Em Florianópolis, praia do Campeche se transforma na verdadeira “Bali brasileira”

Em Florianópolis, praia do Campeche se transforma na verdadeira “Bali brasileira”

Jovens profissionais de todos os cantos do Brasil e do mundo migram o home office para o sudeste da ilha de Florianópolis 

Florianópolis sempre foi conhecida pelo resto do Brasil como a “ilha da magia”. Afinal, reúne segurança, praias lindas e gente bonita, sendo o lugar ideal para quem busca qualidade de vida. Mas sempre foi considerada um destino de férias e curtição, não para se viver – com algumas exceções, como aposentados ou universitários em função de um mercado de trabalho restrito e poucas opções de entretenimento para além do trivial oferecido aos turistas.

Foi a partir de 2018 que os profissionais ligados à internet e ao comércio eletrônico, em busca de um estilo de vida melhor, começaram a migrar para a ilha. De acordo com a plataforma Nomad List, referência no tema, Florianópolis é o segundo destino que mais cresceu no mundo entre 2018 e 2023. E foi com a pandemia e a onda do home office que a turma dos nômades digitais, que antes viviam em cidades como Bali, na Indonésia, ou Tulum, no México, passou a escolher também a ilha como opção de residência.

Em um trecho do sudeste de Floripa, mais precisamente entre a Lagoa da Conceição e a praia do Campeche, esse êxodo fixou seu epicentro. O eixo Campeche/ Rio Tavares /Lagoa da Conceição começou a receber jovens profissionais de todos os cantos do Brasil e do mundo ao ponto de ver uma disparada absurda do mercado imobiliário e os preços triplicaram de 2021 para cá. Lugares com formatos de sucesso comprovados para esse público vêm se multiplicando para acolher o volume crescente de novos moradores. Só para constar, eu que sou fã de viennoiseries, comi croissant e pain au chocolat em uma boulangerie do Rio Tavares, chamada Uma – do naipe dos melhores de São Paulo!

 

Vista da praia do Campeche, em Florianópolis – foto Shutterstock

 

O interessante é que a preocupação com a alimentação saudável e natural, assim como o ritmo cool e relax do público e dos atendentes, é constante. É o caso do Mana’o, café muito “bali style”, para tomar um smoothie ou um matcha (chá japonês) com calda de tâmaras e leite de aveia. E do Anómada, que de dia é padaria e restaurante, com pães peculiares (tipo cacau com laranja), e de noite, uma pizzaria de fermentação natural. É normal um cliente entrar para tomar o seu café da manhã e ficar trabalhando ali até depois do almoço.

Para quem é ainda mais radical na alimentação, sugiro a Paradiso – misto de padaria e mercadinho com delícias veganas e orgânicas, provenientes de pequenos produtores, como tortas e bolos. Também me levaram para almoçar em um restaurante chamado Cumbuca, que serve pratos do dia super saborosos e com mensagens espalhadas convidando os clientes a trazerem o computador e passar a tarde inteira com direito a café e docinhos.

Esses estabelecimentos parecem ter sido feitos sob medida para essa turma. É claro que não faltam estúdios de yoga, massagem e práticas holísticas variadas. Outro fato que chama a atenção é que o meio de transporte preferido nesse eixo é a bicicleta ou o scooter, assim como em Bali. Ainda bem, porque o trânsito na ilha já se tornou um problema, mesmo fora de temporada. Até!

Bate e volta refrescante em cachoeiras próximas a São Paulo para quem gosta de imersão na natureza

Bate e volta refrescante em cachoeiras próximas a São Paulo para quem gosta de imersão na natureza

Cachoeiras próximas a São Paulo oferecem a dose de natureza e frescor necessária para enfrentar o calor de janeiro

Ótimas alternativas para quem gosta de imersão na natureza e de água corrente para se refrescar nesse começo de ano são as várias cachoeiras que temos a menos de uma hora de carro do calorão da selva de pedra. É o programa ideal para fazer um bate-e-volta e ainda chegar em casa com as energias renovadas.

Todos nós sabemos o poder que a água corrente tem sobre o corpo, principalmente perto de sua fonte. São mais de cem cachoeiras consideradas altas (com queda de mais de 30 metros) apenas no estado de São Paulo. 

Indico, a seguir, algumas cascatas que valem muito a pena por ordem crescente de distância do centro da capital paulista.

 

Cachoeira Véu da Noiva, no Parque Ecológico Perequê, em Cubatão – foto divulgação

 

Cachoeira do Engordador, no Parque da Cantareira, a 25 km do centro de São Paulo, tem uma trilha de nível tranquilo de 3 km. Quem procura um percurso mais intenso, pode optar pelo núcleo do Cabuçu, no mesmo parque, mas no município de Guarulhos.

Cachoeira Poço das Virgens, em Parelheiros, a 35 km da capital. Trilha tranquila, com queda pequena e poço perfeito para a família.

Cachoeira do Jamil, a 50 km de São Paulo, na confluência dos rios Monos e Capivari, está imersa em plena Mata Atlântica e conta com várias lagoas. A trilha é considerada intensa.

Cachoeira do Sagui, na estrada Engenho Marsilac, dentro da fazenda Maravilha, a 50 km da capital. O percurso é tranquilo (1,2 km), ideal para a família, tem estrutura boa e até um restaurante, que precisa de reserva antecipada.

Cachoeira do Marsilac, a mais fácil de se alcançar, já que você pode chegar de carro e a queda se encontra na área de proteção ambiental Capivari- Monos, a 55 km de São Paulo. No poço de águas calmas, é possível fazer canoagem e stand up paddle.

Cachoeira Véu da Noiva, a mais estruturada, tanto em relação à trilha de 8 km – considerada de nível leve, com vários pit stops para banho – quanto ao transporte a partir da capital. A cachoeira é o principal atrativo do Parque Ecológico do Perequê, na cidade de Cubatão. A região faz limite com o Parque Estadual da Serra do Mar e está a cerca de 65 km de São Paulo.  A Véu da Noiva tem impressionantes 80 metros de altura e conta ainda com outras cachoeiras menores pelo caminho.

Não se esqueça de levar uma mochila com água e comidas leves, como frutas e barrinhas de cereal, para comer caso a trilha seja um pouco mais longa.

Bom banho e um 2024 mais leve. Até!

A península mexicana de Yucatán encanta com suas ruínas, sua cultura e seus sabores

A península mexicana de Yucatán encanta com suas ruínas, sua cultura e seus sabores

Na coluna Bon Vivant de outubro, Georges Henri Foz fala sobre sua viagem pela península mexicana de Yucatán

Uma das novidades que a pandemia trouxe foi a consolidação do home office e colocou em evidência novos lugares para morar. Um dos prediletos dos nômades digitais é a cidade de Tulum, no México, na península de Yucatán. Como sempre tive curiosidade pela cultura maia e pelas belezas naturais da região, fui conferir, em agosto.

Confesso que se fosse refazer essa viagem, não iria em pleno verão. O calor é absurdo desde cedo. Mas o mais importante é passar batido por Cancún, onde não se encontra nada além de resorts com quase nenhuma cultura local. Os lugares que valem muito a pena são: Tulum, Valladolid e Cobá. Começando por Cobá, uma cidade minúscula onde as ruínas maias contam com pirâmides menores, porém parcialmente cobertas pela selva. São muito especiais, parecem escondidas no tempo.

 

Ruína de Cobá – foto Lucas Pinhel

 

Logo ao lado está o ouro dessa vilinha: um hotel boutique perfumaria, o Coqui Coqui, onde se tem a oportunidade de fazer uma degustação de fragrâncias e escolher qual será o aroma das amenities. O local oferece acomodações em suas estruturas rochosas e piramidais, em frente a uma lagoa tranquila, cheia de pássaros.

De lá, siga para as pirâmides de Chichén Itzá, que ficam a uma hora de Cobá. Lembre-se de chegar bem cedo, porque a experiência exige cerca de uma hora e meia andando de uma pirâmide para outra e, quando passa das 9h, começam a chegar dezenas de ônibus com visitantes. Ao chegar bem cedo, você também consegue um guia credenciado (por US$ 60).

Já Valladolid é uma cidade colonial, da época dos espanhóis e, consequentemente, possui muitos elementos católicos, como a espetacular catedral da cidade. Construída no século 16 e conhecida por ser inacabada, é um passeio que justifica a ida à cidade, que também apresenta uma gama de restaurantes e ruas bem na levada mexicana. Ali, recomendo um restaurante com jardim interno, chamado El Mesón del Marqués.

Por sua vez, Tulum é um destino definitivamente inflacionado por um público “nova era” elitizado. Mas a principal atração são os cenotes – poços de água cristalina, decantada por milhares de anos como possível consequência do meteoro que extinguiu os dinossauros. Até os céticos sentirão essas águas como sagradas, porque realmente têm uma densidade diferente. Algumas sugestões de cenotes: Dos Ojos, Tankah e Atik. Um completamente diferente do outro para ilustrar as muitas versões dessa maravilha natural da região.

 

Cenote Atik, em Tulum, no México – foto Lucas Pinhel

 

Outro atrativo de Tulum são os restaurantes. Os principais achados são: Cinco, um beach club na praia Pocna. Nesse lugar você come um ótimo taco de camarão! O Mestixa, que faz uma fusão de comida asiática com mexicana, rende baos diferentes de todos que você já comeu. Por lá, deve-se aproveitar também para provar um bom drinque de mezcal – tradicional bebida destilada do agave. 

No beach club La Popular, escolha um ceviche de marlim com uvas e vá fundo no highlight do lugar: as tostadas de atum. E, por fim, o gran finale, o Burrito Amor, o mais gostoso da região.

Arriba, e boa viagem!

9 bares e restaurantes imperdíveis para conhecer na Vila Mariana

9 bares e restaurantes imperdíveis para conhecer na Vila Mariana

No radar dos gourmets e dos boêmios, a Vila Mariana oferece cada vez mais opções de restaurantes e bares a clientes descolados da cidade

Passada a pandemia, parece que os níveis de consumo e de frequência de saídas do paulistano aumentaram e muito. De lá para cá, assistimos à expansão de vários bairros satélites do até então imbatível Jardins – onde já não sobra espaço para atender o vigor da expansão do setor. Pinheiros foi o primeiro dessa nova onda e já é considerado o novo centro gastronômico da cidade. Na sequência e no mesmo caminho, veio o Baixo Pinheiros (abaixo da Faria Lima), com novos talentos abrindo as portas ao lado de filiais de restaurantes e de outras lojas gourmets já reconhecidas.

O momento agora favorece a expansão para o outro lado dos Jardins, em direção ao Paraíso – já famoso pelos bons restaurantes japoneses de todos os tipos –, e coloca os holofotes na Vila Mariana, que também é citada como Vila Clementino, por dividirem fronteiras mal definidas. O fato é que a Vila Mariana virou queridinha do circuito gastronômico, boêmio e cultural de São Paulo.

O bairro já é frequentado por visitantes em função dos holofotes atraídos por alguns endereços icônicos na cidade. É o caso do várias vezes premiado boteco Veloso, conhecido por suas caipirinhas exóticas e pelas minicoxinhas de catupiry – eleitas várias vezes como melhor petisco de boteco da cidade. Também é o caso da pizzaria Quintal do Bráz, representante da excelente bandeira Pizza Bráz em versão mais exótica, que oferece um ambiente cravado em um jardim lotado de plantas e árvores frutíferas.

Outro endereço excepcional que fez a fama do bairro é o Dr Tchê, a parrilla da Vila. É ali que o Adelar, gaúcho de Vacaria, assa os melhores cortes de carne em uma parrilla tipicamente Argentina. O assado de tira dele é imbatível. O lugar fica na rua França Pinto, que aliás é uma das mais agitadas do bairro. Nessa mesma rua se encontra o Balcón, um boteco uruguaio que garante excelentes empanadas e choripanes. No mesmo endereço, está o Pojang Wooza – restaurante coreano de qualidade, onde se come os melhores mandus (equivalentes às guiozas japonesas) e um ótimo bulgogui, que faz jus à forte migração coreana no bairro.

 

Peixe do dia do Ae! Cozinha, na Vila Mariana - foto divulgação

Peixe do dia do Ae! Cozinha, na Vila Mariana – foto divulgação

 

Já na rua Áurea, funciona o ótimo contemporâneo Ae! Cozinha, que exibe um merecido Bib Gourmand Michelin na porta. É ali também que fica o Mapu, um sobradinho discreto que vende comida de rua de Taiwan. Só ali você pode experimentar o Bao original, sanduíche de massa branca cozida no vapor e recheado de pancetta, conserva de mostarda, amendoim e coentro ou a berinjela empanada servida com molho adocicado de missô e shoyu. E é ainda na rua que fica o Amazônia Soul, onde você pode pedir o dadinho de maniçoba de entrada para seguir com um pato no tucupi com jambu e finalizar com bombom de cupuaçu.

E não posso deixar de falar do Vista, que divide o terraço com o bar Obelisco, no limite do bairro com seu vizinho Ibirapuera, na Avenida Pedro Álvares Cabral. Cravado no topo do MAC (Museu de Arte Contemporânea), esse lugar já virou cartão-postal de São Paulo, tanto pela vista quanto pela competência da cozinha contemporânea brasileira que oferece, pilotada pelo chef Marcelo Corrêa Bastos.

Aproveite o novo circuito gastronômico da cidade! Até!

Parques, restaurantes, bares e espaços culturais para aproveitar o Carnaval longe do agito

Parques, restaurantes, bares e espaços culturais para aproveitar o Carnaval longe do agito

Além da alegria e da vibe festeira que o Carnaval desperta em muita gente, existe algo ainda maior que agrada a todos os brasileiros: é o maior feriado do ano!

São duas ideias distintas: um Carnaval com estradas lotadas e tudo abarrotado na praia ou aproveitar a cidade em passeios mais vazios do que o convencional, em lugares que dificilmente curtimos por causa do trânsito e das filas. Durante esses cinco dias, não há mais desculpas. E o melhor, se você for como eu e não está atrás de folia e nem de samba, pode se preparar porque tudo fica mais viável, principalmente para quem acorda cedo. É hora de visitar parques, restaurantes, bares e espaços culturais em bairros que você sempre teve vontade e nunca teve muito tempo.

Gosto de caminhar de manhã e, normalmente, vou ao Ibirapuera. Mas no feriado vou aproveitar para conhecer o Parque da Aclimação e seu jardim japonês com espelho d’água, que dizem ser lindíssimo. Também quero ir ao Villa-Lobos e subir na recém-inaugurada roda gigante para ver a cidade de cima. Aliás, se eu for ao Parque do Ibirapuera, será na hora do almoço para conhecer o restaurante Selvagem, que é um caramanchão super bonito rodeado de verde com cozinha envidraçada para o salão e que, em tempos normais, está sempre com espera. Aliás, quero ir ao também Vista, que é um rooftop dos mesmos donos que o Selvagem, mas no topo do Museu de Arte Contemporânea – ali pertinho – e é superconcorrido.

Conhecer restaurantes que ficam distantes por causa do trânsito vai ser a prioridade nesses dias. Seguem os que merecem a visita: o Mocotó, de comida nordestina na Vila Medeiros e, para o aperitivo na mesma ocasião, o bar do Mocotó, que fica ao lado. Também quero ir ao melhor coreano da cidade, chamado Komah, na Barra Funda, e ao melhor armênio, que fica em Santana, o Casa Garabed.

Restaurante Selvagem, no Parque do Ibirapuera - Foto divulgação

Restaurante Selvagem, no Parque do Ibirapuera – Foto divulgação

 

Se tiver tempo, quero visitar o Vila Anália, no Tatuapé, novo investimento que reúne cinco restaurantes de culinárias distintas e que tem sido bastante comentado. Quero passar na Mooca para levar alguns doces – e quem sabe alguma massa caseira – da lendária Di Cunto para casa. E já que estou falando em desejos, é certeza de que revisitarei o espetacular cheese salada do seu Oswaldo, no Ipiranga. Outro programa bacana é passear e fazer umas compras no Mercadão, na rua da Cantareira, de preferência o mais cedo possível para evitar o crowd.

Para terminar, que tal tomar um drinque e jantar em um rooftop espetacular? A minha sugestão é o Notiê Priceless, na cobertura do Shopping Light. Fica no Centro, de frente para o Teatro Municipal, e é uma verdadeira viagem no tempo, a começar pelos elevadores centenários e pelas raízes brasileiras, com fusão da culinária indígena e amazônica, executada por um chef com formação francesa. É show!

E para quem gosta de cinema e de exposições, esse é o feriado ideal para pôr em dia tudo que ficou para trás e ainda está em cartaz. Bom Carnaval em São Paulo!