados a comprar os produtos agrícolas brasileiros. Quando a gente não vai lá e vende, outro vendedor aparece com a mesma mercadoria.
Prosa rápida
Show do trilhão
O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de 2022 deve alcançar R$ 1,227 trilhão, 2,4% acima do obtido em 2021, que foi de R$ 1,199 trilhão. Os produtos com melhor desempenho devem ser o algodão em pluma, a banana, a batata, o café (conillon e arábica), a cana-de-açúcar, o feijão, a laranja, o milho, o tomate e o trigo. Culturas como a soja e o arroz devem agregar valores menores do que os atingidos em 2021.
Devo, não nego
Segundo a 2ª edição do Estudo de Inadimplência do Produtor Rural da Serasa Experian, 15,8% dos trabalhadores do campo estavam com dívidas em março deste ano. Em comparação com a primeira onda do levantamento, feita em junho de 2021, houve uma queda de 0,1 ponto percentual. A notícia boa é que esse número é bem menor que o verificado na população geral do país – que tem cerca de 40% de endividados.
Celulite na coxinha
Pesquisadores da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural e da Embrapa Suínos e Aves divulgaram que os abatedouros brasileiros registram perdas anuais de mais de US$ 10 milhões de dólares por causa da celulite em frangos. A doença é um processo infeccioso e inflamatório que, através de bactérias, invade o tecido subcutâneo devido a cortes e arranhões da pele, formando placas fibrino-caseosas que podem se estender até os músculos.
Comentários