Viagem na pós-pandemia: Redescubra o grande prazer de viajar

Viagem na pós-pandemia: Redescubra o grande prazer de viajar

Após mais de cinco meses em casa, merecemos redescobrir o prazer de viajar de fim de semana, sem neuras e sem elevadores

É curioso como a percepção da Covid-19 foi mudando conforme o tempo passou. Tenho certeza de que o assunto foi recorrente para todos nós e, se assim podemos dizer, toda essa situação nos fez valorizar novamente os conceitos mais do que os detalhes. Acho que estávamos mal acostumados, talvez até blasés e confundindo rotina com prazer.

No meu caso, sempre viajando tanto a trabalho quanto a lazer, a ideia de qual seria meu desejo de destino assim que acabasse essa loucura foi se modificando ao longo do extenso confinamento. Quanto mais o tempo foi passando mais fui encurtando a distância que separa minha casa do meu provável destino da primeira viagem pós-pandemia.

Descobri, ou melhor, redescobri que o grande prazer está no estado de espírito e na sede de provar uma ou outra sensação como o sol, o vento e os pés na areia com o azul do mar à frente. Visto que estamos trancados desde março e que essas primeiras escapadas ainda serão no inverno, resolvi optar pelo sol ameno e pela luz maravilhosa que nosso inverno paulista oferece à beira do mar. Afinal, estamos carentes de poder andar no sol e ao ar livre sem elevadores.

Passo aqui alguns exemplos de lugares próximos a São Paulo que estão na minha lista de escapadas de praia e que pedem pouquíssimo tempo de viagem (até 2 horas).

Vale ressaltar que é bom reservar com antecedência, por causa da demanda reprimida do momento, além da capacidade de atendimento ainda reduzida em função das medidas de prevenção da pandemia.

Para mim, mar em São Paulo significa litoral norte sendo que minhas praias preferidas desse trecho da Rio-Santos são também as menos distantes .São elas a Praia do Engenho, na Barra do Una, Juquehy e Barra do Sahy . Porém se a busca for praticar surf, a única indicada é Juquehy, já que as outras têm um mar mais tranquilo. Nessa época o clima da região é um luxo. Nunca chove e a luz de inverno deixa as cores do céu, do mar, da areia e das flores ainda mais lindas.

Boas opções de hotelaria é o que não falta e basta procurar a opção que cabe no seu sapato. Eu conheço e gosto do hotel Aldeia do Sahy (Barra do Sahy) e do Juquehy Praia Hotel (em frente ao mar). Os dois são bem confortáveis e tem ótimo serviço. Uma dica que faz a diferença é tentar passar por Bertioga (a meia hora do destino na ida) ainda em tempo de almoço. Ali, na própria Rio-Santos, pare no restaurante Dalmo o Bárbaro e peça a famosa salada de palmito desfiado e o imperdível prato de mariscos no molho de tomate.

A uns 40 km mais adiante, no sentido São Sebastião se encontra a linda Praia de Toque Toque Grande, onde fica um hotel boutique altamente recomendado por todo mundo que passa por lá. Cravado entre o verde da Mata Atlântica e o azul do mar, o Ilha de Toque Toque Boutique Hotel e Spa é perfeito para casais em busca de sossego, cuidados corporais e total relax. Cada suíte conta com varanda e piscina ou ofurô privativo. Trés chic! O Spa é da l’Occitane, o que denota a qualidade do serviço. É claro que não é para crianças e se quiser pisar na areia tem que fazer um lindo passeio de 15 minutos. Se optar por essa sugestão (que também é a mais cara), aconselho ir por Caraguatatuba (rodovia dos Trabalhadores), fica mais rápido.

O mais importante é termos a capacidade de rever alguns conceitos que andavam meio que banalizados e fazer com que a experiência que vivemos nesses meses possa se reverter em ideias e positividade. O momento é propício para se desprender de padrões de consumo passageiros e focar naquilo que realmente nos dá prazer. Aproveite. Até!

Mercado doméstico da aviação civil terá mudanças significativas 

Mercado doméstico da aviação civil terá mudanças significativas 


A paralisação nos aeroportos por causa da pandemia do novo coronavírus promoveu um pandemônio nas companhias aéreas brasileiras. A Latam, que historicamente disputava a liderança do mercado doméstico com a Gol, entrou em recuperação judicial e deve sair desse processo menor do que a Azul, tradicionalmente a terceira colocada. Essa, pelo menos, é a expectativa de especialistas do mercado e de analistas de investimentos.

Em 2019, a Gol terminou como líder, com uma fatia de 37,7% do mercado doméstico, seguida de perto pela Latam, com 34,7%. A Azul, que cresceu muito com o fim das operações da Avianca Brasil, ficou com “apenas” 23,6%, segundo informações compiladas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Agora, neste segundo semestre que deve marcar o início da retomada do setor, a Gol deve se consolidar ainda mais na liderança, fechando o ano provavelmente com algo entre 40 e 45% do bolo, enquanto Latam e Azul devem ficar cada uma com parcelas em torno dos 25-30% do mercado total.

Segundo a consultoria britânica OAG, que é a maior rede global em termos de informações sobre tráfego aéreo, o Brasil foi o país que teve a maior queda no número de assentos ofertados em voos domésticos após a pandemia ter sido decretada pela OMS, em março. A empresa comparou os dados de julho de 2019 contra os de julho de 2020. O encolhimento por aqui foi de 72%, o mesmo percentual verificado na Austrália. No Canadá, a redução foi de 69%, e nos Estados Unidos, de 47%.

Ainda segundo esse mesmo levantamento da OAG, a British Airways teve, entre as grandes empresas do planeta, a maior queda, com redução de 83%. As únicas empresas que tiveram resultados positivos em julho foram a indiana IndiGo – com aumento de 11,6% em relação a 2019 - e a China Eastern, com aumento de 5,3%.
No Brasil, no auge das medidas para frear a disseminação da Covid-19, a Azul chegou a cancelar 90% de seus voos, a Gol estima ter reduzido sua oferta em 92% e a Latam atingiu uma diminuição de 95% em suas operações.

Radar

Fora do ar
Enquanto as unidades do Brasil, do Chile, do Peru, do Equador, da Colômbia e do Paraguai do Grupo Latam encaram o processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, a subsidiária argentina do grupo teve suas operações encerradas por tempo indeterminado. A Latam Argentina representava apenas 1,8% do faturamento total do grupo e operava com uma frota de 15 aviões. Transportava, em média, 3 milhões de passageiros ao ano .

Novo player
A empresa de baixo-custo chilena Jet Smart, que tem voos regulares de Santiago para São Paulo, Salvador e Foz do Iguaçu, negocia com a Anac para operar voos domésticos aqui no Brasil. A empresa é controlada pelo conglomerado Indigo Partners, que opera também a Frontier Airlines, a Volaris e a WizzAir.

Agora vai?
Com seu mais recente lançamento, o 737 Max, aterrado desde março de 2019, a Boeing quer dar um fim a essa novela logo. Após redesenhar completamente o recurso automático que causou dois terríveis acidentes, a Boeing já está promovendo voos para obter a certificação e a liberação do modelo junto às autoridades. Se tudo der certo, os primeiros voos com passageiros devem ocorrer no Thanksgiving (Dia de Ação de Graças), em novembro – o feriado de maior movimento nos aeroportos dos Estados Unidos.

 

Sustentabilidade: passo a passo para ser um consumidor mais consciente

Sustentabilidade: passo a passo para ser um consumidor mais consciente

A humanidade já consome 30% mais recursos naturais do que a capacidade de renovação da Terra. Se os padrões de consumo e produção se mantiverem no atual patamar, em menos de 50 anos serão necessários dois planetas para atender as nossas necessidades de água, energia e alimentos, e não é preciso dizer que essa situação certamente vai ameaçar as novas gerações.

Se você está se perguntando o que pode fazer para colaborar, ou melhor, o que não fazer para manter uma relação responsável entre as vontades e necessidades você está no caminho certo. A tomada de consciência é o primeiro passo.

Vamos começar imaginando que cada peça que compramos teve um impacto e deixou uma pegada. Cada roupa, acessório ou objeto usou energia e água na sua fabricação e se você começar a olhar de forma mais curiosa vai acabar indo além e se perguntando onde foi feito, por quem e como.

Nessa etapa você já pode começar a escolher produtos que compra levando em consideração mais do que apenas preço e a vontade de “ter”. O consumidor da nova era, da Ecoera, coloca na conta o meio ambiente, a saúde humana e a dos animais, não se contenta com meias verdades e vai além, quer saber qual o posicionamento da marca que produziu aquela peça no que diz respeito à igualdade de gênero, aos movimentos sociais e à conservação das nossas florestas.

Mas vamos começar pelo começo. Aqui vai um passo a passo simples para você iniciar essa jornada e se tornar um consumidor mais consciente:

Etiqueta do Sou de Algodão, movimento que apoia a produção de algodão nacional

#1

Primeiro de tudo pergunte se realmente você precisa daquele produto. Aproveite para organizar seu guarda roupa ou estante ou armário da cozinha. No caso da moda, veja se a peça que deseja comprar pode ser coordenada com outras que você já tem.

#2

Sempre experimente a peça antes de adquirir ou analise suas especificidades antes de fechar a compra. Assim, não leva para casa uma roupa que não lhe cai bem ou um objeto que não lhe agrada e que vai ficar parada sem uso.

#3

Pesquise, seja curioso e busque o máximo possível de informações sobre a marca que fabricou a peça que está levando. Faça sempre as seguintes perguntas antes de finalizar uma compra: quem, como e onde foi feita a peça que vou vestir. Promova marcas que são transparentes, valorizam seus colaboradores e usam materiais mais limpos e de menor impacto ambiental.

#4

Pense a longo prazo e prefira peças de qualidade, que possam durar muito tempo. O barato sai caro. Desconfie quando o preço é muito baixo, pois o material provavelmente também é de baixíssima qualidade e a mão de obra não foi paga de forma justa.

#5

Leia a etiqueta e promova o que é feito no Brasil. Em tempos de crise e no mundo pós-pandemia, temos a oportunidade e a responsabilidade de valorizar peças nacionais, colaborar com a economia local e garantir empregos.

Em tempos de sustentabilidade e de urgências ambientais e sociais, cada um de nós pode e deve fazer parte das mudanças que o mundo pede. O consumo consciente é uma questão de hábito: pequenas mudanças em nosso dia-a-dia têm grande impacto no futuro. Vamos juntos!

As ações de mobilidade no Brasil pós-pandemia 

As ações de mobilidade no Brasil pós-pandemia 

O período de isolamento e as restrições de circulação vão ficando para trás, enquanto as pessoas voltam a se movimentar: esse fluxo traz novas ações de prefeituras, instituições e empresas. O objetivo agora é evitar aglomerações, reduzir a poluição (trabalhos científicos mostram que ela agrava, entre outras doenças, também a Covid-19) e favorecer a saúde das pessoas.

O carro a combustão, aos poucos, deve sair de cena – as tendências apontam para o fim da era dos combustíveis fósseis, com novos hábitos e modais. Em todo o mundo, os maiores esforços se concentram no incentivo da bicicleta, do pedestrianismo e dos carros elétricos, com ampliação de calçadas e ciclovias, e bônus para compra de bikes e modais elétricos. Confira algumas iniciativas que surgem no país para melhorar o vaivém e a saúde geral:

Elétricos em alta

A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) mudou recentemente a sua diretoria e colocou em prática um conjunto de ações para fazer da eletromobilidade uma realidade no Brasil. Animados com o mercado, que em junho retomou o ritmo do final de 2019 – aumentou em 86% em relação ao mesmo mês, no ano passado –, eles pretendem lançar as bases de um Plano Nacional de Eletromobilidade, com ações junto ao poder público e diálogos com o empresariado e a sociedade.

 

Mais segurança para os ciclistas

Lançado há poucos meses, o aplicativo Bike & Park, do empresário Daniel Kohntopp, dá suporte para os ciclistas, conectando-os com estacionamentos de diversas regiões de São Paulo. O app está ligado a uma rede de 13 estacionamentos, com cobertura de seguro. No primeiro mês, o ciclista utiliza a rede de graça, para degustar e ver se gosta, e a partir do segundo paga R$ 15 mensais.

Já a empresa Kakau, de Henrique Volpi, é uma seguradora que decidiu focar também na bicicleta, modal que teve um boom de vendas nos dois últimos meses segundo a Semexe, a maior plataforma de bikes seminovas no Brasil. Vale lembrar também que, em São Paulo, a Ciclofaixa de Lazer voltou com sucesso no dia 19 de julho, agora operada pela Uber, e a prefeitura prometeu a construção de 110 km de ciclovias nos próximos meses, seguindo o seu Plano Cicloviário.

Novos apps para o transporte coletivo

O transporte coletivo sob demanda, bastante comum lá fora, tem se diversificado também no Brasil. Nesse serviço flexível, as rotas são definidas de acordo com as necessidades dos usuários, em vez de programadas em trajetos e horários fixos. Pelo app Via, o usuário se conecta ao operador, informando localização e o destino desejado. São Bernardo do Campo, Goiânia, Fortaleza e Brasília são cidades que já oferecem o serviço, um complemento ao sistema convencional.

A tecnologia também é aliada do transporte coletivo na hora de recarregar o Bilhete Único: é o caso do Bipay, assistente virtual desenvolvido pela OnBoard Mobility, que faz a recarga pelo Facebook com pagamento por cartão. O objetivo é facilitar o processo e evitar filas indesejáveis nos terminais de recarga.

Músicas para nos distrair, educar e embalar

Músicas para nos distrair, educar e embalar

Foto Divulgação | Murilo Alvesso

Músicas feitas dentro de casa: lançamentos de discos brasileiros na pandemia para nos distrair, educar e embalar.

Uma das questões que temos nos feito quase diariamente é como se manter produtivo durante essa temporada de isolamento. Estamos vivendo tempos extremos, difíceis. No mundo da música, muitos estão sem trabalho remunerado, os shows foram adiados e o que resta ao artista é se manifestar no mundo digital. Para alguns, a situação é opressiva a ponto de levar à inércia e, para outros, a saída é justamente produzir, compor, gravar, escrever. A arte tem nos salvado, a nós consumidores. E também aos artistas. Trago aqui dois exemplos de criação em tempos de Covid.

Adriana Calcanhotto lançou um trabalho que pode ser considerado um diário desses tempos dentro de casa. As canções vêm com data, como se estivessem dentro de um caderno de anotações. Foram compostas no dia a dia, a partir de estímulos internos ou dos acontecimentos no mundo. O disco se chama “” e foi gravado com a colaboração de músicos de várias partes do país, cada um em sua casa ou no estúdio com o jovem compositor paraense Arthur Nogueira, arregimentando o time.

Por isso mesmo as canções ganham novas cores e novos sotaques, é um trabalho brasileirismo, diverso ritmicamente, cheio de camadas como é o nosso tropical e antropofágico país. “Ninguém na Rua” é um batidão, no pensamento, no peito. É a música que abre o disco. Composta em 27 de março às 19 horas. Para quem, como eu, que gosta desses detalhes em uma ficha técnica, essa informação tem um sabor especial. A segunda canção é um clássico de Calcanhotto, uma dessas para tocar no rádio. “Era Só” é emocionante, romântica, fácil sem ser e com o belíssimo piano de Zé Manoel, compositor e músico pernambucano.

Assim segue o disco. São nove faixas, cada uma com a verba das vendas revertidas para um coletivo, para a favela da Maré, Rocinha, Ação Cidadania. Um trabalho absolutamente necessário e assertivo. Dá alento para quem ouve e traz em si a ação, o movimento, a responsabilidade social e comunitária. Um novo mundo.

O outro trabalho que acaba de sair é obra de uma dupla longeva, o casal Pato Fu, Fernanda Takai e John Ulhoa. É um lançamento que sai agora, enquanto escrevo essa coluna. Fernanda Takai em carreira solo é dessas delícias que o Brasil nos dá. As duas primeiras músicas são recados aos que vão melhorar o mundo, nossos filhos e filhas. “Terra Plana”, escrita por John, é uma mensagem de confiança na criação. Diante de tantas inverdades, teremos feito um bom trabalho? A segunda é de Nico Nicolaiewski, “Não Esqueça”. De ser feliz, de se apaixonar, de querer ser feliz, é linda… São dez canções com aquele astral que vem desse casal mineiro, delicado, irônico, maduro. Fernanda cantando lindamente e John compondo cada vez melhor. Participações de MakiNomiya, direto do Japão , e Virginie Boutaud, da França.

Maravilhas que a internet nos proporciona. O disco se chama “Será Que Você Vai Acreditar?” e, assim como “Só”, traz os temas que nos atravessam nesses dias. A solidão, a incerteza, o negacionismo que é preciso combater. E, claro, aquela que é uma das funções maiores da arte, nos distrair daquilo que nos desorienta. Quando você ouvir a faixa “One Day in Your Life”vai entender exatamente o que estou dizendo. Com arranjo delicioso, meio música de brinquedo levada muito a sério, voltei aos 14 anos em uma matinê de bailinho Motown. Ouça bem alto. Duvido que não balance o corpo…

A arte nos salva. A cultura traduz nosso tempo, distrai, embala e educa.

Boa audição!