Homewear: conheça a moda de ficar em casa

Homewear: conheça a moda de ficar em casa

Impulsionadas pelos novos hábitos do isolamento, grandes marcas aliam conforto e elegância em linhas homewear.

Após mais de um ano de distanciamento social, o “vestir-se bem” ganhou novos significados. Muito além de modelagens refinadas e cortes ousados, a aposta do mercado da moda é o conforto. Puxadas pela popularização do home office, marcas têm investido em coleções pensadas para o estilo de vida pandêmico. Essa tendência, que recebeu o nome de homewear, promete comodidade sem abrir mão da elegância.

 

Linha homewear da Intimissimi Brasil, lançada na pandemia - Foto: Divulgação

Linha homewear da Intimissimi Brasil, lançada na pandemia – Foto: Divulgação

 

“A ideia é investir em tecidos que tragam conforto e mesclas que garantam, não só versatilidade e estilo, mas um toque suave à pele”, explica Alvaro Gutierrez, Country Manager da Intimissimi no Brasil. A marca, especializada em vestimentas íntimas, identificou um aumento de quase 400% na procura por pijamas e camisolas durante a pandemia. De olho nessa demanda, a empresa deu novo gás às peças lisas multifuncionais em algodão e cashmere, além de ampliar a gama de pijamas com tecidos refinados.

 

Linha de homewear da Amaro - Foto: Divulgação

Linha de homewear da Amaro – Foto: Divulgação

 

Outra marca que aderiu à reinvenção foi a paulistana Amaro. “Nós já tínhamos uma coleção homewear, mas a variedade de peças era reduzida. Com a quarentena, vimos que o perfil de compras estava mudando e acompanhamos essa onda”, conta Vanessa Bello, head de estilo da marca. Hoje, 50% das vendas da Amaro são peças casuais, que vestem da cabeça aos pés.
As novidades também chegaram ao catálogo de calçados. A seção de muitas marcas foi atualizada com opções descontraídas, que vão de tênis a pantufas. Na era das calls e reuniões online, porém, a maior procura continua sendo por “partes de cima”, e camisetas da moda e acessórios de cabelo estão entre as principais buscas.

 

Linha de homewear da UMA X - Foto: Divulgação

Linha de homewear da UMA X – Foto: Divulgação

 

Moletons, vestidos leves e calças com cós de elástico estão nas vitrines online da UMA X, linha derivada da grife paulista UMA. Inaugurada durante o período de isolamento social, a coleção é assinada pela Gerente de Marketing Vanessa Davidowicz e combina o homewear à moda sem gênero e ecológica. “Todas as peças carregam inovações sustentáveis, principalmente técnicas de upcycling, que é a reutilização criativa de materiais”, comenta Vanessa.

Segundo a gerente, mais que uma linha pensada para a quarentena, a UMA X aponta para o futuro do consumo e o homewear nada mais é do que romper estigmas, em todos os âmbitos. “Vestir modernidade, praticidade, conforto e consciência. É isso que nos espera hoje e, principalmente, no futuro pós-pandemia”, finaliza.

Brechós: a salvação do pós-consumo na moda

Brechós: a salvação do pós-consumo na moda

A compra de peças usadas ganha espaço e a geração Z já entende a prática como alternativa de consumo consciente.

Em tempos de sustentabilidade, de termos como “Ambiental, Social e Governança” (ASG ou ESG em inglês), que são assimilados pelas empresas e marcas, e consumidores cada vez mais curiosos e questionadores, comprar objetos e roupas de segunda mão deixou de ser uma opção apenas para quem quer gastar menos. Segundo o ThredUp 2020 Resale Report com dados da Global Data, o mercado de usados será maior que o do fast fashion até 2029.

Os brechós – estabelecimentos comerciais que vendem roupas e acessórios de segunda mão – vêm ganhando espaço no mercado da moda e no dia a dia das pessoas. Esse setor, em plena expansão, deve atingir 64 bilhões de dólares nos próximos cinco anos. E, segundo a Forbes, mesmo com os efeitos da pandemia e a queda no setor de varejo –, com lucros inferiores aos esperados – a venda de usados, ou a revenda, está explodindo.

Outro dado importante é o perfil dos usuários de brechós. De acordo com a consultoria McKinsey & Company, a geração Z representa 40% dos consumidores globais de brechós. Essas pessoas – nascidas entre 1990 e 2010 – compram com propósito e entenderam muito bem que consumir peças de segunda mão é uma alternativa de consumo consciente.
Como resposta a uma enorme quantidade de roupas descartadas sem destinação correta, o varejo de moda se voltou para o mercado de revenda e grandes marcas firmaram parcerias com brechós para promover discussões sobre a etapa do pós-consumo. Um bom exemplo é a Malwee, com seu projeto “Moda Sem Ponto Final”, que valoriza roupas mais atemporais e duráveis e agregou ao conceito uma parceria com o Repassa, site de vendas de roupas usadas.

Essa iniciativa – que promove o aumento da vida útil das peças – funciona da seguinte forma: clientes Malwee têm desconto de 50% na aquisição da “Sacola do Bem” da Repassa, ou podem retirar o produto gratuitamente em algumas lojas físicas da marca. Nessas sacolas, os usuários podem colocar as roupas que não usam mais e receber 60% do valor das vendas no site. E os clientes do Repassa têm como benefício utilizar o crédito do que venderam em compras no e-commerce da Malwee, com 10% de desconto.

Os brechós significam uma excelente oportunidade na etapa do pós-consumo e representam uma destinação correta para peças que seriam jogadas em aterros com grande impacto ao meio ambiente e à sociedade. Hoje, mais do que nunca, a maneira como me visto diz muito sobre mim e as roupas de brechó carregam boas histórias sobre as pessoas e o planeta.

 

Foto: onur bahcivancilar | Unsplash

Foto: Onur Bahcivancilar | Unsplash