Consultoria incentiva empresas a valorizarem a maternidade no ambiente corporativo

por | maio 5, 2021 | Ideias, Negócios, Noticias, Pessoas & Ideias | 0 Comentários

PARA MUITAS MÃES, pensar sobre o futuro profissional é uma tarefa desafiadora. Segundo pesquisas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), 48% das mulheres abandonam o mercado de trabalho antes de o filho completar um ano de idade. Os principais motivos para a evasão são demissão por justa causa e constrangimentos nas empresas. Na tentativa de transformar esse cenário, as mães e empreendedoras Susana Zaman e Luciana Cattony criaram a Maternidade nas Empresas, um programa de consultoria que busca ressignificar a maternidade sob a ótica corporativa.

“Eu estava na licença-maternidade do meu segundo filho quando percebi que fazia parte das estatísticas. A cultura institucional da empresa em que eu trabalhava não favorecia meu retorno, e eu decidi que precisava mudar isso”, conta Susana, que é engenheira de produção e uma das idealizadoras do projeto. Ela recorreu, então, à ajuda da amiga, publicitária, designer e mãe, Luciana Cattony. As duas iniciaram um mestrado na área de equidade de gênero com foco em questões de parentalidade no mercado de trabalho e, em 2017, inauguraram juntas o trabalho de consultoria.

 

uciana Cattony e Susana Zaman, à frente da consultoria Maternidade nas Empresas - Foto divulgação

Luciana Cattony e Susana Zaman, à frente da consultoria Maternidade nas Empresas – Foto divulgação

 

Hoje, a dupla utiliza técnicas de benchmark (análise e gestão de boas práticas) para produzir cartilhas, webinars, eventos online, plataformas de gamificação, rodas de conversa e workshops sobre o tema. Todas as soluções são criadas em colaboração com os clientes. “Nós queremos proporcionar um ambiente profissional mais acolhedor. Para isso, oferecemos um material personalizado para cada necessidade corporativa”, explica Luciana. Bauducco, Microsoft e Whirlpool são algumas empresas que já contrataram ações da consultoria.

Segundo a publicitária, a estratégia é sofisticar o mindset das instituições. “Nós partimos do pressuposto de que a maternidade é um processo de autodesenvolvimento que aprimora as habilidades profissionais das mulheres, e não o contrário”, comenta. “Mães desenvolvem habilidades de escuta ativa, negociação e gerenciamento de crise, além de aperfeiçoarem a produtividade. As empresas só têm a ganhar com isso”, acrescenta.

São muitos os benefícios desse novo olhar. Dados da Organização Internacional do Trabalho apontam que negócios que zelam pela maternidade e valorizam as lideranças femininas tendem a um crescimento de 5% a 20% nos lucros. “Diversidade traz inovação, e inovação move o mercado. Empresas que olham com afeto para suas trabalhadoras criam uma rede de apoio que faz toda a diferença”, explica.

Quanto ao futuro, a palavra é otimismo. “Nosso negócio hoje é para permitir que esse tema não seja mais pauta quando nossos filhos e filhas chegarem ao mercado de trabalho. E acreditamos muito que isso é possível”, finaliza Luciana.

 

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