Startups brasileiras levam inovação, otimização de custos e sustentabilidade para o agronegócio
Vale do Silício do agronegócio
São Paulo é o estado que concentra o maior número de startups do setor agropecuário, com mais de 400 das 1.125 do país. Os números do Radar AgTech Brasil 2019, mapeamento realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), ligada ao Ministério da Agricultura, em parceria com a SP Ventures e o Centro Universitário FEI, ainda mostram Campinas como a terceira colocada no ranking paulista.
As novas empresas do agro digital (agtechs) fazem a análise de oportunidades de negócios e buscam maior assertividade nas estratégias do setor. O uso de bioinsumos e de recursos genéticos, o planejamento dos custos de plantio, o mapeamento de áreas e o acesso a consultorias ajudam em uma maior produtividade sem aumentar o desmatamento, unindo desenvolvimento econômico à sustentabilidade.
Para o diretor-executivo de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Cleber Soares, os principais pilares desse momento de inserção tecnológica no agronegócio são: inovação aberta, pois ninguém detém todo conhecimento; a sustentabilidade, que seria a moeda do presente e do futuro da agricultura; e a inovação social por meio da inclusão tecnológica, que leva a era digital a todas as atividades da agricultura. “As agtechs fazem tudo isso de forma transversal, conectando todos os pilares, o que moderniza e coloca a agricultura do país em outro patamar”.
A Embrapa ainda listou algumas dessas startups em seu projeto Pontes para a Inovação. São: Agro Finanças (Ideas for Farm); Eirene Solutions (Startup Open Innovations); Farmly (Avança Café); Izagro (TechStart); Kemia (InovaPork); Neoprospecta (Gado de Corte 4.0); Olho do Dono (Pitch Deck Agtech); ScanFito (Avança Café) e Volutech (Ideas for Milk).
Todas essas ideias empreendedoras do setor dialogam com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU. A Eirene criou um sistema de sensores que, instalado na barra de pulverização, enxerga onde está a planta e aplica o defensivo somente nela, gerando economia de até 90% no defensivo e redução do impacto ambiental. Já a Kemia desenvolveu um modelo compacto de estação de tratamento dos dejetos da suinocultura que permite o reuso da água e resolve um dos gargalos da produção intensiva de suínos.
Comentários