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A procura por táxis-aéreos e voos fretados em jatinhos executivos dispara no Brasil

A procura por táxis-aéreos e voos fretados em jatinhos executivos dispara no Brasil

Viajantes que não se importam em pagar (muito) mais para evitar muvucas nos aeroportos fazem disparar a demanda por voos fretados para destinos como Angra, Trancoso, Jeri e Punta

O Réveillon de 2021/2022 causou um problema inédito no Brasil: a procura por táxis-aéreos e voos fretados em jatinhos executivos disparou no país, a ponto de deixar alguns passageiros no chão. Na Líder Táxi Aéreo, a mais tradicional empresa do setor, a demanda teve alta de 15% em 2021, e na Tam Aviação Executiva o número de fretamentos cresceu 60% em relação à média pré-pandemia.

Já na Flapper, conhecida como “a Uber dos jatinhos”, a busca por voos e assentos cresceu simplesmente 300% em 2021, na comparação com 2019. Alguns pedidos para Salvador, Morro de São Paulo e Barra Grande tiveram de ser recusados por falta de aeronaves disponíveis para cumprir a rota. Em aeroportos de outros points badalados de verão, o que se viu foi um movimento sem igual. Quem passou por Trancoso, Angra, Jericoacoara e Punta del Este pode vivenciar esse raro fenômeno.

 

Foto Divulgação

 

O aumento na procura por voos privativos se deveu em boa parte à pandemia, pois muita gente quer viajar, tem o dinheiro e o tempo necessários para fazê-lo, mas ainda sente insegurança na hora de encarar as inevitáveis e estressantes filas nos aeroportos e não se importa em pagar mais para ter uma viagem com mais privacidade e conforto.

Quer saber quanto significa “pagar mais”? Na Flapper, fretar um jato Embraer Phenom 300 com capacidade para nove passageiros de São Paulo para Trancoso custa R$ 77 mil. Do Rio para Jericoacoara, o fretamento de um Beechcraft King Air C90, com seis lugares, sai por R$ 117 mil. E a viagem de Belo Horizonte a Búzios, a bordo de um Cessna Caravan Grand com espaço para nove passageiros, pode ser contratada por R$ 18 mil.

Mas há também opções mais acessíveis. Na mesma Flapper, dá para conseguir um lugar num voo de São Paulo para Angra por apenas R$ 500.

 

Radar

Show do milhão
O Aeroporto Internacional de Viracopos superou a marca dos 10 milhões de passageiros em 2021 e registrou um aumento de 49,7% em seu movimento, em comparação a 2020. No ano passado, embarcaram ou desembarcaram pelo terminal 10.045.361 passageiros. A perspectiva é que esse número seja ainda maior, com a retomada a todo vapor dos voos internacionais e a contínua expansão das rotas domésticas.

Rio-Bavária
A partir do fim de março, os voos da Lufthansa partindo do Rio de Janeiro rumo à Alemanha passarão a ter um novo destino: Munique, e não mais Frankfurt. A troca pode parecer ruim a princípio, mas na verdade é um upgrade. O aeroporto Franz Josef Strauss, o hub da empresa na Baviera, é o único cinco estrelas da Europa, de acordo com a consultoria de aviação Skytrax. E os cinco voos semanais dessa rota serão operados pelo moderno, sustentável e ultra-confortável Airbus 350-900.

Variante delta
Na companhia aérea norte-americana Delta Airlines, 8 mil pilotos e comissários de bordo foram afastados por causa da Covid na virada de 2021 para 2022. Esse total representou 11% do total de 75 mil funcionários da empresa, que teve de cancelar milhares de voos no auge da temporada de festas. Na concorrente United Airlines, 3 mil dos 75 mil funcionários testaram positivo, causando o cancelamento de mais outros milhares de voos.

Em cartaz até o final de fevereiro, a mostra “Arte É Progresso” leva ao Teatro Viradalata quatro musicais cheios de brasilidade do dramaturgo mineiro Vitor Rocha

Em cartaz até o final de fevereiro, a mostra “Arte É Progresso” leva ao Teatro Viradalata quatro musicais cheios de brasilidade do dramaturgo mineiro Vitor Rocha

Produzida de forma 100% independente, a mostra “Arte É Progresso” propõe um resgate ao folclore brasileiro e uma ode ao teatro musical autoral nacional em peças repletas de lirismo roteirizadas, musicadas e performadas pelo mineiro Vítor Rocha

Do interior de Minas Gerais, vaga-se a pé até a Bahia para levar um menino e seu peixe de estimação, Sr. Cargas D’Água, para conhecerem o mar. Em seguida, bandeia-se do sertão do Cariri em um caminhão de pau-de-arara, em busca de um “Mágico Di Ó” que conceda chuva à terra da garoa. Por fim, invade-se uma sala de terapia onde dois ex-apresentadores mirins revelam os podres e as regalias da indústria televisiva do eixo Rio-São Paulo, em um “Bom Dia Sem Companhia”. Tudo isso, é claro, embalado pelas cantigas, lendas e provérbios do nosso folclore, reverenciados em “Se Essa Lua Fosse Minha”.

 

Vítor Rocha e a atriz Luiza Porto em “Bom Dia Sem Companhia” | Foto: Victor Miranda

 

Esse é o trajeto oferecido ao público da mostra de teatro musical “Arte É Progresso”, em cartaz de quinta a domingo no Teatro Viradalata, na zona oeste de São Paulo. Nessa viagem pelo imaginário brasileiro, a cada dia da semana os espectadores aportam em uma das quatro peças que compõem o festival – todas elas roteirizadas, musicadas e performadas por Vítor Rocha, ator e dramaturgo mineiro que, aos 24 anos, já acumula mais de 40 indicações a prêmios nacionais, dois troféus Bibi Ferreira e alguns milhares de fãs pelo país, cativados pelo lirismo simples e brasileiríssimo de suas produções. Munido de suas histórias, ele retorna aos palcos após dois anos de cortinas fechadas, para “celebrar o ‘resistir’ da cultura em tempos de medo e incerteza”.

 

Vítor Rocha interpreta o repentista Osvaldo no cordel cênico “O Mágico di Ó – O Clássico em Forma de Cordel” | Foto: Victor Miranda

 

“Atualmente, não há nada mais sucateado, fragilizado e mal-falado no nosso país do que a arte. Já ficou claro para os artistas brasileiros que se eles não se movimentarem, ninguém fará isso por eles. A saída, então, é unir forças, e é justamente isso que estamos fazendo”, explica. Produzidos de forma 100% independente, os quatro espetáculos têm movimentado, juntos, mais de 50 profissionais da cena artística, entre atores, diretores, coreógrafos, figurinistas, iluminadores e contrarregras. “Reunir todas as peças que já estreei em um único lugar é também juntar todos os artistas que me ajudaram nelas e mantê-los criando.”

Com sessões de janeiro lotadas e ingressos disputados, o plano é, um dia, conseguir levar o festival para todos os cantos do país. “Rodar todas as capitais e entregar esses vários Brasis diretamente aos brasileiros que os inspiraram. Nosso maior desejo é exaltar nossa cultura e provar que, apesar de desamparada, a arte nacional segue viva e florescendo.”

 

Vítor Rocha e elenco de “Se Essa Lua Fosse Minha” | Foto: Fabio Stamato