A cantora e compositora Lia Paris conquista sucesso internacional com trabalhos multimídia de produção independente

A cantora e compositora Lia Paris conquista sucesso internacional com trabalhos multimídia de produção independente

Da infância circense, vivida entre os trapézios e os espetáculos de pirofagia, Lia Paris carrega o visual lúdico e o espírito livre. “Descobri com o circo que meu coração é nômade e que eu não sei estar presa ao chão. Não tenho casa, carro, cachorro ou endereço fixo. Levo apenas a minha arte, e essa fluidez já me faz completa”, define a cantora e compositora paulistana.

Inteira em sua inquietude, Lia reúne memórias dos países que visitou em suas quase duas décadas de trajetória artística no álbum “MultiVerso”, lançado no final de 2019 e com desdobramentos audiovisuais sendo divulgados apenas agora, pós-pandemia. Em arranjos que mesclam a batida eletrônica com recortes de soul, punk rock e jazz – ritmos que estudou ao redor do globo –, a artista canta dúvidas e apelos universais, como os anseios pelo futuro e o amor. “O single ‘Nosso Trato’ traça uma prospecção de como serão as relações humanas daqui a algumas centenas de anos.”

 

FOTO LOIRO CUNHA

 

Premiada pelo primor estético de seus videoclipes – só em 2020 foram duas vitórias no Los Angeles Film Festival, pelo trabalho de edição e cinematografia do curta surrealista “Coração Cigano” –, é ela quem assume a direção artística de todas as suas produções. “Sou uma artista independente, mas não faço um trabalho individual. Conheci profissionais incríveis nos Estados Unidos, na França, na Itália, e todos eles emprestam um pouco de sua experiência para o produto final. A arte itinerante é uma arte de encontros.”

Para o segundo semestre de 2022, a cantora planeja uma turnê pela Europa e negocia a primeira apresentação da carreira em solo mexicano. “Até lá, ficarei uns meses no Brasil, esperando a chegada do meu primeiro filho e trabalhando no meu primeiro projeto de preservação ambiental, um sítio de reflorestamento no interior de São Paulo”. A ideia é que o espaço reúna artistas dispostos a utilizar a arte como ferramenta de discussão e conscientização ambiental. “Por mais que leve uma vida itinerante, tenho uma relação muito forte com a natureza e suas divindades, e me angustia ver que o ser humano se descompassou da sua origem. É preciso que nos reconectemos urgentemente à terra, e eu acredito muito que a música possa ser essa ponte.”