Retrospectiva 2021: Rádio Vozes relembra bons lançamentos na música brasileira

Retrospectiva 2021: Rádio Vozes relembra bons lançamentos na música brasileira

Não sei como está para você, mas eu perdi totalmente a noção do que aconteceu neste ano ou no ano passado, por isso a minha retrospectiva pode não ser das mais exatas. Vou me ater ao que me emocionou de verdade. Começo com a partida violenta e precoce da jovem Marilia Mendonça. Aos 26 anos, ela segue sendo uma das mais populares artistas deste país. Uma compositora dedicada e corajosa. Se você gosta ou não do estilo, o feminejo, não importa. É inegável o impacto dessa moça na canção brasileira do século 21. Foi cantada por Caetano e gravou com Gal Costa. É das mais tocadas, das mais vendidas e, se você gosta de música brega ou romântica, certamente tem ali alguma coisa para ouvir.

Já nos lançamentos não tão populares, quero falar do projeto “Uma Onda para Tom Zé”, o primeiro disco do selo Rádio Vozes. Artistas de diferentes gerações e estilos fizeram versões para o repertório desse baiano tropicalista genial. Já estão nas plataformas as versões de Fernanda Takai e John Ulhoa, de Luana Carvalho e de André Abujamra e Leoni. Ainda vem por aí: Arnaldo Antunes, Zélia Duncan, Vanguart, Martins e muitos mais.

 

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A cantora Céu lançou um disco inteiro de covers, uma delícia, e antes já tinha soltado um acústico de seu próprio repertório com “Varanda Suspensa”, “Amor Pixelado” e a atualíssima “Off”. E uma descoberta recente foi Luiza Audaz, uma jovem cantora e compositora baiana de timbre diferente e gostoso, que lançou “Blueberry”. A produção é da dupla Deep Leaks, formada por Juliano Parreira e Gustavo Koshikumo. Nomes pouco conhecidos, mas para se prestar atenção.

Mariana de Moraes está gravando disco novo e soltou uma balada boa com letra de Ronaldo Bastos. Patricia Marx regravou “Onda de Cassiano”. Duda Brack, uma voz forte dessa novíssima geração, lançou “Caco de Vidro” com participação de Ney Matogrosso e Baiana System, “Woman” de Itamar Assumpção e Alzira E., e canções próprias. Disco necessário, vigoroso.

Chico Chico e Fran lançaram disco gravado ao vivo fazendo jus ao berço de onde vieram. Talentosos filhos de Cássia Eller e de Preta Gil. Arnaldo Antunes gravou com Vitor Araújo, pianista extraordinário, e Rubi, neta de Itamar, o clipe de “Fim de Festa”. Uma canção linda, profunda e direta.

Cada vez mais a diversidade se expressa, basta querer ouvir. E muito se cantou o horror que estamos vivendo, a angústia, o luto, mas também mensagens de esperança e de resistência. A arte e a poesia seguem nos tirando do buraco. Cantando eu mando a tristeza embora, certo?

Sorte, saúde e alegria para essa virada de ano. Obrigada pela companhia!